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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

As Invasões Francesas

Seria de todo conveniente que os textos publicados sobre as Invasões Francesas (ver «Badaladas»), a propósito das comemorações do bi-centenário, não se limitassem às questões militares, mas esclarecessem as questões político-ideológicas desses acontecimentos de enorme relevância para o futuro do país de então. Qual o papel da Igreja portuguesa na organização dos levantamentos populares, das guerrilhas, da «terra queimada», das crueldades cometidas em resposta às crueldades e saques dos exércitos napoleónicos? Em nome do «rei ausente»? Que tipo de patriotismo e independentismo (isto é, que valores e conteúdo, que interesses)? Qual a actividade dos portugueses «afrancesados» ou simpatizantes dos ideais da Revolução Francesa nesses acontecimentos? Que tipo de patriotismo (subversivo, revolucionário ou simplesmente reformista) era defendido e disseminado por estes adeptos? Exprimiriam os interesses das burguesias nacionais?Como se explicaria a Revolução de 1820 sem este fermento?
José Tengarrinha, o Dicionário de História de Portugal dirigido por Joel Serrão, algumas das Histórias de Portugal, para citar apenas o mais conhecido, contêm esclarecimentos incontornáveis.
Certamente que os abusos e a devastação causada pelos exércitos napoleónicos, nas retiradas sobretudo, alienaram muito do que poderia existir ou possiblitar uma simpatia expectante pelos ideais proclamados e pelas promessas declaradas por Napoleão Bonaparte e seus generais, e alimentaram a reacção aversiva das populações expoliadas e famélicas facilmente recrutadas pelos padres, contudo as minorias letradas (discípulas dos Iluministas) e sectores da Burguesia comercial não reagiram da mesma forma. A revolta contra o absolutismo não surgiu mais tarde vinda do nada ou apenas por causa do martírio de Gomes Freire de Andrade, como muito bem nos relata a peça «Felizmente há luar»...Convinha re-ligar as análises económicas e sociológicas (classes e sectores de classe) com as ideias e as ideologias.

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