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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

E agora?

Kadhafi perdeu a guerra. Resistiu tanto quanto pôde - e foi muito - e não seria vencido se a NATO não interviesse. Aliás, nem sequer teria evoluido qualquer rebelião se não fosse a intervenção militar da NATO, as armas e os dólares que escorreram para as mãos dos insurrectos (muitos dos quais vieram da Tunísia). Um motim transformou-se numa guerra de ocupação. Tenha Kadhafi todos os defeitos que possa ter, o que lhe deu a riqueza ditou-lhe a derrota: o petróleo. Sem este seria ainda mais um chefe autoritário igual a muitos outros que enxameiam o Médio oriente e o Magrebe e que por lá permanecem com o apoio do Ocidente, isto é, do Império e dos imperialismos, desta União Europeia dos novos colonialismos. De há uns anos para cá o regime de Kadhafi abrira as portas ao neo-liberalismo e às corporações mundiais, convertido num aliado e amigo daqueles que agora o depuseram. Deixara há muito de ser o inimigo número um dos EUA (lembremos os ataques aéreos contra a Líbia). Porque razão agora que se submetera o escolheram como alvo? Porque depois dos sustos que as revoluções populares na Tunísia e no Egipto provocaram, o norte de Àfrica (do Egipto a Marrocos) cai sob o controlo do Império. No Médio oriente falta a Síria, cuji destino já está traçado. A seguir, virá o Irão. E a opinião pública mundial fica subitamente esquecida (se alguma vez soube) das enormes transformações progressistas realizadas por esses regimes nacionalistas que agora caem. Quando se convertem em alvos da cobiça pelo petróleo (quer o possuam, quer sejam rotas de passagem dele), entram na listas dos inimigos a abater, sob qualquer pretexto, sob qualquer aldrabice que se invente.

1 comentário:

Mel de Carvalho disse...

Agora, caríssimo?
talvez importe reflectir o quanto somos e o quanto valemos, num mundo que gira em torno de um eixo raramente determinado por natureza própria. E, nesse reflexão, púnhamos as "barbas de molho" - afinal os alvos da cobiça podem ter muitas roupagens, até o elementar e paradisíaco de um clima moderado e soalheiro :) ...

Grata pela reflexão, abraço
Mel

Viagem à Polónia

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Auschwitz: nele pereceram 4 milhôes de judeus. Depois dos nazis os genocídios continuaram por outras formas.

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Auschwitz, Campo de extermínio. Memória do Mal Absoluto.