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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Os Inteligentes 2

A Razão não é una nem única. Possui a suprema capacidade de se disfarçar, isto é, de disfarçar os seus interesses mundanos.
 Os argumentos segundo os quais o próximo governo do PS é ilegítimo é coxo: falta-lhe a sustentação da letra constitucional; baseia-se numa dita "tradição" lusa na qual não houve nunca governos de esquerda (abstraem o período revolucionário que, é claro, não lhes serve); as constituições e o Direito submetem-se, pois, a tradições. O argumento de que é ilegal  é maneta : falta-lhe a força dos factos: os eleitores elegem deputados e não primeiro-ministros; cabe à Assembleia da República formar um governo com apoio maioritário.
Sobra, porém, um argumento aos inteligentes: estes acordos não servem, pois que deviam acordar sobre matérias como o Orçamento (que ninguém soube, nem agora nem no passado, qual seja antes de o ser), o défice, a obediência aos tratados da UE, à NATO, etc., etc. Ou seja: as matérias divergentes entre os quatro partidos que assinaram acordos. Somente assim seria um governo "sólido, estável, consistente", que apaziguaria o presidente da República. Que significa? Significa que os inteligentes apelam (ou mais do que isto) ao dito cujo para não empossar António Costa. Como é que um acordo se faz sem que não haja matéria divergente? Teriam os partidos de esquerda de assinar por baixo do programa do PS??
Os inteligentes são assim: criticavam por vezes o governo ultra-liberal destes últimos quatro anos por "erros" e "desvios", personalizando aqui e acolá (como gostam de proceder os inteligentes), porém, na verdade, gostavam dele, como aqueles maridos ou esposas que chateiam mas no fundo até gostam.
Ora pôrra para os inteligentes!

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