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terça-feira, 21 de abril de 2015

1
Pelo Socialismo
Questões político-ideológicas com atualidade
http://www.pelosocialismo.net
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Publicado em: https://www.marxists.org/portugues/stalin/1918/12/01.htm
Colocado em linha em: 2015/04/20

A Ucrânia está a libertar-se41 *

I. V. Stálinei

1 de dezembro de 1918

A Ucrânia e as suas riquezas são, de há muito, objecto da exploração imperialista.
Antes da revolução, a Ucrânia era explorada pelos imperialistas do Ocidente, em
surdina, por assim dizer, sem “operações militares”. Depois de terem organizado na
Ucrânia grandes empresas (carboníferas, metalúrgicas, etc.) e concentrado em suas
mãos a maior parte das ações dessas empresas, os imperialistas da França, da Bélgica
e da Inglaterra sugavam o sangue do povo ucraniano de maneira legal, “legítima”,
sem barulho.
Depois da Revolução de Outubro o quadro mudou. A Revolução de Outubro,
desbaratando as fileiras do imperialismo e declarando a terra e as empresas
propriedade do povo ucraniano, tirou dos imperialistas a possibilidade de exercerem
a sua exploração de maneira “normal”, “sem barulho”. O imperialismo foi assim
expulso da Ucrânia.
Mas o imperialismo não queria ceder, não queria de nenhum modo aceitar a nova
situação. Daí a “necessidade” de submeter pela violência a Ucrânia, a “necessidade”
de ocupá-la.
Os imperialistas austro-alemães foram os primeiros a ocupar a Ucrânia. A “Rada”** e
os “hetmen”*** com a sua “independência nacional” não foram senão um joguete,
um biombo que encobria comodamente a ocupação e sancionava formalmente a
exploração da Ucrânia pelos imperialistas austro-alemães.
As infinitas humilhações e provações sofridas pela Ucrânia no tempo da ocupação
austro-alemã, a destruição das organizações operárias e camponesas, a completa
desorganização da indústria e das ferrovias, os enforcamentos e fuzilamentos, quem
não conhece esses quadros rotineiros da Ucrânia “independente”, sob a égide dos
imperialistas austro-alemães?
41 O artigo A Ucrânia está se libertando foi também publicado com algumas modificações como artigo
de fundo na Pravda, n.° 261, a 1.° de dezembro de 1918.
2
Mas a derrota do imperialismo austro-alemão e a vitória da revolução alemã
mudaram radicalmente a situação. Para a Ucrânia trabalhadora abriu-se o caminho
da libertação do jugo do imperialismo: a ruína e a submissão estão para terminar. O
incêndio da revolução que arde na Ucrânia está a varrer os últimos restos do
imperialismo com os seus apêndices “nacionais”. O “Governo Provisório Operário e
Camponês da Ucrânia”42, saído da onda revolucionária, organizará uma vida nova,
baseada nos princípios da soberania dos operários e dos camponeses. O Manifesto do
governo soviético ucraniano que restituiu aos camponeses as terras dos
latifundiários, aos operários as fábricas e oficinas, a todos os trabalhadores e
explorados a liberdade plena, esse histórico Manifesto reboa como um trovão através
do país, enchendo de terror os inimigos da Ucrânia, ressoa como um repique de bom
augúrio que alegra e conforta os filhos oprimidos da Ucrânia.
Mas a luta ainda não terminou, a vitória ainda não está assegurada. A verdadeira luta
na Ucrânia está apenas iniciada.
No momento em que o imperialismo alemão está vivendo os seus últimos dias, e os
“hetmen” se debatem na agonia, o imperialismo anglo-francês mobiliza forças e
prepara um desembarque na Crimeia para ocupar a Ucrânia. Estes, os imperialistas
anglo-franceses, querem agora ocupar o lugar deixado vago pelos invasores alemães.
Ao mesmo tempo, volta à tona o “Diretório ucraniano”43, tendo à frente o
aventureiro Petliura, que lança a palavra de ordem da velha “independência”, sob
“nova” forma e com um novo biombo, mais adaptado aos “hetmen”, para encobrir a
nova ocupação anglo-francesa da Ucrânia!
Para a Ucrânia a verdadeira luta ainda deve vir.
Não duvidamos de que o governo soviético ucraniano saberá receber como o
merecem os novos hóspedes não convidados, os opressores ingleses e franceses.
Não duvidamos de que o governo soviético ucraniano saberá desmascarar a função
reacionária dos aventureiros vindos do campo de Vinnitchenko e de Petliura, os
quais, conscientemente ou não, estão a preparar a vinda dos opressores anglofranceses.
Não duvidamos de que o governo soviético ucraniano saberá reunir em torno de si os
operários e camponeses da Ucrânia, levando-os com honra à luta e à vitória.
Convidamos todos os filhos leais da Ucrânia a acorrerem em auxílio do seu jovem
governo soviético e a ajudarem-no na gloriosa luta contra os estranguladores da
Ucrânia.
A Ucrânia está a libertar-se. Acorrei em seu auxílio.

42 O governo provisório dos operários e camponeses da Ucrânia, do qual fizeram parte K. E.
Vorochílov, A. Serguéiev (Artióm) e outros, formou-se por volta de 20 de novembro de 1918, com
sede primeiro em Kursk e depois em Sújia. A 29 de novembro de 1918 publicou um manifesto em
que declarava deposto o hetmanado [ver *** - NE] e instaurado o Poder Soviético.
43 O Diretório Ucraniano, governo nacionalista contrarrevolucionário formado em Kíev, em fins de
1918, pelos nacionalistas ucranianos guiados por Petliura e por Vinnitchenko, foi liquidado em
fevereiro de 1919 pelos operários e camponeses insurretos.
3
i Primeira Edição: Editorial da "Jizn Natzionálnostei", ("A Vida das Nacionalidades"), nº 4, 1 de
dezembro de 1918.
Fonte: J.V. Stálin – Obras – 4º vol., Editorial Vitória, 1954 – traduzida da edição italiana da Obras
Completas de Stálin publicada pela Edizioni Rinascita, Roma, 1949.
Tradução: Editorial Vitória
* Efetuámos algumas adaptações à tradução do italiano, na variante do português do Brasil, de 1954.
Mantivemos a numeração das notas constantes do volume de onde o texto foi retirado. – [NE]
** Parlamento. – [NE]
*** hetman era o título do segundo mais alto comandante militar (depois do monarca) usado do século
XV ao XVIII, na Polónia e Grão-Ducado da Lituânia, conhecida de 1569 a 1795 como a República
das Duas Nações. Este título, foi também usado entre

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