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quarta-feira, 27 de março de 2013


Pelo Socialismo
Questões político-ideológicas com atualidade
http://www.pelosocialismo.net
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Publicado no “Avante!” n.º 2050, de 2013/03/14 e em: http://www.avante.pt/pt/2050/internacional/124300/
Colocado em linha em: 2013/03/24
O saque imperialista das riquezas de África
Carlos Lopes Pereira
O imperialismo planeia dominar os países do Norte de África e desestabilizar a região
e todo o continente de forma a perpetuar a pilhagem das riquezas africanas.
A agressão da NATO à Líbia (produtor de petróleo), a intervenção da França no Mali
(ouro e urânio), a construção de uma base militar dos EUA no Níger (urânio) e o
«cerco» à Argélia (petróleo e gás) são peças dessa estratégia que visa, face à crise do
capitalismo mundial, intensificar a exploração dos trabalhadores e o saque dos
recursos naturais africanos.
O jornalista Dan Glazebrook, que escreve em jornais como The Guardian, The
Independent ou The Morning Star, publicou um artigo no Al-Ahram Weekly
(http://weekly.ahram.org.eg), do Cairo, denunciando esta conspiração.
Começa ele por recordar que o Ocidente drena todos os anos de África milhares de
milhões de dólares em pagamentos do «serviço da dívida», em lucros de
investimentos e em empréstimos ligados a esquemas de corrupção de sectores das
burguesias nacionais.
Outra via de dominação da África é o saque das suas riquezas minerais. É apontado o
caso do Congo, onde, no Leste, bandos armados – controlados pelos vizinhos Uganda,
Ruanda e Burundi, por sua vez apoiados por potências ocidentais – patrocinam o
roubo de minérios e a sua venda a empresas estrangeiras.
A África financia ainda as classes dominantes ocidentais através dos baixos preços
das matérias-primas e dos miseráveis salários pagos aos trabalhadores que as
extraem ou cultivam.
Em suma, o capitalismo impõe ao continente africano o papel de fornecedor de
matérias-primas e mão-de-obra baratas. E, para que esta situação se mantenha,
procura assegurar que a África continue pobre e dividida, flagelada por golpes e
guerras.
Segundo Glazebrook, a criação em 2002 da União Africana (UA), dinamizada por
Muammar Khadafi, preocupou os estrategas ocidentais.
Para Washington, Londres e Paris era inaceitável o plano da UA de criação do Banco
Central Africano e de uma moeda única. Era inaceitável a criação do Fundo
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Monetário Africano. E, sobretudo, era inaceitável a decisão da UA, em 2004, de
elaborar a Carta de Defesa e Segurança Comum Africana. E a decisão, em 2010, de
avançar com uma força militar unificada.
Nessa altura, face ao seu declínio económico e à «ameaça» da China, os EUA já
tinham traçado planos para recolonizar a África.
Em 2008 surgiu o Africom, comando militar que o presidente G. W. Bush pretendia
instalar em território africano. Mas a UA rejeitou a presença de tropas norteamericanas
e o Africom teve de montar o quartel-general na Alemanha.
Maior humilhação para os EUA foi ver Khadafi eleito presidente da UA em 2009 e a
Líbia tornar-se o principal suporte da organização pan-africana.
O Império não tolerou as propostas da UA no sentido de um processo de integração
africana. Depois de justificar a agressão à Líbia com «um pacote de mentiras ainda
maior do que o que servira de pretexto para a invasão do Iraque» – como escreve
Glazebrook –, a NATO destruiu o país, reduziu-o «à condição de mais um estado
africano falhado» e «facilitou a tortura e o assassinato de Khadafi», assim se
libertando de um seu opositor.
A guerra contra o coronel destruiu o seu regime e também a paz e a segurança no
Norte de África.
O dirigente líbio tinha organizado desde 1998 a Comunidade de Estados Sahel-
Saharianos, com o foco na segurança regional, travando a influência das milícias
salafistas e apaziguando os líderes tribais tuaregues.
Com a queda de Khadafi, os radicais islâmicos da região obtiveram armas modernas
– cortesia da NATO – e as fronteiras meridionais da Líbia entraram em colapso.
A primeira vítima dessa desestabilização regional foi o Mali. O avanço islamita,
resultado da agressão à Líbia, foi pretexto para a intervenção militar da França.
A Argélia ficou igualmente na mira do imperialismo. Está hoje «cercada» por radicais
islâmicos a Leste (fronteira com a Líbia) e a Sul (fronteira com o Mali), onde se
instalou também a legião francesa.
O imperialismo tem razões para não «simpatizar» com a Argélia, o único país do
Norte de África ainda governado pelo partido que lutou pela independência (FLN):
Argel apoia a UA, tem assumido posições internacionais dignas e, como o Irão e a
Venezuela, vende por um preço justo o seu petróleo e o seu gás.
Este «nacionalismo dos recursos» leva as gigantes petrolíferas ocidentais a não
esconder que «estão fartas da Argélia», como escreve o Financial Times. O mesmo
jornal que, um ano antes da agressão da NATO, também acusou a Líbia do «crime»
de proteger os seus recursos naturais...

terça-feira, 26 de março de 2013

Documento histórico



Assunto: O dia que durou 21 anos

Atenção, o video referido no artigo estava no youtube e foi à vida.....mas o texto dá o contexto...vale muito a pena ler com cuidado.
http://www.vermelho.org.br/tvvermelho/noticia.php?id_noticia=208893&id_secao=29

24 de Março de 2013 - 0h00

O dia que durou 21 anos: como os EUA intervieram pelo golpe de 64


Extraordinário documentário revela minuciosamente a participação do governo dos Estados Unidos no golpe militar de 1964, que durou até 1985 e instaurou a ditadura no Brasil. Pela primeira vez, documentos do arquivo norte-americano, classificados durante 46 anos como "Top Secret", são expostos ao público. A obra é uma coprodução da TV Brasil com a Pequi Filmes, com direção de Camilo Tavares. Roteiro e entrevistas de Flávio e Camilo Tavares.




O filme, que revela como os Estados Unidos colaboraram para derrubar o presidente brasileiro João Goulart, será lançado nos cinemas dia 29 de março e apresenta áudios de conversas dos presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson com assessores sobre o Brasil e mostra como os vizinhos do norte apoiaram os conspiradores, com ações de desestabilização e até militares.

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil no início dos anos 1960, o intelectual brasilianista de Harvard Lincoln Gordon, aparece quase como um vilão, com seus alarmantes telegramas para os presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson, em que apontava o risco iminente de o Brasil seguir Cuba em direção ao comunismo. “Se o Brasil for perdido, não será outra Cuba, mas outra China, em nosso hemisfério ocidental.” No contexto da Guerra Fria da época, pouco após Cuba se tornar socialista, esse era o pior pesadelo dos norte-americanos.

