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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

DENIS DIDEROT

Denis Diderot nasceu em Langres no dia 5 de Outubro de 1713; faleceu em Paris no dia 30 de Julho de 1784. O pai era um rico cutileiro que desejava para o filho uma carreira de padre. Bom estudante no Colégio dos Jesuítas, cedo mostrou-se indisciplinado e pouco convicto, tentou uma fuga para Paris, impedida pelo pai, que o matriculou nessa cidade em outro colégio jesuíta. Sempre muito bom estudante, prefere as matemáticas às teologias. O pai, furioso por o filho não se submeter a nenhuma das suas escolhas, corta-lhe a mesada. Aos 21 anos Denis Diderot entrega-se à boémia. Para pagar os gastos, dá explicações, escreve sermões para padres, traduz livros ingleses. No meio de uma vida amorosa intensa lê com paixão as novelas do grande Voltaire, as meditações de Montaigne, os escritos satíricos de Montesquieu e descobre na literatura inglesa – Swift, Toland e especialmente Shaftesbury- uma fonte inesgotável de interesse e novidade. Casa-se com uma costureira, Antoinette Champion, que lhe dá quatro filhos, três dos quais morrerão cedo. A filha restante tornar-se-á sua confidente e redigirá uma biografia do pai. Um casamento infeliz que compensará com o grande amor da sua vida, Sophie. Conhece os grandes espíritos do seu tempo, os iluministas, e Rousseau, que deixara de pertencer ao movimento, e o abade Condillac, mentor da corrente sensualista. Frequenta o círculo do barão d´Holbach, o materialista ateu. Ensaia a filosofia com Pensamentos Filosóficos, em que professa um deísmo, e o ensaio que lhe dá imediata notoriedade, Promenade du sceptique, de 1747. Nasce por essa altura o grandioso projecto da Enciclopédia, juntamente com o seu amigo d´Alembert, famoso matemático. Publica As jóias indiscretas, que acrescentam escândalo ao já provocado pela publicação regular da Enciclopédia. Diderot passa a ser conhecido e admirado como o «espírito enciclopédico» do seu tempo (de todos os tempos, no dizer de alguns), o «filósofo». Publica sucessivamente O sonho de d´Alembert, Jacques, o Fatalista, Refutação de Helvétius, Suplemento à Viagem de Bougainville, A Religiosa. O Sobrinho de Rameau é publicado postumamente e talvez seja a sua obra mais perfeita. Interessado por todos os temas, intervém nas querelas sobre arte e estética, publica artigos e ensaios (O Paradoxo sobre o Comediante).


Diderot foi sem dúvida alguma o filósofo mais inquieto e inconformista do século dezoito francês, o criador da Enciclopédia, um enorme escritor de insuperável ironia, um pensador irreverente, uma personalidade de excepção.


As suas Obras Completas encontram-se publicadas. Várias das suas obras estão traduzidas em diversas línguas. Em português encontramos, sobretudo, Jacques (ou Tiago), o Fatalista (contem um conto absolutamente extraordinário), A Religiosa, As jóias indiscretas, Suplemento à Viagem de Bougainville.


O iniciado ou o mestre de Filosofia não podem ignorar o pensamento multifacetado de Diderot, expoente de um século fecundo, tanto em França como em Inglaterra. Aquele que se interroga sobre o valor, a justificação e a utilidade em filosofia dos materialismos, defrontar-se-á necessariamente com Denis Diderot. Nas questões religiosa, ética e estética, outro tanto.

3 comentários:

São disse...

Foi bom saber um pouco mais sobre esta importante figura.

Semana feliz.

Nozes Pires disse...

Obrigado e bj São!

Meg disse...

Zé,

Que bom ver por cá a São!

Quanto ao Diderot, li-o pela promeira vez ainda muito jovem e não estava preparada.
Nessa altura não consegui ler A Religiosa até ao fim.
É preciso ter muita maturidade e para encaixar tanta inquietação...

Beijo

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