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sábado, 24 de abril de 2010

Consciência e revolução

Aquilo que provoca uma revolução não é tanto uma situação de facto como, sobretudo, a tomada de consciência da situação que já não suporta as soluções do costume, a consciência de que urge romper, mudar de alto a baixo. É uma insatisfação consciente de que alguma coisa se deve e pode fazer. É a consciência de que se tem poder suficiente para desencadear uma mudança. Quando o desenvolvimento das forças produtivas está a ser bloqueado por relações sociais reaccionárias, esta situação é materialmente revolucionária, mas é aos trabalhadores, e só a eles, que compete tomar em mãos a iniciativa e a condução da revolução. Uma revolução não deve ser prematura, senão corre o risco de fracassar, nem deve ser adiada, porque corre o risco de se perder uma oportunidade de oiro. Por isso é necessário uma vanguarda, um guia, um movimento ou partido que organize e dirija. Ou uma aliança entre movimentos diversos e partidos políticos que se unam numa plataforma de objectivos comuns e imediatos. O factor decisivo não é material (as condições materiais, económicas e outras), mas o factor subjectivo: a consciência e a vontade. O aumento sucessivo das massas sociais descontentes pode vir a receber um salto qualitativo. Consciencializar as massas sociais, fornecer-lhes uma «consciência de classe», convencê-las da justeza de um programa de reformas que um determinado governo ou regime não quer ou já não consegue aplicar, eis a condição necessária. Foi assim na Revolução Francesa de 1789, na Revolução bolchevique de 1917, na Revolução cubana de 1959, no 25 de Abril de 1974.

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