Em conversa com Kennedy, cujo áudio é reproduzido, Gordon avalia que o presidente brasileiro poderia ser um “ditador populista”, nos moldes do argentino Juan Perón. Em novembro de 1963, Lyndon Johnson afirma que não vai “permitir o estabelecimento de outro governo comunista no hemisfério ocidental”.

O documentário mostra, então, as ações de propaganda dos EUA, coordenadas por Gordon, para desestabilizar o governo brasileiro. Cita a criação e o financiamento de supostos institutos de pesquisa anti-Goulart, como o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) e o IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) para bancar “pesquisas” e campanhas de 250 candidatos a deputados, oito a governador e 600 a deputado estadual no país. Além disso, o estímulo de greves e artigos na imprensa contra o governo eram o “feijão com arroz” de “ações encobertas” da CIA (Agência Central de Inteligência) onde pretendia derrubar regimes, como explica o coordenador do Arquivo de Segurança Nacional dos EUA, Peter Kornbluh.

Ações sigilosas

Em telegrama para Washington, Gordon admite: “Estamos tomando medidas complementares para fortalecer as forças de resistência contra Goulart. Ações sigilosas incluem manifestações de rua pró-democracia, para encorajar o sentimento anticomunista no Congresso, nas Forças Armadas, imprensa e grupos da Igreja e no mundo dos negócios”. Entrevistado, o assessor de Gordon na embaixada, Robert Bentley, não nega o financiamento norte-americano, apenas sorri, cala e diz: “Isso era uma polêmica quando cheguei [ao Brasil]”.

O filme reitera ainda a importância do adido militar da embaixada Vernon Walters, amigo de oficiais brasileiros desde a 2ª Guerra Mundial, como o general Castelo Branco, que viriam a ser fundamentais na derrubada de Goulart. Cabia a Walters identificar insatisfeitos entre militares. O oficial descreve Castelo Branco, então chefe do Estado-Maior do Exército, como “altamente competente, oficial respeitado, católico devotado e admira papel dos EUA como defensores da liberdade”. Segundo Bentley, “havia muita confiança em Castelo Branco”, o “homem para sanear a situação, do ponto de vista dos interesses norte-americanos”.

Operação Brother Sam

Quando a situação esquenta, os EUA concordam em mandar navios de guerra para a costa brasileira, na chamada Operação Brother Sam, com o objetivo de intimidar e dissuadir o governo de resistir ao golpe. O presidente norte-americano autoriza, em áudio, a fazer “tudo o que precisarmos fazer. Vamos pôr nosso pescoço para fora (nos arriscar)”.

Um telegrama do Departamento de Estado dos EUA para Gordon descreve as medidas tomadas para “estar em posição de dar assistência no momento adequado a forças anti-Goulart, se decidido que isso seja feito”. A operação Brother Sam incluía enviar “uma força-tarefa naval, com um porta-aviões, quatro destróieres (contratorpedeiros) e navios-tanque para exercícios ostensivos na costa do Brasil”, além de 110 toneladas de munição e outros equipamentos leves, incluindo gás lacrimogêneo para controle de distúrbios, por avião.

Um telegrama “top secret” da CIA, de 30 de março – véspera da eclosão do movimento – mostra como os norte-americanos estavam bem informados e articulados com os conspiradores. No documento intitulado “Planos de Revolucionários em Minas Gerais”, os espiões dizem que “Goulart deve ser removido imediatamente. Os governadores de São Paulo e Minas Gerais chegaram definitivamente a um acordo. A ignição será uma revolta militar liderada pelo general Mourão Filho. As tropas vão marchar para o Rio de Janeiro”.

Documento assinado pelo secretário de Estado dos EUA, Dean Rusk, confirma que os golpistas pediram apoio militar aos EUA. “Pela primeira vez, os golpistas brasileiros pediram se a Marinha norte-americana poderia chegar rapidamente à costa sul brasileira”. Para o professor de História da UFRJ Carlos Fico, a retaguarda da Brother Sam foi fundamental para dar segurança aos militares que derrubariam o regime. Apesar dos documentos e de forma pouco convincente, o diplomata Bentley nega ter ouvido falar na operação.

Momentos engraçados

O filme tem ainda momentos engraçados. “Toda revolução, para começar, tem um maluco. O Mourão [general Olympio Mourão Filho, que liderou as tropas de Juiz de Fora em direção ao Rio] saiu!”, ri o general Newton Cruz, ex-chefe do SNI (Serviço Nacional de Informações). A filha do general Mourão Filho, Laurita Mourão, diz que o pai chamou de “covarde” Castelo Branco, o primeiro presidente militar após o movimento, ao ser criticado por suposta precipitação ao mover tropas em direção ao Rio. “Castelo Branco, você é um medroso, é um...” Nas palavras da filha, ele também “foi entregar a Revolução a Costa e Silva [posteriormente também presidente do regime], que estava dormindo, de cuecas”.

Após o sucesso da iniciativa, Gordon escreve aos EUA. “Tenho o enorme prazer de dizer que a eliminação de Goulart representa uma grande vitória para o mundo livre”. Robert Bentley conta que participou, no gabinete vazio de Goulart, de reunião sobre a posse do novo regime em que estava o presidente do Supremo Tribunal Federal. Ao telefone para o embaixador, foi perguntado se a posse do novo regime tinha sido legal, e respondeu: “Parece que foi legal, não sei dizer. Acordei 12h depois e [os EUA] tinham reconhecido o governo”.

“Há uma diferença entre Gordon, que quer ser muito caloroso, e nossa visão da Casa Branca, de que o sr. deveria ser um pouco cauteloso, porque estão prendendo um monte de gente.”

“Eu acho que há certas pessoas que precisam ser presas mesmo. Não vou fazer nenhuma cruzada contra eles, mas eu não quero... Eu gostaria que tivessem colocado alguns na prisão alguns antes que Cuba fosse tomada”, responde Johnson.

“Uma mensagem mais rotineira seria desejável neste momento.”

“Eu seria um pouco caloroso”, diz Johnson.

“É mesmo? Isso vai ser publicado.”

“Eu sei, mas eu estou me lixando!”, finaliza o presidente.

O filme avança, mostrando o Ato Institucional nº 1, que cassa os direitos políticos e mandatos de parlamentares e de militares. Um deputado chora sobre a mesa, na Câmara. E lembra, para ilustrar a proximidade do regime militar brasileiro com os EUA, a célebre frase que marcou o militar Juracy Magalhães, embaixador do Brasil em Washington: “O que é bom para os EUA é bom para o Brasil”.

