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sexta-feira, 19 de março de 2010

Não passarão!

No próximo dia 25 o Programa de Estabilidade e Crescimento do Governo será apresentado à Assembleia da República para votação. O dia 25 reveste-se de grande significado. Histórico, podemos dizê-lo sem retóricas. Assim sê-lo-á conforme a votação dos partidos PSD e CDS-PP. A sua abstenção (não fica excluída a possibilidade da sua aprovação) ditará o futuro dos discursos dos seus candidatos a líder e do líder que sair vencedor. Se falarem dos pobres, dos desempregados, dos salários de quem trabalha, das pequenas e médias empresas, das pensões e reformas, soará a aldrabice, aquela aldrabice a que eufemisticamente se apelida de demagogia (como se a demagogia fosse o estilo comum e tolerável de fazer política). É tão mau este PEC que até alguns ministros e altos dignatários do PS manifestam reservas, se não até discordâncias (provavelmente acham-no demasiado perigoso). É todo um Programa classista: da classe que se apossou e controla o capital financeiro contra todas as outras classes sociais. É um programa que esbulha criminosamente as classes mais contribuintes, mais trabalhadoras, mais desprotegidas. É o corte dos salários com repercussões no sector privado, das despesas sociais (a começar pelo subsídio de desemprego que já hoje não chega a metade dos mais de 700 mil desempregados), é a diminuição das despesas à colecta de IRS (impedindo o reembolso de centenas de euros por ano nas despesas com saúde, educação e habitação); é o aumento da idade da reforma dos trabalhadores da Administração Pública; é o aumento dos preços (introdução de novas portagens, por exemplo); é o corte no investimento público (pequenas e médias empresas atingidas). E é, finalmente, a privatização de dezenas de empresas estratégicas, que aguçam o apetite dos barões do PSD e do CDS.
Este PEC monstruoso já recebeu louvores dos clubes internacionais do grande capital, incluindo do senhor Durão Barroso.
Ainda não estamos tão mal como a Grécia, diz-se. Esperemos que estejamos tão bem quanto ela no que se refere à resposta popular.

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