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sábado, 8 de fevereiro de 2014

DITADURAS - Argentina

Peronismo

Publicado por: Rainer Gonçalves Sousa em História da AméricaPeronismo 
Juan Perón estabeleceu na Argentina a onda populista que tomou conta de diferentes governos latino-americanos.

O desenvolvimento econômico argentino
 trouxe um amplo processo de urbanização
 que concomitantemente ampliou os grupos
 trabalhadores do país. A ascendência
 desse novo cenário sócio-político 
estremeceu o controle político das 
oligarquias que se cristalizaram no
 poder. As tensões e disputas
 políticas ficaram assim marcadas
 pelo surgimento da União Cívica Nacional, que reunia diversos grupos políticos 
defensores do estado democrático. 

Durante a década de 1920, a União Cívica conseguiu chegar ao poder com a
 eleição de Hipólito Irigoyen. A força política desse novo grupo foi oprimida pelos
 grupos conservadores que, no ano de 1930, realizaram um golpe político com 
o apoio dos Estados Unidos. Dessa forma, a década de 1930 foi conhecida 
como a década da infâmia, onde fraudes eleitorais e a violência davam 
sustentação à chamada Concordância. 

No ano de 1943, a Concordância impôs o mandato de Ramon Castilho,
 que ficaria conhecido como o último dos presidentes apoiados pelo
 grupo conservador. Em seu governo, o coronel Juan Domingo Perón 
liderou a pasta do Ministério do Trabalho. Utilizando uma pauta de ação
 política extremamente voltada às classes, Perón incentivou a ampliação 
dos direitos trabalhistas e a organização dos movimentos sindicais argentinos. 

Seu apelo popular, usualmente dirigido aos “descamisados” da nação argentina,
 fez com que Perón ganhasse as eleições de 1946. A sua perspectiva política
combinava elementos de traço populista e mecanismo de centralização do poder. 
O governo atuava diretamente na economia, monopolizando o comércio exterior
 e nacionalizando outros vários setores da economia. O poder de intervenção 
estatal aliado ao notável desenvolvimento econômico trouxe um cenário marcado
 por baixos preços e altos salários. 

De acordo com o próprio Perón, essa seria a autêntica “justiça social” necessária 
ao povo argentino. A fama desse seu discurso acabou dando nome ao seu estilo 
de governo, conhecido como “justicialista”. Os elementos paternalistas e nacionalistas
 de Juan Perón andavam de mãos dadas com um governo repressor que não 
aceitava protestos públicos e aniquilou a oposição política através de um sistema
 unipartidarista. 

A popularidade que lhe garantiu um segundo mandato, em 1951, não conseguiu
 resistir à crise econômica deflagrada naquele mesmo ano. O papel intervencionista
 do Estado acabou gerando uma enorme dívida pública incapaz de desenvolver a 
indústria pesada e de bens não-duráveis. O processo inflacionário veio logo em 
seguida. A estagnação da economia obrigou seu governo a tomar medidas impopulares
 que regulavam o consumo e congelava os salários. 

O clima de instabilidade piorou quando Perón sofreu com as denúncias de corrupção
 e rompeu relações com a Igreja. As boas relações entre Perón e a Igreja foram um 
fator de suma importância para o desgaste de sua imagem política entre uma 
população de maioria católica. Outro ponto que desequilibrou o governo de Perón
 foi a morte de sua esposa, Eva Perón, considerada a verdadeira alma do trabalhismo argentino. 

No mês de setembro de 1955, os militares argentinos realizaram um golpe político contra
 Juan Perón. Acuado e sem amplo apoio popular, abdicou do poder e exilou-se na
 Espanha. A instabilidade política que marcou o cenário argentino a partir de então, 
forçou o governo militar a convocar novas eleições no início dos anos 70. 
Como resultado do pleito, o candidato peronista Héctor Cámpora tornou-se o
 novo presidente argentino. 

O novo presidente argentino articulou forças para que Juan Perón retornasse 
ao posto presidencial. Dessa forma, Hector renunciou ao posto para que novas
 eleições viessem a trazer Perón de volta ao poder, no ano de 1973. Sem
 a mesma eloqüência e vigor de outrora, Perón viria a falecer no ano seguinte. 
Os problemas econômicos e a instabilidade do cenário político abriram portas
 para que, dois anos depois, um novo golpe militar chegasse ao poder.
Por Rainer Sousa 
Mestre em História
in Mundo Educação

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