Projeto familiar

O documentário é também um projeto familiar e uma homenagem do diretor, Camilo Tavares, ao pai, o jornalista e ativista político Flávio Tavares – um dos 15 presos trocados pelo embaixador americano Charles Elbrick, sequestrado no Rio em 1969.

Flávio aparece na famosa foto dos presos diante do avião que os levaria ao exílio, no México – onde o diretor nasceria, em 71 –, e em um flash rápido, em lista de “procurados”, com o nome de Flávio Aristides. É também Flávio Tavares quem faz as entrevistas, ficando frente a frente com ex-adversários, o diplomata Bentley e Jarbas Passarinho, ministro que assinou sua extradição. A mulher de Camilo, Karla Ladeia, é produtora-executiva.

Para o embaixador Elbrick, seu sequestro foi uma tentativa de “constranger os governos brasileiro e norte-americano”. Mas há outros momentos de constrangimento norte-americano no filme. Após aparecer a foto de um homem pendurado em um pau-de-arara, Bentley é questionado sobre as violações a direitos humanos. “É difícil de justificar oficialmente. Mas lamento... lamento (ri), de qualquer maneira”. À época, entretanto, as mensagens internas do governo norte-americano pregavam a discrição. “Embora não busquemos justificar atos extra-legais ou excessos do governo, concluí que nossa melhor decisão é nos aproximarmos ao máximo do silêncio de ouro”, recomenda Gordon.

O filme surpreende ainda com depoimentos inusitados e críticos de protagonistas do regime, como o general Newton Cruz, chefe do SNI. “Quando a Revolução nasceu era para fazer uma arrumação da casa. Ninguém passa 20 anjos para arrumar a casa!”

O filme conclui com uma frase ácida do coordenador do Arquivo de Segurança Nacional, o norte-americano Peter Kornbluh. “Tudo isso foi feito em nome da democracia, supostamente.”

Fonte: Da Redação, com agências

domingo, 24 de março de 2013


Óscar Lopes

Crítico literário e professor catedrático, Óscar Lopes nasceu em Leça da Palmeira em 1917. Licenciou-se em Filologia Clássica pela Faculdade de Letras de Lisboa e frequentou o curso de Ciências Histórico-Filosóficas em Coimbra e o Conservatório de Música do Porto. Entre 1951 e 1957 dinamizou a página literária do Comércio do Porto. Desempenhou funções docentes como professor do ensino secundário, até integrar,entre 1974 e 1987, os quadros da Faculdade de Letras do Porto, onde foi professor catedrático e onde fundou o Centro de Linguística, desenvolvendo uma atividade ensaística que sempre soube conciliar com seu interesse pela música e pela linguística. Foi presidente da Associação Portuguesa de Escritores e sócio de mérito da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto e integrou os júris de vários prémios literários. Mercê do seu envolvimento na oposição ao regime salazarista, foi, durante a ditadura, duas vezes detido, afastado temporariamente do serviço letivo oficial e viu obras suas apreendidas, sendo ainda múltiplas vezes impedido de participar em congressos ou outros eventos para que fora convidado no estrangeiro. Pertencendo à geração que, nos anos 40, nas páginas de Seara Nova ou Vértice defende uma arte comprometida e teorizada a partir das coordenadas ideológicas do marxismo dialético, o nome de Óscar Lopes, ao lado de outros, como Mário Dionísio, Mário Sacramento, Álvaro Cunhal ou Joaquim Namorado, é indissociável do processo que, integrando, além da criação, a teorização e a crítica literárias,conduzirá à afirmação e progressiva revisão crítica dos pressupostos do neorrealismo. A formação multifacetada de Óscar Lopes, especializada simultaneamente nos domínios da linguística, da musicologia,da história, da filosofia e da literatura, permitirá colmatar, no entanto, a perspetiva marxista dialética, noque impõe de compreensão do horizonte de realidade em que se inscreve o texto literário e enriquecer essa visão de conjunto por uma análise pormenorizada dos seus caracteres estilísticos. Caminhando pendularmente entre "a microanálise e as grandes sínteses" (cf. AA.VV. - Sentido Que a Vida Faz. EstudosPara Óscar Lopes, Porto, Campo das Letras, 1997, p. 16), o ensaísmo de Óscar Lopes, seja em volumes de grande fôlego e carácter referencial no domínio da historiografia literária, como a História da Literatura Portuguesa ou Entre Fialho e Nemésio, seja em estudos sobre a literatura contemporânea coligidos em Álbum de Família ou Cifras do Tempo, "se por um lado relevam de uma visão atenta às particularidades de um autor ou de uma obra, por outro lado partilham de idêntica amplitude reflexiva, permanecendo um lugar de interrogação epistemológica." (id. ibi, p. 16.) Um sentido de abertura criativa a novos métodos modelos, que, no âmbito da investigação linguística, culminaria num trabalho inovador, a Gramática Simbólica do Português, obra pioneira, que constitui um marco dos estudos linguísticos em Portugal. Tendo recebido múltiplas homenagens públicas, foi, em 23 de abril de 1987, aprovado pela Assembleia da República um Voto de Louvor como reconhecimento de que o seu nome  uma referência obrigatória da cultura portuguesa contemporânea".
O autor recebeu, em 2000, o prémio Vida Literária, atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores.
in Infopédia.Porto Editora

Foi membro do Partido Comunista Português

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Como referenciar este artigo:Óscar Lopes. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-03-24].
Disponível na www: .

terça-feira, 19 de março de 2013

Neo-liberalismo


Embora o termo tenha sido cunhado em 1938 pelo sociólogo e economista alemão Alexander Rüstow, o Neoliberalismo  só ganharia efectiva aplicabilidade e reconhecimento na segunda metade do século XX, especialmente a partir da década de 1980.Neoliberalismo ganharia força e visibilidade com o Consenso de Washington, em 1989. Na ocasião, a líder do Reino Unido, Margareth Thatcher, e o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, propuseram os procedimentos do Neoliberalismo para todos os países, destacando que os investimentos nas áreas sociais deveriam ser direccionados para as empresas. Esta prática, segundo eles, seria fundamental para movimentar a economia e, consequentemente, gerar melhores empregos e melhores salários. Houve ainda uma série de recomendações especialmente dedicadas aos países pobres, as quais reuniam: a redução de gastos governamentais, a diminuição dos impostos, a abertura económica para importações, a livre entrada do capital estrangeiro, privatização e desregulamentação da economia.
O objectivo do Consenso de Washington foi, em certa medida, alcançado com sucesso, pois vários países adoptaram as proposições feitas. Só que muitos países não tinham condições de arcar com algumas delas, o que gerou uma grande demanda de empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Logo, criava-se todo um sistema de privilégios para os países desenvolvidos, pois as medidas neoliberais eram implementadas sob o monitorização do FMI e toda essa abertura económica favorecia claramente aos países ricos, capazes de comprar as empresas estatais e de investir dinheiro em outros mercados. Por outro lado, o argumento de defesa do Neoliberalismo diz que a abertura económica é benéfica porque força à modernização das empresas. Entretanto, é preciso lembrar que muitas dessas empresas não tinham condições de se modernizar com tamanha rapidez e com tanto investimento, o que resultou em muitos empréstimos, incapacidade de pagamento, dívidas em crescimento, falência e, por sim, desemprego.

