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sábado, 31 de outubro de 2015


A infâmia inenarrável que constitui a intervenção dos norte-americanos no norte de África e Médio Oriente, nomeadamente na Síria, ficará assinalada na história como um dos períodos mais negros da humanidade.
Ao acabar de ouvir a notícia de que os norte-americanos enviaram para a Síria, 50 soldados das suas forças especiais, a fim de apoiarem e treinarem os grupos que lutam contra o governo de Bashar al Assad, disfarçando com o artificio da luta contra o Estado Islâmico, não posso deixar de dar a conhecer dois textos sobre a Síria que clarificam a essência da obscena intervenção americana.
O primeiro, com o título “A guerra contra a Síria é por causa de Assad?”, fala de como era a sociedade Siria, da sua superioridade organizativa e funcional sobre a maioria dos países árabes irmãos.
O segundo, “Despovoamento estratégico”, é um esclarecedor texto publicado no Diário.Info, sobre informações denunciadas pelo Wikileaks de Julian Assange e que se relacionam com as catastróficas vagas de refugiados que tentam chegar à Europa e cuja percentagem de mortos é um verdadeiro problema de consciência para qualquer cidadão, por mais empedernida que seja a sua mentalidade.
Como é possível a impunidade com que os norte-americanos sacrificam milhões e milhões de seres humanos aos seus interesses geoestratégicos e financeiros e a Europa, que se considera berço da civilização, estende-lhe a passadeira para petiscar nos restos desse sórdido repasto, é uma pergunta que permanentemente me assalta ao espírito.

A guerra contra a Síria é por causa de Assad?
Assad e a sua família pertence ao Islão tolerante da orientação Alawid.
As mulheres sírias têm os mesmos direitos que os homens ao estudo, à saúde e à educação.
Na Síria as mulheres não são obrigadas a usar burca. A Chária (lei Islâmica) é inconstitucional.
A Síria é o único país árabe com uma constituição laica e não tolera os movimentos extremistas islâmicos.
Cerca de 10% da população síria pertence a alguma das muitas confissões cristãs presentes desde sempre na vida política e social.
Noutros países árabes a população cristã não chega a 1% devido à hostilidade sofrida.
A Síria é o único país do Mediterrâneo que continua proprietário da sua empresa petrolífera, que não quis privatizar.
A Síria tem uma abertura à sociedade e cultura ocidentais como nenhum outro país árabe.
Ao longo da história houve cinco Papas de origem síria. A tolerância religiosa é única na zona.
Antes da guerra civil era o único país pacífico da zona, sem guerras nem conflitos internos.
A Síria é o único país árabe sem dívidas ao Fundo Monetário Internacional.
A Síria foi o único país do mundo que admitiu refugiados iraquianos sem nenhuma discriminação social, política ou religiosa.
Bashar Al Assad tem um suporte popular extremamente elevado.
Sabia que a Síria possui uma reserva de petróleo de 2500 milhões de barris, cuja exploração está reservada a empresas estatais?


A informação não é nova nem é surpreendente. Mas é útil juntá-la ao infindável rol dos crimes do imperialismo, para cujas ambições nenhuma tragédia humanitária é suficientemente grande.
A inundação da Europa por incontáveis vagas de refugiados pode ser o resultado do “despovoamento estratégico” da Síria levado a cabo pelos opositores ao governo do país, sugeriu o fundador de WikiLeaks.
A organização WikiLeaks, que se empenha na transparência, descortinou analisando mensagens diplomáticas «uma especulação interessante acerca do movimento de refugiados», disse Assange em entrevista a um sítio web de notícias grego, ThePressProject.
«Assim, a especulação era esta: opositores de um país empenhar-se-iam em certos momentos no despovoamento estratégico, com vista a reduzir a capacidade de combate de um governo», explicou.
O homem que tem estado associado a tantas revelações sublinhou que «quem está a fugir da Síria é predominantemente a classe média» tendo em conta que possuem «habilitações linguísticas, dinheiro, alguns relacionamentos». Engenheiros, gestores e funcionários públicos são «precisamente as classes que são necessárias para manter o governo em funcionamento», disse.
A gente síria é encorajada a fugir do seu país «pela Alemanha, dizendo que aceitará muitos, muitos refugiados, e pela Turquia, acolhendo perto de três milhões de refugiados, e dessa forma enfraquecendo de forma significativa o governo sírio», sublinhou Assange.
A Síria não é caso único na história recente na utilização da migração como arma; no decurso da guerra do Iraque a Suécia, segundo mensagens reveladas, informou os EUA de que «a aceitação de refugiados iraquianos fazia parte do seu contributo.»
O fundador de WikiLeaks disse que é uma «desgraça» que os EUA recusem acolher refugiados sírios, porque é Washington quem deveria ser responsabilizado pelas centenas de milhares de pessoas que chegam à Europa e que estão a fazer com que estados europeus fechem fronteiras entre si.
«A situação surge em resultado das políticas dos EUA, Grã-Bretanha e França no Médio Oriente, juntamente com o comportamento dos seus aliados regionais no Médio Oriente – Qatar, Turquia, Jordânia e Israel … e Arábia Saudita», disse.
Os documentos interceptados, já publicados por WikiLeaks, revelaram que os EUA vêm conspirando para derrubar o governo sírio desde 2006, assinalou Assange.
«Tentaram tornar ‘paranóico’ o governo sírio, procurando que reagisse de forma desproporcionada ao clima criado de medo e paranóia; procurando que estivesse sempre temendo golpes; procurando agudizar tensões sectárias entre sunitas e shiitas…procurando deter o investimento estrangeiro na Síria e financiando secretamente também uma diversidade de ONG’s instaladas na Síria para provocar confusão, utilizando os sauditas e o Egipto para ajudar em tudo isto,» disse.
Entretanto, quaisquer tentativas de Assad de combater o terrorismo e a expansão do Estado Islâmico era apresentadas como sinais de fraqueza e «exemplos de como o governo sírio não dispunha de efectivo controlo sobre o seu território, a fim de encorajar o derrube do governo», acrescentou.
Assange sublinhou que o povo americano nada tem a ganhar com o conflito sírio, e que apenas «as facções privadas que o impulsionaram» pode acreditar que iram ter algum benefício final.
«A CIA, evidentemente, sabe que beneficia dele. Criam um problema e depois recebem um orçamento acrescido para resolver o problema. E acontece da mesma forma com os que recebem contratos, os negociantes de armamento e os fabricantes de armas. Se não existe problema os seus orçamentos reduzem-se. Portanto, criam problemas,» explicou Assange.
Com a ingerência na Síria, Washington visou também «uma estratégia de largo alcance para enfraquecer o Hezbollah, para permitir a Israel um ainda maior controlo dos Montes Golan, e talvez também uma zona tampão; para derrubar a Síria, aliado regional do Irão; para eliminar a última base russa que resta fora da antiga União Soviética, em Tartus; para criar um percurso para um gasoduto cujo trajecto proposto vem do Qatar para a Arábia Saudita e daí através da Síria em direcção à Europa, e que irá competir com o gás russo», acrescentou Assange.
A interferência dos EUA na Síria provocou que esta se afundasse desde 2011 num conflito sangrento. Mais de 220 000 pessoas foram mortas, segundo estimativas da ONU. As forças governamentais têm combatido no decurso do conflito diversos grupos armados, incluindo a chamada “oposição moderada” apoiada pelo ocidente, e os grupos terroristas Jabhat al-Nusra e o jihadista ISIL.
Em finais de Setembro a Rússia iniciou, a pedido do Presidente Bashar Assad, ações de bombardeamento aéreo contra os terroristas na Síria, permitindo às forças governamentais desencadear uma ofensiva de larga escala, e indiciando um ponto de viragem no conflito.

