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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Crises

O Bloco de Esquerda (BE) sofreu um fortíssimo golpe nas últimas eleições. É mau para ele, é mau para a Esquerda. O eleitorado flutuante que dirigiu as suas expectativas para o BE em eleições passadas, deslocou-se ou para o voto útil no PS (eventualmente com receiio da Direita), absteve-se ou votou em branco (as redes sociais difundiram uma campanha a favor do voto em branco). O BE encontra-se numa encruzilhada: ou mantem-se coerente com as posições corajosamente assumidas contra a tróika e o memorando, ou inflecte para posições mais recuadas. Estas diferentes estratégias (ambas não excluem tácticas coerentes ou oportunistas) são de ora em diante inseparáveis da crise paralela que atravessa o PS. Pode-se dizer-se que ambos se olham para ver o que faz o outro. O PS necessita de uma base social de apoio (sindical em primeiro lugar) seja para controlar a reacção às medidas do memorando e aquelas que vão para além dele (aquela margem de "interpretação" que a tróika permite e deseja, "lavando as mãos"), seja para controlar o descontentamento orientando-o tacticamente contra o governo mas não contra o memorando (desgaste do governo de modo a capitalizar o descontentamento a favor de um governo alternativo com mais vocação "social"). O BE tem que escolher: ou aproximar-se de um PS combativo (embora nos limites estreitos da mera alternância), conservando o programa de combate às políticas impostas pela tróika (aproximação táctica e não estratégia para participar num futuro governo?), ou aproxima as suas posições com um PS demagógico, populista, inserido no "consenso" dos três partidos (consenso tão desejado e promovido pelas directórios do grande capital da UE), recua até se ver o fundilho das calças. Em qualquer dos casos o risco da estagnação é grande. Na certa o descontentamento social e popular vai emergir (veremos se vai explodir) e na massa dos descontentes estão, estarão, os eleitores do PCP e do BE. Porém os eleitores putativos do BE são também do PS...

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