sexta-feira, 15 de março de 2013



Bergoglio, un Papa a la sombra de la dictadura militar argentina

Investigaciones periodísticas relacionan a Francisco I con desapariciones y torturas durante el gobierno de la Junta Militar de Videla en Argentina


Cuando de la chimenea de la Capilla Sixtina se divisó el humo blanco que indicaba la elección deun nuevo Papa, cientos de fieles que asistían a misa en la catedral de Buenos Aires se deshicieron en aplausos y ovaciones en honor al nuevo Papa Francisco I, que ellos conocían hasta ese momento como el cardenal primado de Argentina y arzobispo bonaerenseJorge Mario Bergoglio.
Para muchos otros, el máximo pontífice de la Iglesia Católica es no sólo un crítico acérrimo al aborto y al matrimonio homosexual, sino el jesuita quecolaboró con la dictaduraargentina (1976-1983) mientras se desempeñó como superior provincial de esa orden religiosa entre 1973 y 1979.
En 2010 Jorge Bergoglio tuvo que testificar en el juicio sobre los crímenes de lesa humanidad cometidos en la ESMA (Escuela Superior de Mecánica de la Armada), como se conoce al mayor centro clandestino de detenciones y torturas que existió con el régimen militar. El cardenal declaró durante más de cinco horas ante el tribunal que investigaba la detención en 1976 de dos curas jesuitas, Francisco Jalics y Orlandio Yorio, que trabajaban en una villa miseria (chabola) pese a la oposición de Bergoglio, líder por entonces de la Compañía de Jesús.
Después de que su superior les retirara la protección institucional, los sacerdotes fueronsecuestrados y detenidos en la ESMA. A los cinco meses fueron encontrados en las afueras de Buenos Aires, drogados y semidesnudos.
Según señala el reconocido periodista argentino Horacio Verbitsky, cuatro catequistas y dos de sus esposos fueron también secuestrados en el mismo operativo en el que detuvieron a los curas. Ninguno de los seis volvió a aparecer.
Poco se sabe de aquella intervención de Bergoglio ante la Justicia por los delitos de la ESMA, que fue privada. Según la querella del caso, el actual Papa “mintió” y se mostró “reticente” al momento de referirse a los dos sacerdotes jesuitas. Bergoglio, en cambio, aseguró ante la Justicia que había pedido por la suerte de sus subordinados en dos reuniones que tuvo con el primer general que encabezó la dictadura, Jorge Videla, y en otro par de ocasiones, con el jefe de la Marina Emilio Massera, que dirigió la ESMA e integró la Junta Militar responsable del golpe de Estado.
No fue ésta la única ocasión que el actual Sumo Pontífice tuvo que brindar su testimonio sobre la dictadura. El hasta ahora arzobispo fue llamado como testigo a petición de la Fiscalía y de la asociación Abuelas de Plaza de Mayo para que declarase sobre la apropiación por parte de los militares de los bebés que nacían en cautiverio durante la dictadura. Bergoglio pidió dar su declaración por escrito.
En concreto, se le solicitó información sobre el caso de Ana de la Cuadra, nieta robada de una de las fundadoras y primera presidenta de Abuelas, Alicia de la Cuadra, fallecida en 2008. Su hija Estela de la Cuadra, que ahora busca información sobre su sobrina y sobre su hermana Elena, desaparecida cuando estaba embarazada de cinco meses, presentó ante la Justicia la correspondencia entre Bergoglio y su padre, que le había solicitado ayuda para encontrarlas. ”¿Cómo es que Bergoglio dice que hace sólo diez años sabe del robo de bebés?”, preguntó Estela ante los tribunales. “Es la tercera vez que lo pido ante un tribunal: ¿lo vamos a citar para que declare o no lo vamos a citar para que declare?”, pedía allá por 2011.
Estela de Carlotto, actual presidenta de Abuelas, también ha cuestionado a Bergoglio por afirmar durante el juicio en la causa ESMA que se había enterado del robo de menores durante la dictadura unos diez años antes. “Por no hablar y mantener el silencio en este país tuvimos 30.000 desaparecidos y 560 nietos apropiados por represores” dijo en 2007. “Nosotros aún estamos esperando de la Iglesia haga una autocrítica sobre su actuación durante la última dictadura”.
Bergoglio no se defendió públicamente de estas acusaciones, hasta que en 2010 se publicó el libro “El jesuita, conversaciones con el cardenal Jorge Bergoglio”, en el que afrontó el tema de la dictadura. “Si no hablé en su momento fue para no hacerle el juego a nadie, no porque tuviese algo que ocultar”, explicó en ese libro.
“Hice lo que pude con la edad que tenía y las pocas relaciones con las que contaba para abogar por personas secuestradas”.

Reacciones

Aunque la presidenta argentina Cristina Fernández ha felicitado al nuevo Papa y asistirá a su asunción como Sumo Pontífice, desde las filas del oficialismo Bergoglio nunca ha sido muy querido, a raíz de las desavenencias y la distancia protocolar que mantuvieron con Bergoglio la actual mandataria como su marido y antecesor Néstor Kirchner.
Algunas reacciones no se han hecho esperar. El gobernador de Río Negro, Alberto Weretilneck mostró su asombro por la elección de los cardenales de El Vaticano: “No sé qué aporte ha hecho la Iglesia argentina para que lo hayan nombrado como Papa”.Menos sutil fue Agustina Kampfer , la pareja del actual vicepresidente, Amado Boudou, que tiró también desde Twitter su primer dardo: “No entiendo; ahora somos todos reee católicos y la Iglesia es la casa de Dios de verdad?” escribió.  “Bergoglio sigue siendo investigado por la participación de la Iglesia en delitos de lesa humanidad. Ni olvido ni perdón”, sentenció.
FUENTE