ODiario.info



segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O Vaticano, que é um Estado, parece estar a mudar conforme os ditames dos tempos (por isso dura há dois mil anos). Temos um candidato à presidência da república que é católico e já foi padre. Asua luta em favor dos pobres na Madeira é admirável.


«Em 15 de julho de 1948, L'Osservatore Romano publicou um decreto contra o comunismo do Santo Ofício, que excomungou os que propagavam "os ensinamentos materialistas e anti-cristãos do comunismo", que foi amplamente interpretado como uma excomunhão do Partido Comunista Italiano (em italiano: Partito Communista D'Italia), que, no entanto, não foi mencionado no decreto.[2]
Em 1 de julho de 1949, o Santo Ofício publicou mais um decreto condenatório, aquele que passou a ser popularmente conhecido como o Decreto contra o comunismo. Neste documento, o Santo Ofício proibiu os católicos de favorecerem, votarem ou se filiarem em partidos comunistas; e de ler, publicar ou escrever qualquer material que defendesse o comunismo (citando o cânone 1399 do Código de Direito Canónico de 1917, actualmente revogado). Este decreto voltou também a confirmar a excomunhão automática ipso facto (ou latae sententiae) de todos os católicos que, em obstinação consciente, defendiam abertamente o comunismo, porque eram considerados apóstatas.[3] [4]» (Wikipédia)

Publica-se pelas inromações interessantes que fornece sobre individualidades lusitanas. Porém, o governo angolano não é tão angelico assim. Trata-se de uma ditadura de partido e de família, com um profundo lastro de corrupção. Além disto, preocupa-me os interesses financeiros que a senhora filha do presidente vai estendendo na minha pátria.


