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domingo, 23 de setembro de 2012

O presidente da comissão de vigilância das privatizações é o mesmo que coordena as privatizações...negócios graúdos entre amigos.

António Borges num Congresso do PSD em 2004, quando ainda trabalhava para o Goldman Sachs, cobrando 2,3 milhões de dólares à Parpública por consultadoria financeira nas privatizações. Com a troika, agora é Borges que privatiza empresas detidas pela Parpública, e o fundo Goldman Sachs/Stratfor sai sempre a ganhar.  Em Fevereiro, a Wikileaks revelou ao mundo o convite que o Goldman Sachs dirigiu à empresa de espionagem Stratfor: a parceria num Hedge Fund chamado Stratcap. De acordo com um email de Agosto de 2011, escrito por George Friedman, o CEO desta CIA privada, a oferta partiu do director do Goldman Sachs, Shea Morenz. Ele propôs uma nova aventura, Stratcap, que nos permitirá utilizar o conhecimento que produzimos sobre o mundo num espaço novo mas com ligações, um fundo de investimento. Onde previamente aconselhámos outros Hedge Funds, teremos agora o nosso próprio, inteiramente fundado pelo Shea. Nós já estamos a trabalhar em simulações de investimento e transacções. Outros e-mails mostram que, durante 2011, foi montada uma complexa estrutura financeira com recurso a offshores, de forma a lançar a Stratcap, sob uma capa de aparente legalidade.O esquerda.net teve acesso a estes e-mails revelados pela Wikileaks, que indicam que a Parpública, empresa que gere as participações do Estado português em grupos como a GALP, REN, Águas de Portugal, TAP e ANA, estava na mira deste fundo de investimento. Num e-mail de Setembro de 2011, um alto responsável da Stratfor, Alfredo Viegas, chama a atenção para o plano de privatizações anunciado pelo Governo português e pela troika: isto abre algumas oportunidades de negócio muito interessantes no que toca a empresas paraestatais portuguesas e possivelmente em outros PIIGS; para mim, o activo mais interessante são os 5,25% de obrigações da Parpública; o que torna estes títulos muito interessantes é que são convertíveis para a GALP, aquela empresa de combustíveis.   A Stratfor não perdeu tempo. Num documento enviado ao CEO, George Friedman, intitulado STRATCAP  Portfolio  - summary, é possível verificar a inclusão de um quadro que faz referência aos títulos da Parpública. E já em 10 de Novembro, Alfredo Viegas exulta com as declarações de Pedro Passos Coelho, que nesse dia anunciou o plano de cortar a despesa pública em 43% até 2014. É muito agressivo. Se eles fizerem isso, Portugal é uma grande compra, encurtando o nosso caminho para os títulos da Parpública.António Borges e a privatização da ParpúblicaA Parpública foi criada em 2000 pelo Governo de António Guterres, com o objectivo de ser o instrumento do Estado para assegurar a gestão de empresas em processo de privatização. Esta posição concedeu uma importância central a esta holding pública, que viu os seus lucros subirem a pique na última década, fruto das privatizações levadas a cabo por todos os Governos. Com a vinda da troika e o plano do PSD e CDS para privatizar as últimas jóias da coroa, TAP, ANA, CP Carga, CTT, Caixa Seguros, Água de Portugal e RTP, a própria Parpública tem os seus dias contados, pois o Estado deixará de ter participações nessas empresas. Na segunda versão do memorando de entendimento foi avançada a possibilidade de dissolução da Parpública ou a sua integração na administração pública, uma vez que as suas fontes de receitas serão afectadas pela privatização. A verdade é que, até à decisão final, é pela Parpública que passará o processo de privatizações, e é no âmbito da Parpública que opera António Borges, assessor indicado por Passos Coelho para liderar o processo. Mas esta não foi a primeira vez que António Borges lidou com a Parpública. Entre Fevereiro de 2004 e Abril de 2005, o Goldman Sachs prestou consultadoria financeira à Parpública, no âmbito dos processos de privatização da GALP e EDP, recebendo por esse tempo 2,3 milhões de dólares do Estado português. Nesse tempo, o representante do Goldman Sachs perante o Estado foi António Borges, que agora fala em nome do Estado a defender as privatizações, incluindo o modelo ruinoso de concessão da RTP, apresentado na entrevista à TVI, na semana passada.A ligação de Borges ao Goldman Sachs tem levado ao questionamento da sua imparcialidade na condução do processo de privatizações. Marc Roche, autor do livro «O Banco: Como Goldman Sachs dirige o Mundo», quando questionado sobre a escolha de Borges pelo Governo de Passos Coelho, alertou: o problema é que o senhor Borges não disse o que fez no Goldman Sachs; pode haver um conflito de interesses; é preciso total transparência; o senhor Borges tem de decidir se o Goldman Sachs tem ou não um papel nas privatizações».Wikileaks: assessor de Relvas foi informador da "CIA privada" - Assessor de Relvas acha "normal" informar Stratfor, enquanto está no Governo

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