Un ersatz

 Por Horacio Verbitsky
Entre los centenares de llamados y mails recibidos, elijo uno. “No lo puedo creer. Estoy tan angustiada y con tanta bronca que no sé qué hacer. Logró lo que quería. Estoy viendo a Orlando en el comedor de casa, ya hace unos años, diciendo ‘él quiere ser Papa’. Es la persona indicada para tapar la podredumbre. Es el experto en tapar. Mi teléfono no para de sonar, Fito me habló llorando.” Lo firma Graciela Yorio, la hermana del sacerdote Orlando Yorio, quien denunció a Bergoglio como el responsable de su secuestro y de las torturas que padeció durante cinco meses de 1976. El Fito que la llamó desconsolado es Adolfo Yorio, su hermano. Ambos dedicaron muchos años de su vida a continuar las denuncias de Orlando, un teólogo y sacerdote tercermundista que murió en 2000 soñando la pesadilla que ayer se hizo realidad. Tres años antes, su íncubo había sido designado arzobispo coadjutor de Buenos Aires, lo cual preanunciaba el resto.
Orlando Yorio no llegó a conocer la declaración de Bergoglio ante el Tribunal Oral Federal 5. Allí dijo que recién supo de la existencia de chicos apropiados después de terminada la dictadura. Pero el Tribunal Oral Federal 6, que juzgó el plan sistemático de apropiación de hijos de detenidos-desaparecidos, recibió documentos que indican que ya en 1979 Bergoglio estaba bien al tanto e intervino al menos en un caso a solicitud del superior general, Pedro Arrupe. Luego de escuchar el relato de los familiares de Elena de la Cuadra, secuestrada en 1977, cuando atravesaba el quinto mes de embarazo, Bergoglio les entregó una carta para el obispo auxiliar de La Plata, Mario Picchi, pidiéndole que intercediera ante el gobierno militar. Picchi averiguó que Elena había dado a luz una nena, que fue regalada a otra familia. “La tiene un matrimonio bien y no hay vuelta atrás”, informó a la familia. Al declarar por escrito en la causa de la ESMA, por el secuestro de Yorio y del también jesuita Francisco Jalics, Bergoglio dijo que en el archivo episcopal no había documentos sobre los detenidos-desaparecidos. Pero quien lo sucedió, su actual presidente, José Arancedo, envió a la jueza Martina Forns copia del documento que publiqué aquí, sobre la reunión del dictador Videla con los obispos Raúl Primatesta, Juan Aramburu y Vicente Zazpe, en la que hablaron con extraordinaria franqueza sobre decir o no decir que los detenidos-desaparecidos habían sido asesinados, porque Videla quería proteger a quienes los mataron. En su clásico libro Iglesia y dictadura, Emilio Mignone lo mencionó como paradigma de “pastores que entregaron sus ovejas al enemigo sin defenderlas ni rescatarlas”. Bergoglio me contó que en una de sus primeras misas como arzobispo divisó a Mignone e intentó acercársele para darle explicaciones, pero que el presidente fundador del CELS alzó la mano indicándole que no avanzara.
No estoy seguro de que Bergoglio haya sido elegido para tapar la podredumbre que redujo a la impotencia a Joseph Ratzinger. Las luchas internas de la curia romana siguen una lógica tan inescrutable que los hechos más oscuros pueden atribuirse al espíritu santo, ya sean los manejos financieros por los que el Banco del Vaticano fue excluido del clearing internacional porque no cumple con las reglas para controlar el lavado de dinero, o las prácticas pedófilas en casi todos los países del mundo, que Ratzinger encubrió desde el Santo Oficio y por las que pidió perdón como pontífice. Ni siquiera me extrañaría que, brocha en mano y con sus zapatos gastados, Bergoglio emprendiera una cruzada moralizadora para blanquear los sepulcros apostólicos.
Pero lo que tengo por seguro es que el nuevo obispo de Roma será un ersatz, esa palabra alemana a la que ninguna traducción hace honor, un sucedáneo de menor calidad, como el agua con harina que las madres indigentes usan para engañar el hambre de sus hijos. El teólogo brasileño de la liberación Leonardo Boff, excluido por Ratzinger de la enseñanza y del sacerdocio, tenía la ilusión de que fuera elegido el franciscano de ancestros irlandeses Sean O’Malley, que carga con la diócesis de Boston, quebrada por tantas indemnizaciones que pagó a niños vejados por sacerdotes. “Se trata de una persona muy vinculada a los pobres porque trabajó mucho tiempo en América Latina y el Caribe, siempre en medio de los pobres. Es una señal de que puede ser un papa diferente, un papa de una nueva tradición”, escribió el ex sacerdote. En la Silla Apostólica no se sentará un verdadero franciscano sino un jesuita que se hará llamar Francisco, como el pobrecito de Asís. Una amiga argentina, me escribe azorada desde Berlín que para los alemanes, que desconocen su historia, el nuevo papa es tercermundista. Menuda confusión.
Su biografía es la de un populista conservador, como lo fueron Pío XII y Juan Pablo II: inflexibles en cuestiones doctrinarias pero con una apertura hacia el mundo, y sobre todo, hacia las masas desposeídas. Cuando rece su primera misa en una calle del trastevere o en la stazione termini de Roma y hable de las personas explotadas y prostituidas por los poderosos insensibles que cierran su corazón a Cristo; cuando los periodistas amigos cuenten que viajó en subte o colectivo; cuando los fieles escuchen sus homilías recitadas con los ademanes de un actor y en las que las parábolas bíblicas coexisten con el habla llana del pueblo, habrá quienes deliren por la anhelada renovación eclesiástica. En los tres lustros que lleva al frente de la Arquidiócesis porteña hizo eso y mucho más. Pero al mismo tiempo intentó unificar la oposición contra el primer gobierno que en muchos años adoptó una política favorable a esos sectores, y lo acusó de crispado y confrontativo porque para hacerlo debió lidiar con aquellos poderosos fustigados en el discurso.
Ahora podrá hacerlo en otra escala, lo cual no quiere decir que se olvide de la Argentina. Si Pacelli recibió el financiamiento de la Inteligencia estadounidense para apuntalar a la democracia cristiana e impedir la victoria comunista en las primeras elecciones de la posguerra y si Wojtyla fue el ariete que abrió el primer hueco en el muro europeo, el papa argentino podrá cumplir el mismo rol en escala latinoamericana. Su pasada militancia en Guardia de Hierro, el discurso populista que no ha olvidado, y con el que podría incluso adoptar causas históricas como la de las Malvinas, lo habilitan para disputar la orientación de ese proceso, para apostrofar a los explotadores y predicar mansedumbre a los explotados.
in Página /12, El país

quinta-feira, 14 de março de 2013

Pacto de agressão ou memorando de ajuda?


por Daniel Vaz de Carvalho
"Há duas maneiras de submeter e escravizar uma nação, uma é pela espada a outra é pela dívida";
"a dívida é uma arma contra os povos, os juros são as munições". 