Director: José Ribeiro
Director Adjunto: Filomeno Manaças

De Portugal nada se espera

José Ribeiro |
25 de Outubro, 2015
A ingerência desabrida que Portugal faz nos assuntos da soberania de Angola está a ultrapassar todos os limites.
A cruzada anti-angolana já não pode ser ignorada. O nível que atinge a ingerência portuguesa nos assuntos estritamente angolanos só encontra paralelo em duas ocasiões: quando Angola proclamou a sua independência em 1975 e quando se aproximava a derrota da UNITA de Jonas Savimbi, antes de 4 Abril de 2002. Nesses dois momentos, a raiva cravada e sempre latente na sociedade portuguesa, pronta a declarar-se à mínima oportunidade, manifestou-se de forma prejudicial para as relações entre os dois países.
Os ataques diários e injustos desferidos a partir de Portugal surgem agora revestidos da fina película da luta pelos direitos humanos. Mas antes lançaram os processos judiciais contra os dirigentes angolanos, estratégia que fracassou redondamente.
Portugal atravessa uma profunda crise. Todos os projectos nacionais, dos europeístas aos atlantistas e africanistas, estão bloqueados. Na prática, a economia portuguesa já não existe e a crise social profunda tende a agravar-se com a falta de patriotismo e de entendimento entre os políticos. A única saída que resta é procurar culpados e para isso, como há mais de 60 anos, só resta uma porta: Angola, o país com mais ligações “tradicionais” e “afectivas” com Portugal.
É isso que explica a operação de guerra feroz, lenta mas sistemática, que vem diariamente de Portugal contra o Estado angolano e que se aproveita agora do caso judicial que envolve o angolano Luaty Beirão, que nunca foi músico nem activista político, como antes se aproveitou de Rafael Marques, que nunca foi jornalista em Angola e é um avençado de poderosos círculos financeiros internacionais. A central mediática que está na primeira linha dessa operação em Portugal pertence a Francisco Pinto Balsemão, militante com o cartão n.º1 do Partido Social Democrata (PSD) e articula-se entre os canais SIC, o semanário “Expresso” e toda a rede de publicações do Grupo Impresa. Estamos apenas perante um episódio produzido pelos profissionais que garantiram a melhor cobertura à guerra do criminoso Jonas Savimbi e do regime de apartheid e hoje se apresentam travestidos de democratas e defensores dos direitos humanos.
Esta história vem de muito longe. Em 1975, os portugueses que se opunham ao fim da colonização deram as mãos aos invasores e mercenários vindos do Norte, do Sul e do Leste, para impedirem a proclamação da independência de Angola. As relações com Portugal evoluíram nessa ocasião até um ponto de ruptura e apenas chegaram à normalização com o encontro do Sal entre os Presidentes Agostinho Neto e Ramalho Eanes.
Até 2002, quando estava iminente a derrota de Jonas Savimbi, novamente os portugueses se levantaram para tentarem travar a tão desejada paz e reconciliação em Angola. Mas, ao contrário do que sucedeu por altura da independência, entre os sectores da sociedade portuguesa que vieram em socorro de Savimbi no final da sua aventura estavam alguns daqueles políticos de “esquerda”, ligados ao Bloco de Esquerda, que hoje voltam a envenenar as relações entre os dois países. Luís Fazenda, Francisco Louçã e alguns iniciados da política contra Angola, Daniel Oliveira, Catarina Martins, Mariana Mortágua, que hoje aparecem ao lado de gente que foi aliada de Jonas Savimbi, como Agualusa e Rafael Marques, que naquela altura ombreavam nas manifestações à frente da Embaixada de Angola com os rebeldes Morgado, Wambembe, Oliveira, Adalberto, Catchiungo e outros. As suas acções não impediram que o povo angolano conquistasse a paz, o maior feito a favor dos direitos humanos que alguém pode realizar. Essa mesma paz que permite a Francisco Louçã, autor da maior falta de respeito que se pode fazer a um Chefe de Estado, ao abandonar o Parlamento português à entrada do nosso Presidente, vem hoje ganhar dinheiro em Angola.
A partir da paz de 2002, o que se esperava era que os Estados e os cidadãos dos dois países vivessem num quadro de convivência democrática e cooperação. Mas o rumo de cada país, o ciclo virtuoso em Angola, a crise acentuada em Portugal e o ambiente de intriga e conflitualidade nas relações não trazem nada de bom. Por ignorância e despeito das elites portuguesas, concorrência entre elas próprias e inveja de poderes externos, a parceria estratégica que se começou a traçar com Portugal e que era uma boa solução para o futuro de Portugal, foi por água abaixo.
Esperar pela compreensão dos portugueses para se trilhar um caminho comum de cooperação mutuamente vantajosa é pura perda de tempo e prova que foi correcta a decisão tomada pelo Governo de Angola de suspender a construção dessa parceria estratégica com Portugal. Hoje nada mais resta a fazer senão trabalhar com o poder de Bruxelas, que é quem manda de facto em Lisboa. São os próprios portugueses que o dizem. Para Portugal, está apenas reservado o papel de caixa de ressonância dos diferentes interesses que se digladiam. Essa é porventura a razão por que o Governo português não condena as actuais acções de desestabilização de Angola e pactua com a ingerência. Está de braços amarrados.
A visita que o embaixador português realizou na semana passada a um cidadão que aguarda julgamento abre um precedente grave. Sobre esse cidadão recaem acusações gravíssimas da PGR de envolvimento em actos de perturbação de ordem pública em Angola, no quadro de uma acção mais vasta de transformar o país numa nova Líbia em África. O diplomata português acaba de legitimar toda a ingerência personificada nas manifestações em Portugal. O Governo português, depois de tanto tempo, volta a cair na asneira de se pôr do lado errado.
Angola tem tribunais competentes para julgar processos judiciais. Em Angola ninguém está acima da lei. Durante o regime colonial, o Estado português mandou cortar a cabeça a muitos angolanos suspeitos de “subversão” e “terrorismo” quando lutavam pela liberdade e a dignidade do seu povo. Hoje Angola é um Estado de Direito. Quando se comemoram os 40 anos da independência de Angola, de Portugal continuamos a não poder esperar nada de bom.

