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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Na Hora Da Nossa Morte (novela, cont.)

DIÁRIO DE MARTA – 15


O Nuno telefonou-me! O amigo da Carla. Gastou com certeza um monte de dinheiro, foi longa a conversa. Encadeava assuntos uns nos outros, tem cá um patuá! Espero que não seja desses casanovas de trazer por casa. Não, não parece. Ou sou eu que fantasio? Estarei já a idealizar? Mau sinal. Sinal de que estou a ficar envolvida. Que importa? Carpe diem. Deixei-o falar, gosto do som e do tom da voz dele, entre o atrevido e o ingénuo. Tão jovem…Que verá em mim? Sinto-me alegre, uma alegria de adolescente. Percebo. A vaidade de ainda atrair um jovem. Bem bonito por sinal. Não me importava nada de lhe acariciar aquela barba negra…Que digo? Nem pareço eu. E censurei eu a minha mãe…

DIÁRIO DO PROFESSOR RAMOS -5

A Marta não tem dito nada, interrompeu subitamente o contacto, estava sendo regular, de repente desapareceu, estará doente? Vou telefonar-lhe, estava a habituar-me a ela, agora mais do nunca precisava da sua companhia, fui fazer as análises de rotina e o médico encontrou qualquer coisa que não estava bem, franziu a testa, procurou tranquilizar-me mas foi avisando que era melhor um exame mais específico. Se for da próstata, como suspeito, tenho de me sujeitar a um exame que dizem que é brutalmente doloroso. Que grande pôrra. Não é justo para um tipo que atravessou tantas coisas más na vida. Agora que me aposentei para poder gozar de um repouso que nunca tive, vem mais este susto.

DIÁRIO DE CARLOS – 17

Uma jornalista pediu-me um entrevista. A minha ponte já começa a dar que falar. É para uma reportagem da RTP sobre novos arquitectos. Eu disse que já não era muito novo, ela riu-se do outro lado da linha, não faz mal, disse ela, novos também porque experimentam coisas diferentes, vanguardistas, a expressão é dela. O Vasconcelos tratou de colocar on-line o meu projecto e acho que falou com uns críticos e outros gajos importantes.

Sem comentários:

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