John Adams, 1735-1826, 2º presidente dos EUA
(citado por John Perkins em "Confessions of an economic hitman")
Comentadores, deputados da maioria e do PS (os apoiantes da troika) falam em "memorando de ajuda", "resgate de ajuda" e ficam muito incomodados, por vezes têem tremuras de indignação, quando ouvem falar em "pacto de agressão". Talvez possam ser pruridos de má consciência.

Para eles a verdade oficial não é para ser contestada nem posta em dúvida. Será por conformismo? Por seguidismo oportunista? Ficaremos no grau zero do pensamento político, equivalente ao medieval domínio da escolástica e dos seus anátemas, se não colocarmos a questão nos seus fundamentos de cultura crítica: agressão ou ajuda?

Vejamos, quando a Alemanha nazi se rendeu aos aliados a sua dívida teve condições de baixo juro, longo prazo (mais de 30 anos, renegociáveis), serviço de dívida de 5% das exportações. A grande indústria e sectores estratégicos (energia, telecomunicações, transportes fundamentais) ficaram nas mãos do Estado. Em 1982, na RFA, o sector empresarial do Estado representava ainda 12,5% do VAB de todas as empresas.

Isto está nos antípodas das exigências da troika.

A Alemanha nazi e seus aliados fascistas (o Eixo) invadiram países, destruíram infraestruturas, massacraram populações, pilharam riquezas, impuseram governos colaboracionistas, instituíram um banco (o Reichbank) que tinha a seu cargo, a partir de uma moeda única para transações entre os países, organizar o processo de extorsão.

Hoje o BCE tem papel idêntico: a extorsão dos países fragilizados por tratados iníquos e antidemocráticos que governos irresponsáveis, colaboracionistas e que mentiram ao seus povos, aprovaram.

Comparemos então em que consiste a agressão a um país e ao seu povo com o pacto da troika.

AGRESSÃO / OCUPAÇÃO
PACTO DA TROIKA
Rendição incondicionalO pacto é considerado inegociável pelo governo.
Imposto um governo fiel executante das imposições do agressorO governo considera que o pacto é para cumprir custe o que custar
Parte relevante da atividade produtiva foi destruída ou encontra-se inoperativaParte relevante da atividade produtiva encontra-se parada ou funcionando em condições precárias devido às condições impostas
O país fica submetido a autoridades de ocupação com direito de sancionarem as suas políticasO governo está submetido a avaliação permanente das autoridades da troika quanto ao cumprimento do pacto, podendo ser sancionado.
O país atravessa grave crise económica e socialO país atravessa grave crise económica e social, profunda recessão e permanente estagnação.
Grande número de pessoas foram liquidadas perderam-se para a vida ativa (mortas, feridas, prisioneiras)Grande número de pessoas perderam-se para a vida ativa devido ao desemprego generalizado, de longa duração e sem esperança de se reduzir.
Os direitos dos cidadãos encontram-se restringidos.Os direitos e apoios sociais (educação, saúde, etc) são cada vez mais restringidos. O código laboral configura traços fascizantes tentando mesmo eliminar ou sobrepor-se à negociação coletiva.
A vida cultural decai, a pobreza alastra, o pensamento independente é reprimido por se opor aos agressores.A vida cultural decai, a pobreza alastra, o pensamento independente é marginalizado ou reprimido por se opor ao pacto.
A economia é posta a funcionar segundo os interesses do agressor.A economia é posta a funcionar segundo o definido no pacto. Empresas e património público são postos em condições de serem absorvidos pelo grande capital estrangeiro ou a este associado.
O Estado não está autorizado a estabelecer uma política económica.O Estado segundo o pacto não pode interferir no livre movimento de capitais nem influir na gestão ou controlo das empresas em que seja acionista e deve alienar as suas participações
A função do governo é sobretudo manter a "ordem" estabelecida pelo agressor e garantir a exploração do povo sem constrangimentos.O governo deve garantir a "ordem" estabelecida pelo pacto, assegurar a moderação salarial e eliminar direitos laborais. Situação definida como "pacote de exploração".
O essencial da economia é ser orientada para a exportação de acordo com as necessidades e os interesses do agressor e nas suas condições de troca desigual.A economia está a ser orientada para a exportação de acordo condições do pacto e tratados que as potências dominantes impõem. As exportações baseadas em mão-de-obra barata e sem direitos representam troca desigual.
A democracia, se formalmente existente, é mera fachada da opressão. O governo esforça-se prioritariamente por merecer a confiança do agressor.A democracia torna-se uma formalidade como fachada para impor o pacto; é reduzida às suas expressões mais simples. São instaurados sistemas de opressão (censura, marginalização) para garantir vinculação ao pacto, "darmos credibilidade" e "merecer a confiança dos mercados".
O agressor impõe deslocações massivas de mão-de-obra barata para a colocar vantajosamente ao seu serviçoAs condições de vida em consequência do pacto (e seus prolegómenos: PEC, tratados UE) impõem a emigração massiva, aliás explicitamente fomentada pelo governo de gestão do pacto (40 mil pessoas nos primeiros seis meses de 2012).
Doses massivas de propaganda são promovidas para intoxicação da opinião pública justificando agressão. É instituída a censura.Doses massivas de propaganda são promovidas para intoxicação da opinião pública justificando o pacto. É instituída a censura camuflada com o epíteto de "critério editorial".
É estabelecida uma aliança com os colaboracionistas, promovidos a elite política, económica e social.É estabelecida uma aliança com os mentores e apoiantes e colaboracionistas do pacto colocados ao seu serviço e promovidos a elite política, económica e social.
Desde o fim da 1ª guerra mundial os agressores têm tido invariavelmente como justificação ideológica o anticomunismo e a imposição do "mercado livre".O pacto tem como justificação ideológica o anticomunismo e o "mercado livre".
A Constituição é suspensa substituída pelas diretivas do agressor.As diretivas do pacto sobrepõem-se à Constituição.
O governo é mero fantoche cujo objetivo prioritário é drenar riqueza para as potências agressoras.O governo é mero fantoche cujo objetivo prioritário é drenar riqueza para as potências representadas no pacto… obviamente de agressão.
O pacto da troika atua como a bomba de neutrões que eliminava pessoas sem destruir edifícios. Neste caso as pessoas são eliminadas da vida ativa do país, pela pobreza, desemprego, marginalização, emigração massiva; as instalações ficam à mercê dos predadores que agem na esteira da agressão.