sábado, 24 de outubro de 2015


TTIP: Comércio que prejudica os direitos humanos
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Os tratados de comércio e investimento tecem um emaranhado jurídico que protege os interesses das multinacionais em detrimento das sociedades onde operam. Os exemplos em vigor na América Central são bem a prova disso. Artigo de Liliane…
A luta de organizações e movimentos sociais contra esquemas de comércio internacional predador e destruidor não data de ontem. Na década de 1990, focava-se nas negociações globais dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas, paralelamente, estava a surgir com força a assinatura de acordos comerciais bilaterais ou multilaterais, tornando muito mais difícil o seu acompanhamento por parte da sociedade.     A Europa não ficou à margem dessa tendência. No que toca à relação entre a União Europeia (UE) e a América Central, por exemplo, apesar de a década de 1980 ter propiciado a assinatura de alguns acordos bilaterais entre Estados das duas regiões, foi a partir dos anos 1990 que esses contaram com um auge maior. Hoje em dia existem 56 acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos entre países europeus e centro-americanos, e, por outro lado, um Acordo de Associação assinado entre América Central e União Europeia.Os tratados de comércio e investimento são um dos instrumentos de internacionalização das empresas europeias, que garantem o seu acesso aos mercados mundiais e aos recursos em outras partes do mundo. Tecem um emaranhado jurídico que protege os interesses das multinacionais, uma armadura cujo poder é muito superior ao dos acordos internacionais ou das legislações estatais em matéria ambiental e social
Ao contrário do que as elites governamentais e empresariais querem fazer crer, esses tratados comerciais incentivam um modelo de expansão corporativa que impacta de forma direta na vida das pessoas e contribui para o avanço da atual crise ecológica.
Nesse contexto, é interessante documentar o que vem sendo denunciado por organizações e pessoas em todo o mundo: ao contrário do que as elites governamentais e empresariais querem fazer crer, esses tratados comerciais incentivam um modelo de expansão corporativa que impacta de forma direta na vida das pessoas e contribui para o avanço da atual crise ecológica.Por essa razão, a Amigos da Terra, com colaboração do Observatório de Multinacionais na América Latina (Omal) – Paz com Dignidade, quer aportar dados das relações comerciais entre a UE e a América Central e caracterizar como a União Europeia criou um contexto jurídico e político que blinda os interesses das suas transnacionais nessa região. Nesse caso, não foi um problema o facto de os Estados Unidos serem o principal sócio comercial e investidor na região centro-americana, muito pelo contrário: essa situação facilitou as negociações com a UE.
A existência prévia de um tratado de livre comércio com os Estados Unidos (CAFTA-DR) permitiu avançar na liberalização e desregulamentação de numerosos setores, abrindo o caminho para mais mercantilização de serviços e bens e mais desregulamentação das compras públicas, tal e como consta do Acordo de Associação entre a UE e a América Central, que entrou em vigor em 2013. Fazem parte dessa mesma lógica os 56 acordos entre Estados das duas regiões.
Dessa forma, junto com a extensão das políticas neoliberais que privatizaram e desregulamentaram setores como o energético, cria-se um contexto favorável à entrada das transnacionais. Uma situação que não passou despercebida pelas transnacionais europeias, especialmente as do setor de eletricidade, que abriram um espaço no mercado, tanto da geração como da distribuição. As mais importantes são a italiana Enel/Endesa, a francesa GDF Suez, a britânica Actis Globeleq e a espanhola Gas Natural Fenosa.
A instalação dessas empresas na região centro-americana está associada aos consequentes impactos ambientais e sociais. As comunidades afetadas denunciam o saque dos recursos naturais, a má qualidade ou falta do serviço supostamente prestado, a precariedade trabalhista, os atropelos dos direitos humanos e a deterioração dos ecossistemas.
Porém, as vítimas não encontram respostas nos tribunais estatais, e tampouco existe uma instância internacional que julgue as empresas transnacionais e os seus dirigentes pela violação do Direito Internacional dos Direitos Humanos e do Direito Internacional do Trabalho.
Por essa razão, a sociedade civil vê-se obrigada a buscar uma via de justiça alternativa, em particular junto do Tribunal Penal dos Povos. Assim, as espanholas Gas Natural Fenosa e Hidralia, e a italiana Enel foram denunciadas nesse tribunal popular por suas práticas destrutivas na América Central.
Bem pelo contrário, as transnacionais têm ao seu alcance não só a própria justiça estatal dos países onde operam, mas também podem dirigir-se a tribunais de arbitragem internacionais, nos quais denunciam os Estados quando consideram que estes atentam contra seus investimentos e interesses. Este mecanismo privado de resolução de conflitos entre investidores e Estados (ISDS), é uma característica comum dos tratados de livre comércio e investimentos.
Os ISDS estão acima das leis e dos tribunais dos Estados, colocam o perigo nas tentativas estatais de reforçar a proteção social e ambiental, e só se aplica em uma direção: as empresas podem denunciar os Estados, mas não o contrário e muito menos os povos e as comunidades afetadas pelas atividades empresariais. Um atentado à democracia e à justiça.
Os ISDS estão acima das leis e dos tribunais dos Estados, colocam o perigo nas tentativas estatais de reforçar a proteção social e ambiental, e só se aplica em uma direção: as empresas podem denunciar os Estados, mas não o contrário e muito menos os povos e as comunidades afetadas pelas atividades empresariais. Um atentado à democracia e à justiça.
Até hoje, o número total de queixas apresentadas pelas multinacionais (incluindo as não europeias) contra os países centro-americanos junto ao Centro Internacional de Acordo de Diferenças Relativas a Investimentos (Ciadi) chega a 25.
A Costa Rica foi levada nove vezes perante esse tribunal de arbitragem. Pode-se apreciar que a evolução temporária das denúncias contra os Estados está diretamente relacionada com a assinatura e entrada em vigor dos tratados que incluem a proteção e promoção de investimentos na região. Quanto às empresas de energia europeias, duas utilizaram esse mecanismo. Em 2009, a Iberdrola processou a Guatemala junto ao Ciadi por causa de uma disputa no estabelecimento de tarifas, e em 2013 a italiana Enel processou El Salvador pela paralisação de um projeto geotérmico quando o Estado centro-americano detectou irregularidades.
Essa situação não pode causar indiferença. A experiência entre a UE e a América Central deixa claro como os tratados de livre comércio e investimentos representam um forte instrumento de proteção dos interesses das transnacionais, criando uma armadura de segurança jurídica dos investimentos, acima dos direitos sociais, ambientais e democráticos das populações.
Nesse sentido, a Europa deve rever em profundidade a sua política de expansão para o exterior, bem como a sua recusa em apoiar um tratado internacional vinculante sobre empresas e direitos humanos, tal e como o faz atualmente dentro da Organização das Nações Unidas (ONU).
Por outro lado, é imprescindível considerar a advertência que apresenta a experiência da América Central, rechaçando a assinatura da Associação Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), da UE com os Estados Unidos, e a ratificação do Acordo Integral de Economia e Comércio (Ceta), do bloco europeu com o Canadá.
Na Semana Internacional de Ação Contra os Tratados de Livre Comércio, realizada entre 11 e 17 deste mês, foi possível ver como os cidadãos de toda a Europa dizem “NÃO” tanto ao TTIP como ao Ceta e ao Acordo de Comércio de Serviços (Tisa). Com tanta gente nas ruas gritando, esperamos que nossos representantes políticos deixem de se fazer de surdos.
Artigo publicado    Liliane Spendeler é diretora na Espanha da Amigos da Terra.                 Artigos relacionados:  250 mil protestam contra o TTIP em Berlim

