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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Pelo Socialismo
Questões político-ideológicas com atualidade
http://www.pelosocialismo.net

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Publicado em 2014/09/16, em: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_09_16/Tribunal-Russell-est-amea-ando-
Am-rica-e-Europa-de-s-ndrome-ucraniana-9421/
Colocado em linha em: 2014/09/22

Tribunal Russell está ameaçando América e
Europa de “síndrome da Ucrânia”
Andrei Ivanov

Os presidentes da Ucrânia, Piotr Poroshenko, e dos Estados Unidos,
Barack Obama, o chefe da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e o
secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, são reconhecidos
culpados de crimes militares cometidos em Donbass. A sentença foi
proclamada pelo Tribunal Russell, reunido no sábado passado1 em
Veneza.
Destaque-se que uma prisão não ameaça por enquanto as personalidades referidas
acima. O Tribunal Russell é uma entidade informal e as suas resoluções não são
obrigatórias para a execução. Foi convocado pela primeira vez em 1967, por iniciativa
do filósofo Bertrand Russel e Jean-Paul Sartre, para reprovar os crimes militares
cometidos por americanos e seus aliados no Vietname. Uma das suas tarefas foi
“estabelecer a verdade sobre aquela guerra sem dar atenção ao medo e simpatias”.
Atualmente, um júri formado por quatro juízes do povo, liderado por Albert Gardin,
presidente do comité organizativo do Tribunal Russell em Veneza e um dos dirigentes
do movimento pelo restabelecimento da independência da República de Veneza,
tentou estabelecer a verdade sobre a guerra no Sudeste da Ucrânia.
Não é fácil de fazer para as pessoas que vivem na Europa ou na América. Os média
locais estão a deturpar os acontecimentos reais, afirmando que em Kiev teria
decorrido uma revolução democrática pacífica, que as unidades militares enviadas
pelas novas autoridades teriam lutado no sudeste contra os terroristas financiados
pelo Kremlin, tentando com a ajuda de militares russos separar aquela região da
Ucrânia e anexá-la à Rússia, a exemplo da Crimeia, ocupada ilegalmente pela Rússia.
Muitos americanos e europeus, sem falar de ucranianos, não acreditam nesses
comunicados absurdos.
1 2014/09/13. Fizeram-se algumas ligeiras alterações à variante do português do Brasil. – [NE]
2
Os ucranianos que não haviam concordado com a “revolução democrática” de Kiev
tentaram provar aos europeus que as autoridades ucranianas fazem uma guerra
bárbara contra a população do sudeste, com o apoio moral e financeiro dos EUA e da
UE, inclusive com a ajuda de mercenários americanos e europeus.
Em países da União Europeia foi apresentada uma mostra móvel de fotografias em
que são fixadas imagens de cadáveres queimados na Casa de Sindicatos em Odessa,
incendiada por nacionalistas ucranianos, de cidades e aldeias de Donbass, destruídas
por artilharia e aviação da Ucrânia, de crianças em refúgios antiaéreos, de corpos
humanos dilacerados em ruas. Mas essas fotografias cruéis e francas não foram vistas
por muitas pessoas, para esperar que os europeus mudem sua atitude para com os
acontecimentos na Ucrânia.
Possivelmente, o Tribunal Russel ajudará os europeus e americanos a tomar
consciência dos acontecimentos na Ucrânia. Ao ter ouvido as declarações de
testemunhas sobre os horrores da guerra civil no sudeste, o tribunal reconheceu
culpados desse pesadelo: os presidentes da Ucrânia, Piotr Poroshenko, e dos Estados
Unidos, Barack Obama, o chefe da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e o
secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen. O veredicto de culpa e as
respetivas provas serão encaminhados para a ONU, a OSCE e o Tribunal Penal
Internacional.
Naturalmente, só as pessoas ingénuas podem supor que, após a sessão, os culpados
vão ocupar o banco dos réus, o que não aconteceu também depois do Tribunal de
1967, dedicado a Vietname. Mas aquela sessão contribuiu para o surgimento de um
amplo movimento antimilitarista nos EUA e na Europa, cuja envergadura, tal como
os êxitos dos guerrilheiros vietnamitas que haviam lutado contra americanos e seus
fantoches vietnamitas, obrigaram, no final de contas, os Estados Unidos a deixar o
Vietname em paz. É muito provável que na Ucrânia aconteça o mesmo. É interessante
se a América irá experimentar depois disso uma “síndrome da Ucrânia” à
semelhança da “síndrome do Vietname”?

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