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quinta-feira, 26 de março de 2015

Lançamento Boitempo: A política externa estadunidense e seus teóricos, de Perry Anderson

A politica externa norte-americana_capa_alta
A política externa estadunidense e seus teóricos é uma das mais importantes análises que temos sobre os EUA” — Emir Sader, no Blog da Boitempo.
A Boitempo acaba de lançar o novo livro de Perry Anderson. Em A política externa norte-americana e seus teóricos, o historiador inglês reconstitui os principais acontecimentos e inflexões da política externa dos EUA desde o fim da Segunda Guerra até os dias atuais, fazendo uma análise crítica desse período e de como foram tecidas as bases ideológicas, políticas, militares e institucionais em que se sustenta, atualmente, o poder imperial do país.
A edição vem acrescida de um apêndice sobre Francis Fukuyama e de um posfácio que analisa acontecimentos ainda em curso no Oriente Médio estendido, na antiga União Soviética e no Extremo Oriente, responsáveis por renovar o debate sobre a condição do poder norte-americano no cenário internacional.
Leia abaixo a orelha do livro escrita por José Luis Fiori:
O “poder imperial” dos EUA cresceu de forma quase contínua a partir da sua independência e durante os séculos XIX e XX. Mas não há duvida de que foi só após a Segunda Guerra Mundial que o país conseguiu impor sua supremacia política, militar e econômica dentro do mundo capitalista, até o fim da URSS e da Guerra Fria, quando se transformou numa superpotência mundial. Neste livro, sobre geopolítica e relações internacionais, o historiador inglês Perry Anderson reconstitui, de forma impecável, os principais acontecimentos e inflexões da politica externa dos EUA, no período que vai do fim da Segunda Guerra até os dias atuais. Anderson faz uma análise crítica desse período e de como a política externa norte-americana teceu as bases políticas, militares e institucionais em que se sustenta, atualmente, o poder imperial dos EUA – percorrendo simultaneamente os principais argumentos do debate acadêmico e geopolítico que orientou e ajudou a formular as bases ideológicas dessa estratégia vitoriosa.
A política externa norte-americana e seus teóricos é uma obra sucinta e excepcional, que se inscreve na literatura crítica do imperialismo, mas não repete seus argumentos clássicos nem acredita, como a maioria dos analistas de esquerda, que os EUA estejam vivendo um “declínio inevitável” ou algum tipo de “crise terminal”. Para Perry Anderson, a oposição radical ao império norte-americano não “exige garantias de seu recuo ou colapso iminentes”. Mais do que isso, ele considera que, apesar das grandes mudanças geopolíticas em pleno curso nesta segunda década do século XXI, os EUA mantêm sua hegemonia no sistema político e econômico mundial. Por isso, dedica a segunda parte do livro a uma leitura preciosa do debate contemporâneo, abrangendo os grandes analistas estratégicos do establishment norte-americano, a fim de desvendar os possíveis caminhos futuros do poder norte-americano. E conclui com a certeza de que, apesar das suas divergências, todos esses analistas seguem convencidos da excepcionalidade dos EUA e da sua missão quase divina de ordenar o mundo e desregular/privatizar os mercados. Mas quase nenhum deles acredita ainda na validez universal da democracia, nem na possibilidade de os EUA exercerem, no futuro, uma liderança mundial “hegemônica e benevolente”. Uma notícia ruim para quem ainda sonha com o papel exercido pelo país no pós-guerra, com as finanças reguladas, o desenvolvimentismo e as democracias de bem-estar social.

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