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

OPINIÃO

O presidente da república Cavaco Silva falou ao país e revelou-se um general das forças económicas mais reaccionárias. O próprio presidente da confederação dos patrões, representante dos mais poderosos sectores da grande burguesia (ainda há um outro, da confederação do comércio, que não falou), veio a terreiro exprimir a sua crítica (suave, mas crítica) pelo discurso "crispado" do sr. presidente da república, o qual não contribuiu para um clima de estabilidade política (que mantenha sossegado o grande capital). O interessante é que este abre a porta à possibilidade (inevitável) de um governo da esquerda (o que lhe terá garantido o dr. António Costa?). Assiste-se, pois, a uma curiosa diferença de posições (de interesses, portanto) no seio da nossa grande burguesia. Tenha-se em conta que o programa eleitoral do PS era no essencial do agrado desta Direita (por isso mesmo foi reprovado pelo eleitorado), porém não poderá ser aplicado, pelo menos na íntegra, se houver acordo assinado pelo BE e PCP. Com esse programa o PS visava captar votos à sua direita (como sempre fez) e perdeu. Concluiu que assim não ia lá.
E não vai.
O próprio discurso do presidente Cavaco teve efeito contraproducente: reuniu as hostes do PS à volta do seu secretário-geral e futuro primeiro-ministro. Um tiro no pé.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Fabricated Media Reports About Russia’s Syria Air Campaign against ISIS

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Two weeks of Russian airstrikes against ISIS and other terrorist targets already had a devastating impact on their operations, turning the tide of battle so far, enabling Syrian ground forces to recapture lost territory.
They’re on the move, advancing, taking the initiative, imported US-supported death squads on their heels, routed in some areas, in disarray, facing a formidable force against which they’re defenseless – no matter how many US weapons airdrops follow.
Russia will target and destroy them, along with Syrian ground forces, finding abandoned weapons caches as they advance.
Western leaders and supportive media tell a different story. So does the London-based Syrian Observatory for Human Rights (SOHR), fronting for Western interests, well funded to distort truth.
Willful Big Lies and distortion claim Russia isn’t targeting ISIS, just so-called “moderates.” None exist. Virtually all anti-Assad forces are mercenary cutthroat killers, ISIS and others, imported from scores of countries – common knowledge suppressed in the West, Israel and anti-Assad rogue Arab states.
Regular SOHR reports claim Russian airstrikes kill civilians. Not a shred of evidence proves it. Moscow scrupulously avoids hitting civilian areas. Pentagon warplanes and ground forces target them indiscriminately – longstanding policy in all US wars throughout its history, notably homeland ones, as well as during and since WW II.
Since Russian airstrikes began on September 30, regular SOHR reports claim civilian deaths. A falsified October 16 account claimed “Russian warplanes kill 60, 30 of them were women and children…the number of the dead is likely to rise because of the serious injuries.”
Western media regularly cite SOHR as a legitimate source of front line information. Yet one man reports from London, paid by his imperial sponsors, distant and detached from ongoing conflict – his information entirely gotten from powers benefitting from his propaganda.
Friday headlines claim Turkey downed a Russian drone near its border – or one believed to be operated by its military forces, more fabricated information, part of the daily anti-Russian drumbeat. Some sample reports include:
New York Times, America’s leading disseminator of state propaganda: “Turkish Jets Shoot Down Drone Near Syria…Turkey…complain(ing) several times of incursions by Russian aircraft airspace” failing to explain only one accidental nonthreatening incident occurred.
Washington Post: “Turkey downs drone near Syrian border; Russia denies aircraft lost. (A) senior US defense official said the drone…appears to be Russian made.”
Wall Street Journal: “Turkish Military Downs Drone That Entered Airspace from Syria…NATO and Ankara accused Russia of twice crossing into Turkish airspace” earlier. Only one brief nonthreatening accidental incident occurred, as explained above.
Reuters: “Turkey shoots down drone near Syria, US suspects Russian origin”
UK owned and operated BBC: “Syria crisis: Turkey downs ‘drone’ on Syrian border…A US official (claimed it’s) of Russian origin.”
Washington, Israel, Turkey, Syria and Russia operate drones in the area. Fingers automatically point at Moscow – most often about things that never occurred.
It’s unknown if Turkey downed any aircraft. Tass, Sputnik News and RT International all debunked falsified reports about downing a Russian drone.
Russian General Staff Deputy Chief Andrey General-Lt. Kairtiapolov said Turkey’s report has nothing to do with Russia.
I am telling you with full authority that our unmanned aerial vehicles are either performing combat missions in the assigned areas or are staying at the air base. You can only guess or find out whom the unmanned aerial vehicle belonged to.
Defense Ministry spokesman General-Major Igor Konashenkov said “(a)ll the aircraft of the Russian combat group in the Syrian Arab Republic returned (safely) to the Hmeymim base after completing their mission(s).”
RT International said “Russian manufacturer St. Petersburg Technological Center issued a statement refuting claims that the downed drone was of their production after seeing its photos published on social media.”
“It’s definitely not an Orlan shown in the published photos,” it said. “Russia doesn’t make UAVs with such gliders,” calling the incident “a provocation.”
Russia-bashing continues relentlessly. Propaganda substitutes for hard facts. Believe nothing Western politicians claim – or supportive news sources proliferating their misinformation and Big Lies.
Stephen Lendman lives in Chicago. He can be reached at lendmanstephen@sbcglobal.net.
His new book as editor and contributor is titled “Flashpoint in Ukraine: US Drive for Hegemony Risks WW III.”
http://www.claritypress.com/LendmanIII.html
Visit his blog site at sjlendman.blogspot.com.
Listen to cutting-edge discussions with distinguished guests on the Progressive Radio News Hour on the Progressive Radio Network.
It airs three times weekly: live on Sundays at 1PMCentral time plus two prerecorded archived programs.