Dizem-nos a todas as horas que não havia – nem há – outra solução senão o pacto da troika. Mas este foi o argumento dos Petain, Laval, Quisling e outros nomes por demais repugnantes.

Outros foram os argumentos dos resistentes que lutaram contra a agressão aos seus países e venceram. Outros foram os argumentos de De Gaulle, Moulin, Vercors, Rochet, Togliatti (cito de cor) e tantos outros que a História venera e não merecem ser esquecidos.

Há de novo uma guerra europeia conduzida pela Alemanha, consequência direta do fim da RDA, que hoje se verifica ter sido essencial para a defesa dos interesses dos povos da Europa e da soberania dos países mais frágeis.

A ambição alemã de colocar a Europa a funcionar segundo os seus interesses de potência hegemónica teve, tal como no passado, a colaboração de governos completamente desacreditados traindo promessas e compromissos com seus povos. Porém, a Alemanha está a perder a guerra da globalização esquecendo, tal como os EUA, que a História mostra que o destino das nações agressoras foi sempre destruírem-se também a si próprias.

A UE está em desagregação, fala a várias vozes, a sua moeda única tem futuro mais que incerto, os tratados estão completamente desajustados das realidades, resta a repressão e o aumento da exploração para manter o domínio neoliberal ao serviço de uma finança predadora, usurária, corrupta, mas que tem ao seu serviço políticos incompetentes e sem palavra.

A compreensão de que estamos sujeitos a um pacto de agressão não é figura de retórica ou propaganda política, é uma base essencial para estabelecer um processo de recuperação da soberania e da democracia.

A ligação e a tomada de posições comuns entre países sujeitos a idênticos processos é também essencial. Os agressores fazem tudo para o evitar. O lema imperialista sempre foi: dividir para reinar.

A compreensão de que o nosso país, tal como outros em situação idêntica, é vítima de uma agressão externa é imediatamente compreensível se atentarmos no que será necessário realizar para a recuperação económica e social. Neste momento o país encontra-se com a indústria, a agricultura, as pescas, em processo de destruição e os serviços sociais a serem desmantelados. A sua recuperação vai exigir esforços não diferentes da reconstrução de um país que tivesse suportado uma agressão militar.

Essa reconstrução terá de ser e será feita, mas só poderá ser levada a cabo por forças consequentemente patrióticas e progressistas

Patrióticas, pois porão os interesses da sua Pátria acima de todos os outros incluindo diferenças ideológicas. Progressistas, pois colocarão os interesses e a felicidade de todo o povo acima dos interesses da oligarquia monopolista e especuladora, não se confundindo nem estabelecendo consensos com mercenários de interesses espúrios e estrangeiros ou com sicofantas e fala-baratos que tenham colaborado na desgovernação do país.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

segunda-feira, 11 de março de 2013

Hugo Chavez, El Comandante


Pelo Socialismo
Questões político-ideológicas com atualidade
http://www.pelosocialismo.net
_____________________________________________
Publicado em: http://prensapcv.wordpress.com/2013/03/05/declaracion-del-partido-comunista-de Venezuela/#
more-1644
Tradução do castelhano de PAT
Colocado em linha em: 2013/03/10
Falecimento de Hugo Chávez
Declaração do Partido Comunista da Venezuela
Nota de imprensa – 2013/03/05

A Comissão Política do Comité Central do Partido Comunista da Venezuela, com
profunda dor ante o desaparecimento físico do nosso Presidente Hugo Rafael Chávez
Frías, líder indiscutível do processo bolivariano na Venezuela, na América Latina e no
mundo, deseja expressar a sua firme convicção de que continuarão levantadas as
bandeiras de luta da revolução socialista e da unidade popular revolucionária.
O presidente Hugo Rafael Chávez Frías, durante toda a sua vida, dedicou esforços e
contribuiu para a construção e defesa da pátria, na procura da conquista de uma
sociedade de justiça e liberdade para o povo trabalhador venezuelano, latino americano
e do mundo, enfrentando o imperialismo mundial e os seus lacaios.
É indiscutível que o nosso camarada presidente assumiu sempre, com exemplar
disciplina e abnegação revolucionária, a difícil e exigente tarefa de conduzir a nossa
pátria pelos caminhos da construção de uma sociedade mais justa, assumindo-a como
um compromisso de vida.
A Comissão Política do Partido Comunista da Venezuela condena as políticas de
guerra mediática e manipulação que empreendem os sectores reaccionários da
Venezuela, com a orientação do imperialismo norte-americano, principal inimigo da
classe operária e de todo o povo trabalhador.
Apelamos ao povo venezuelano e às forças políticas e sociais revolucionárias para que
cerrem fileiras e se mantenham alerta e vigilantes perante as pretensões do
imperialismo de criar o caos e a desestabilização no nosso país. Pelo que devemos
demonstrar os altos níveis de organização e mobilização disciplinada do nosso povo,
em todas as instâncias criadas durante estes últimos anos.
Fazemos chegar aos seus entes mais queridos e que o amaram entranhadamente em
vida, as nossas expressões de solidariedade e condolências, muito especialmente aos
seus filhos e demais familiares.
A Comissão Política rende homenagem ao camarada presidente Hugo Rafael
Chávez Frías, quadro revolucionário que se eternizará no imaginário colectivo da

quarta-feira, 6 de março de 2013

Posted: 05 Mar 2013 02:38 PM PST










Da América Latina à Ásia, passando por África ou o Médio Oriente, as potências coloniais de ontem, neocolonialismo de hoje, fizerem e desfizeram constantemente governos, em função dos seus interesses. O método está bem oleado...




Pequeno manual para desestabilizar um regime hostil:


1- Ser-se uma potência imperial,


2 - Financiar todos os movimentos de oposição, por muito pequenos que sejam, reivindicando uma democracia ocidental,


3 - Identificar os futuros possíveis líderes e organizar estágios de formação de agitação,


4 - Dar um impacto internacional a qualquer manifestação da oposição graças aos média controlados por eles,


5 - Destacar a repressão brutal cometida pelos regimes desses países,


6 - Colocar alguns snipers no percurso dos manifestantes e disparar sobre o povo e as forças da ordem,


7 - Denunciar a barbaridade da repressão,


8 - Armar clandestinamente pequenos grupos extremistas estrangeiros, de preferência com ideologias suicidas, e apelidá-los de rebeldes ou combatentes da liberdade,


9 - Apresentar esses pequenos grupos como sendo um movimento popular,


10 - Organizar perto das fronteiras desses países bases de treino de guerrilha, que serão apresentados como campos de refugiados,


11 - Bloquear as vozes discordantes através da censura,


12 - Organizar pequenos grupos de opositores no estrangeiro e fazer com que sejam eles apenas a fonte de qualquer informação,


13 - Bombardear, se o contexto internacional o permitir, as forças armadas desses países dizendo que se está a proteger a população da repressão do ditador que ameaçava matar o seu povo.



