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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

OPINIÃO 4

A reedição de "Consideraciones sobre el marxismo", de Perry Anderson ( Siglo XXI, Espanha, 2012), é um acontecimento que merece relevo. Publicado em 1976 traz um prólogo recente do autor, justamente célebre ensaísta e historiador britânico, com obras notáveis no extenso curriculum: El Estado absolutista, Transiciones de la Antigüedad al feudalismo, etc. Existem traduções na Editora Boitempo. Na obra citada acima P. Anderson começa por afirmar que "Ainda está por escrever-se a história do marxismo desde o seu nascimento há pouco mais de um século". Que eu saiba este desafio ainda não foi cumprido. Anderson organiza o balanço segundo várias gerações de marxistas, sendo a primeira constituída por autores como Plehkánov, Kautsky, Mehring e outros, cujo labor, embora diferenciado, visava "sistematizar o materialismo histórico como teoria geral do homem e da natureza, capaz de substituir as disciplinas burguesas rivais e oferecer ao movimento operário uma visão ampla e coerente do mundo que pudesse ser captada facilmente pelos seus militantes". A geração seguinte veio a ser protagonizada por Lenine, Rosa Luxemburgo e Hilferding. Outras gerações se seguiram: Trotsky, Bauer, Bukárin...Anderson constata que esta "tradição clássica" era constituída por teóricos que desenvolviam actividade política intensa, com profundas divergências entre eles, políticas e teóricas. A partir da 2ª Guerra Mundial verifica-se o surgimento do "Marxismo Ocidental", pontificando nomes cimeiros entre os quais: W. Banjamin, Horkheimer, Della Volpe, Marcuse, numa primeira geração, depois H. Lefebvre, Adorno, Sartre, L. Goldmann, Althusser. O "Marxismo Ocidental" caracterizar-se-ia por por um afastamento progressivo dos teóricos relativamente à acção prática, de diversificadas orientações marxistas relativamente ao movimento operário, afastamento que se manteve e se acentuou até à data da redacção do livro em 1974. Este sinal negativo é enfatizado por Anderson, que encerra o livro com um claro apelo à re-união da teoria e da prática, agora sustentada na valorização dos novos movimentos sociais.

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