terça-feira, 20 de outubro de 2015


Mundo Cão

A seita terrorista e sanguinária conhecida por “Estado Islâmico”, que também poderá designar-se Al-Qaida, Al-Nusra e Exército Livre da Síria – tiradas a limpo as consequências da existência deste – deixou de estar impune. Praticamente incólume desde que há um ano o todo-poderoso Pentágono anunciou que ia fazer-lhe guerra, bastaram-lhe agora uns dias sob fogo cerrado russo para entrar em pânico. Ou a aviação e a marinha da Rússia têm mais pontaria que as suas congéneres dos Estados Unidos da América e da NATO, o que é bastante improvável tendo em conta que não existem discrepâncias de fundo entre as tecnologias de ponta ao serviço destas potências, ou a diferença está simplesmente entre o que uns anunciam e os outros fazem. Diferença simples, mas de fundo, entre ser contra o terrorismo ou ser seu cúmplice.

De acordo com dados divulgados por fontes moscovitas, a Aviação e os mísseis de cruzeiro disparados de navios da Armada da Rússia destruíram já 112 alvos do Estado Islâmico instalados em território sírio ocupado, danos que incluem centros de comando, centrais de comunicação, bases de operações antiaéreas, além de estarem a provocar deserções em massa e um ambiente de pânico entre os terroristas. Propaganda de Moscovo, dirão muitos, mas sem razão. A desorientação entre os mercenários recrutados através do mundo e infiltrados na Síria a partir do Iraque, da Jordânia e, sobretudo, da Turquia está à vista de quem tem olhos para ver, principalmente os espiões atlantistas, bastando-lhe acompanhar a guerra em directo transmitida pelos satélites.

Esta realidade parece ser tão crua que, para surpresa de tantos que ainda acreditam em histórias da carochinha, induz os dirigentes norte-americanos, incluindo Obama himself, a esquecer-se das aparências e a deixarem escapar uma sentida indignação com tanta eficácia russa, capaz de numa simples semana ter mais êxito que os seus exércitos num ano inteiro.

Será mesmo isto que os preocupa? Talvez não. O que os responsáveis políticos e militares dos Estados Unidos alegam é que os russos, ao fazerem uma guerra tão certeira contra o terrorismo, estão a “ajudar o regime de Assad”. De onde pode deduzir-se que eles tratam o terrorismo com meiguice para não ajudar Assad, se possível para conseguir até que os bandos de assassinos a soldo derrubem Assad. Não é novidade, aliás, porque Julien Assange e Edward Snowden o revelaram através do WikiLeaks, que os Estados Unidos e os seus parceiros da NATO decretaram em 2006 o derrube do presidente sírio. Pelo que, imagine-se o atrevimento, os russos não estão a combater criminosos sanguinários mas sim a desobedecer a um decreto emanado há nove anos pelos que se olham como senhores do mundo – e dos mercados, claro está.

Quando seria de supor, levando a sério o discurso antiterrorista que se ouve de Washington a Paris, de Londres a Bruxelas, que a NATO iria conjugar esforços com Moscovo para liquidar de vez o Estado Islâmico tanto na Síria como no Iraque, o que acontece? A aviação norte-americana provoca um banho de sangue num hospital dos Médicos Sem Fronteiras no Afeganistão, certamente um albergue dos mais fanáticos islamitas; as forças especiais de operações do Pentágono para a Síria (CJSOTF-S), que têm estado no Qatar, receberam ordem de transferência para a base da NATO de Incirlik, na Turquia, de modo a acompanhar de perto o treino de terroristas a infiltrar na Síria, terroristas “moderados”, claro, assim definidos depois de uma exaustiva avaliação pelos profilers de serviço; análise essa tão exaustiva e competente que todo o grupo de assassinos cujo treino acabou em 12 de Julho se transferiu logo depois, com bagagens e armas, para a Al-Qaida, percebendo-se agora a irritação de Washington com a eficácia russa: lá se foi o investimento em tão acarinhados terroristas, sem dúvida uns “moderados” acima de qualquer suspeita. Como se não bastasse, a NATO prepara-se para reforçar o contingente de agressão na Turquia a pretexto de supostas violações do espaço aéreo turco por aviões russos, apesar de não se lhe ouvir um pio quando caças turcos fazem operações quase diárias na Síria há vários anos. Fica assim claro que a mobilização da NATO em território turco é em defesa do terrorismo islâmico, e não para o combater.

Ao mesmo tempo, a Arábia Saudita e o Qatar, aliados preferenciais da NATO, praticamente ao mesmo nível que Israel, perdem o amor a mais uns milhões de petrodólares para tentar rearmar o Estado Islâmico e outros do mesmo jaez, agora tornados vulneráveis pela ofensiva russa. Têm boas razões para isso, além de muitas cumplicidades: os grupos de mercenários activos na Síria e no Iraque gerem um mercado negro de petróleo através do qual se financiam e de que tiram chorudos lucros, como exportadores, não apenas as ditaduras do Golfo mas também Israel e a Turquia.