Logicamente, a médio ou curto prazo, o caos instala-se e atingiu o objectivo: o poder forte que lhe fazia frente desapareceu. Poderá então roubar as riquezas desse país, para tal deverá alimentar conflitos internos (étnicos, religiosos,...) organizando de vez em quando atentados suicidas. Já não necessita de cobertura mediática.





Texto de Marco Tugayé, traduzido do francês por Octopus.




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Tito Lívio
Tito Lívio, conhecido simplesmente como Lívio, é o autor da obra histórica intitulada Ab urbe condita, onde tenta relatar a história de Roma desde o momento tradicional da sua fundação 753 a.Wikipedia
Tito Lívio

Tito Lívio nasceu em 59 a. C. em Pádua e morreu em 16 d. C. na mesma cidade. Era de família patrícia e foi amigo de Augusto e precetor de Cláudio. Foi enorme a sua reputação como escritor.A sua História Romana desde a fundação compunha-se de 142 livros dos quais nos chegaram apenas os livros I-IX e XXI-XLV mais alguns fragmentos.
É posterior a Tito Lívio a divisão da sua obra em décadas(grupos de 10 livros).
O valor de Tito Lívio como historiador é discutível. Não tem a preocupação dos documentos e das fontes,nem espírito crítico. Tem sobretudo a preocupação de moralizar. Os seus heróis são modelos e as virtudesdo passado são enaltecidas.
Embora sincero, não é imparcial. O seu amor por Roma fá-lo exaltar em excesso os seus concidadãos em detrimento de inimigos como Aníbal e os Cartagineses. Literariamente, porém, Tito Lívio está na primeira linha dos escritores romanos. Narrador vivo e dramático, vale também pelos discursos que coloca na boca das suas personagens e que, embora fictícios e retóricos, lhes definem o carácter. O seu estilo, amplo,nobre e harmonioso lembra Cícero, embora se lhe possam apontar algumas irregularidades de sintaxe.
---in Infopédia

domingo, 3 de março de 2013

Opinião


Comunismo: um gigantesco processo de emancipação ainda longe de concluído

por Domenico Losurdo [*]
Continuo a julgar correcta a visão da ideologia alemã, segundo a qual o comunismo é sobretudo "o movimento real que abole o actual estado de coisas". Observemos as mutações que se verificaram no mundo a partir da primeira revolução que se reclamou de Marx e Engels. Antes de Outubro de 1917 não havia democracia, mesmo no Ocidente: era o reino das três grandes discriminações para com as mulheres, as classes subalternas, os povos coloniais e de origem colonial.

Com Fevereiro e Outubro de 1917, a Rússia revolucionária reconheceu às mulheres direitos políticos e activos e passivos. A República de Weimar (nascida da revolução que explodiu na Alemanha um ano após a revolução de Outubro) tomou o mesmo caminho, seguido pelos Estados Unidos. É certo que na Itália, Alemanha, Áustria e Inglaterra o sufrágio universal (masculino) estava mais ou menos afirmado, mas ficava neutralizado por uma Câmara alta que permanecia o apanágio da nobreza e da grande burguesia.

A discriminação racial apresentava-se sob uma forma dupla: considerados como indignos de se constituírem como Estado nacional independente, os povos coloniais eram submetidos à dominação absoluta das grandes potências. Num país como os EUA, os afro-americanos eram excluídos dos direitos políticos (e por vezes mesmo dos direitos cívicos). A ultrapassagem da discriminação racial sob estes dois aspectos não pode ser pensada sem o capítulo da história aberto por Outubro de 1917. O papel desempenhado pelos Partidos Comunistas nas revoluções anti-coloniais é notável. E no que se refere aos Estados Unidos? Em Dezembro de 1952, o ministro da Justiça enviava o Tribunal Supremo, ocupada a discutir a questão da integração nas escolas públicas, uma carta eloquente: "A discriminação racial leva a água ao moinho da propaganda comunista". O desafio comunista desempenhou um papel essencial igualmente na ultrapassagem do regime da supremacia branca.

Os direitos sociais e económicos fazem parte da democracia tal como a esquerda a entende. E foi este patriarca do neoliberalismo, Hayek, que denunciou o facto de que a teorização e a presença no Ocidente destes direitos remetiam à influência, por ele considerada nefasta, da "revolução marxista russa".

Compreende-se portanto que, à atenuação do desafio comunista, corresponda no Ocidente uma restauração. Não se trata só do desmantelamento do Estado social. O peso da riqueza é tão forte que, mesmo nas colunas do New York Times, podem-se ler denúncias considerando que o regime em vigor nos Estados Unidos assemelha-se mais a uma "plutocracia" do que à democracia. A contra-revolução é evidente igualmente nos caso do colonialismo, reavaliada pelo teórico da "sociedade aberta", Karl Popper: "Nós libertámos estes Estados (as antigas colónias) muito apressadamente e de modo demasiado simplista".

Vejamos, em sentido contrário, o que se passa num país continente que ficou sob a direcção do Partido Comunista. Pondo fim à catástrofe provocada pelas guerras do ópio e a agressão colonialista, a China devolveu a centenas de milhões de pessoas o primeiro dos direitos do homem, a saber, o direito à vida. O Estado social começa aqui a dar os seus primeiros passos, ao passo que doravante ele é renegado no Ocidente, inclusive no plano teórico.

Mas isto não é tudo: ao reduzir rapidamente seu atraso tecnológico em relação aos países capitalistas mais avançados, a China põe fim à "era de Colombo", que havia começado com a descoberta-conquista da América e que viu o Ocidente sujeitar o planeta inteiro. Vêem-se criar as condições para frustrar as tentações colonialistas e democratizar as relações internacionais. O declínio da doutrina Monroe, à qual a revolução cubana infligiu pela primeira vez um golpe severo, está lá para confirmar.

Como acontecer muitas vezes com revoluções, aquela principiada há aproximadamente um século seguiu um percurso completamente imprevisto. Estamos em todo caso na presença de um gigantesco processo de emancipação que está bem longe de ter chegado à sua conclusão.
[*] Filósofo, professor da Universidade de Urbino, Itália.

O original encontra-se em www.humanite.fr/... 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Viagem à Polónia

Viagem à Polónia
Auschwitz: nele pereceram 4 milhôes de judeus. Depois dos nazis os genocídios continuaram por outras formas.

Viagem à Polónia

Viagem à Polónia
Auschwitz, Campo de extermínio. Memória do Mal Absoluto.