A ofensiva russa não acabou apenas com a impunidade do Estado Islâmico e outros bandos de mercenários; põe em causa a hipocrisia da guerra oficial “contra o terrorismo” proclamada pelos Estados Unidos e a NATO – que tem como exemplos mais trágicos as situações no Iraque, na Líbia e na Síria.

SÍRIA

Quem é que quer a instabilidade da Síria?

A família Assad pertence ao “Islão tolerante” da orientação Alawid.

As mulheres sírias têm os mesmos direitos que os homens ao estudo, à saúde e à educação.
Na Síria as mulheres não são obrigadas a usar burca. A Chária (lei Islâmica) é inconstitucional.
A Síria é o único país árabe com uma constituição laica e não tolera os movimentos extremistas islâmicos.

Cerca de 10% da população síria pertence a alguma das muitas confissões cristãs presentes desde sempre na vida política e social.
Noutros países árabes a população cristã não chega a 1% devido à hostilidade sofrida.

A Síria é o único país do Mediterrâneo que continua proprietário da sua empresa petrolífera, que não quis privatizar.

A Síria tem uma abertura à sociedade e cultura ocidentais como nenhum outro país árabe.
Ao longo da história houve cinco Papas de origem síria. A tolerância religiosa é única na zona.

Antes da guerra civil era o único país pacífico da zona, sem guerras nem conflitos internos.
A Síria é o único país árabe sem dívidas ao Fundo Monetário Internacional.

A Síria foi o único país do mundo que admitiu refugiados iraquianos sem nenhuma discriminação social, política ou religiosa.
Bashar Al Assad tem um suporte popular extremamente elevado.

Sabia que a Síria possui uma reserva de petróleo de 2500 milhões de barris, cuja exploração está reservada a empresas estatais?
Talvez agora consiga compreender melhor a razão de tanto intere$$e da guerra civil na Síria e de quem a patrocina ...

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

OPINIÃO

O PCP deve assinar um acordo com o PS? É duvidoso mas também dilemático: não assinando descompromete-se das políticas de direita que o PS irá executar se puder; porém, não conquistará boa imagem junto dos futuros eleitores não militantes, será sempre um "partido de protesto" (do "contra", dizer-se-á). 
Que acordo? Conseguirá convencer o PS das condições que ele, PCP, lhe coloca? O PS sempre poderá responder que algumas só poderão ser da competência dos encontros de concertação social (patrões e trabalhadores)...

OPINIÃO

Negociar com um PS dividido não está a ser pêra doce. Era de calcular, porque sempre assim foi o PS: uma pequena ala esquerda com um pequeno punhado de dirigentes capazes de dialogar com as esquerdas e uma mão cheia de barões mais ou menos jovens instalados no regime ou ansiosos por posar na fotografia ao lado dos gestores políticos da direita.
Não está a ser fácil, não. Embora o BE esteja a ceder o mais que pode. Veremos se não cede até partir a corda.
O PCP acabará por sair do jogo?

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

OPINIÃO

Não há melhor que uma ameaça à estabilidade dos negócios do grande capital para se denunciarem abertamente a promiscuidade, os interesses instalados, o nepotismo e a corrupção. A cáfila de jornalistas e comentadores rosnam, grunhem, ladram, e agitam histericamente todos os fantasmas. A democracia é o melhor dos regimes para eles quando não precisam de recorrer às ditaduras. E ditaduras há muitas, mais "consensuais" ou mais brutais. O  tom e a forma terroristas assomam na espuma das palavras. Mais ou menos, não há jornal que escape, não há canal de televisão que faça a diferença. Assim se vê para cego ver em que mãos andam os meios de comunicação de massas.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Opinião

Se os eleitores forem respeitados acabou-se o "arco de governação". O que parecia inevitável tornou-se possível. O consenso acabou para começar a alternativa. 
Não está nem vai estar fácil. Talvez uma manifestação de massas ajudasse.

sábado, 10 de outubro de 2015

Como os EUA apoiaram o ISIS

obama-isis
Judicial Watch has – for many years – obtained sensitive U.S. government documents through freedom of information requests and lawsuits.
The government just produced documents to Judicial Watch in response to a freedom of information suit which show that the West has long supported ISIS.   The documents were written by the U.S. Defense Intelligence Agency on August 12, 2012 … years before ISIS burst onto the world stage.
Here are screenshots from the documents. We have highlighted the relevant parts in yellow:

Why is this important? It shows that extreme Muslim terrorists – salafists, Muslims Brotherhood, and AQI (i.e. Al Qaeda in Iraq) – have always been the “major forces driving the insurgency in Syria.”
This verifies what the alternative media has been saying for years: there aren’t any moderate rebels in Syria (and see this, this and this).
The newly-declassified document continues:

Yes, you read that correctly:
there is the possibility of establishing a declared or undeclared Salafist Principality in eastern Syria (Hasaka and Der Zor), and this is exactly what the supporting powers to the opposition want, in order to isolate the Syrian regime ….
In other words, the powers supporting the Syrian opposition – the West, our Gulf allies, and Turkey wanted an Islamic caliphate in order to challenge Syrian president Assad.
Sure, top U.S. generals – and vice president Vice President Joe Biden – have said that America’s closest allies support ISIS.  And mainstream American media have called for direct support of ISIS.
But the declassified DIA documents show that the U.S. and the West supported ISIS at its inception … as a way to isolate the Syrian government.  And see this.
This is a big deal.  A former British Army and Metropolitan Police counter-terrorism intelligence officer and a former MI5 officer confirm that the newly-released documents are a smoking gun.
This is a train wreck long in the making.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

OPINIÃO

Excelente iniciativa política do PCP hoje. Veremos amanhã o BE, o qual, creio, vai tomar a mesma posição. O PS sabe que está em jogo a sua própria sobrevivência, ou a possibilidade de formar um governo com apoio maioritário no parlamento. Racionalmente a escolha é fácil e rápida. Todos têm que ceder alguma coisa. O PCP soube colocar as condições realistas possíveis e necessárias. A ver vamos.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

OPINIÃO

O que está feito, feito está. Bem menos de um terço do eleitorado votou pelo governo da coligação (perdeu 750 mil votos) que andou a saqueá-los quatro anos sem escrúpulos, sem remorsos, com uma estratégia de exploração desenfreada da força de trabalho e de acumulação do capital. Os descontentes com o governo e com o PS votaram no BE e outros muitos abstiveram-se por culpa do primeiro. Seguem-se novas eleições. Se não houver luta a coligação conquista a maioria absoluta. Agora é o PS que decide. Como ele decidir dependerá a sua própria sobrevivência.

sábado, 3 de outubro de 2015

OPINIÃO

Visto que é previsível a vitória eleitoral do PSD_CDS sem maioria absoluta, aguardo com expectativa o discurso de António Costa. Prometerá "colaboração" ou mostrar-se-á firme na oposição à continuação da mesma política austeritária ( a qual, de resto, não alcançou nenhum dos principais objectivos a que se propunha)? 
Será a prova dos nove para demonstrar se o seu programa é bem distinto da política da coligação de direita.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

OPINIÃO

Considerando que a média dos inquéritos diários mais as últimas sondagens colocam a tendência de vitória da coligação que sustenta o actual governo, embora a vitória do PS ainda se encontre como possível na margem de erro das sondagens, é forçoso admitir a vitória eleitoral do PSD-CDS. Duas ou três considerações:
1. A vitória é tangencial e sem maioria absoluta. Uma derrota ( relativa) para quem obteve mais de 50% nas últimas eleições legislativas.
2. Sem maioria absoluta abre-se a forte possibilidade de novas eleições a médio prazo (um ano/dois).
3. A vitória dever-se-á à táctica de "fingir-se morto" e "inocente", terrivelmente eficaz se assim for, e que o PS não soube desmontar. Passou o tempo quase todo a defender o seu programa e quanto mais o defendia mais se enterrava.
4. Entre dois semelhantes vota-se no que está, que é mais seguro.
5. Teríamos, pois, se tal suceder, mais quatro anos de austeridade brutal. Novas eleições não garantem a mudança. A demagogia já demonstrou a sua eficácia.
6. Bem mais de um terço da população encontra-se em estado catatónico, embrutecida pelas televisões. O ódio ao Sócrates funcionou, do estado larvar durante quatro anos passou a vespa furiosa.
7. Estas eleições constituem uma lição dolorosa para os sociólogos em geral e para os marxistas em particular. Lembram-me a surpresa que nos siderou quando o PS arrebatou uma estrondosa vitória nas primeiras eleições livres. Pensemos, pois.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

OPINIÃO

É arriscado fazer prognósticos antes do fim do jogo, nos casos em que os adversários se equivalem em termos técnicos. Um Real Madrid muito dificilmente perderia um jogo com o Paços de Ferreira, mas poderia perder ou empatar com o FCP, embora as probabilidades pendam para o Real Madrid. Nos fenómenos humanos não podemos conhecer todas as probabilidades, porque neles intervém precisamente o "factor humano". Uma equipa que sente que está a jogar mal, que não está a conseguir controlar o jogo, que está a perder, corre o risco de perder mesmo. O que pode inflectir o jogo? A resistência agressiva, a coragem, auto-confiança, moralização. A força "anímica". Sucede isto no jogo, como sucede nos "jogos" da vida. O acaso existe, mas a sorte somos nós que a fazemos.
  Vem isto a propósito destas eleições. Comentadores e jornalistas, por simpatia ou encomenda do PS, aconselham a que não se ataque este partido, prevêem o efeito nefasto dos ataques de que foi alvo pelos partidos à sua esquerda. Contudo, se os ataques denunciavam o carácter direitista do seu programa e a sua recusa em romper de facto com estas políticas, como é que que se explica que os eleitores descontentes com este governo votem nele? Era mais fácil de entender que eleitores simpatizantes votem no governo  e que eleitores simpatizantes do PS votem neste porque foi alvo de ataques sucessivos. Os eleitores indecisos possuem simpatias, não estão divididos entre dois amores; excepto aquela parte (bem grande) de abstencionistas potenciais, que se sentem "fartos dos políticos" e que já não acreditam em nenhum. Provavelmente abstêm-se. 
É inegável que os media desempenham um importante papel nas escolhas, mas não é uma "lei de ferro". A ditadura de Salazar controlava tudo até ás eleições em que surgiu Humberto Delgado; porém, este ganharia as eleições não fosse a enorme fraude que o ditador organizou. Há outros exemplos em regimes democráticos por esta Europa fora, mas esse acontecimento de 1957-58 é, a meu ver, o mais elucidativo. 
Dois a três milhões de portugueses vivem pior: desempregados, aqueles que emigraram recentemente, um grande parte dos funcionários públicos, outra boa parte dos pensionistas, empresários pequenos e médios cujos negócios faliram ou a quem os bancos recusam o crédito. Simpatizam com um Passos Coelho "simpático" nas televisões? Muito dificilmente. 
Na minha opinião são eles que decidirão o final do jogo.

Viagem à Polónia

Viagem à Polónia
Auschwitz: nele pereceram 4 milhôes de judeus. Depois dos nazis os genocídios continuaram por outras formas.

Viagem à Polónia

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Auschwitz, Campo de extermínio. Memória do Mal Absoluto.