As recentes eleições nos EUA demonstram várias coisas: um sistema eleitoral viciado com aparência de libérrima democracia que conduz sempre à derrota ou exclusão de candidatos realmente alternativos; a ditadura do dinheiro sobre a grande maioria dos assalariados, pobres e minorias sociais e étnicas, tal como se traduz em campanhas multimilionárias; a emergência inesperada do populismo na América do Norte, a qual, como era de esperar e era seu propósito, cativou a simpatia das massas revoltadas e descontentes e de muitos outros que não se revêm na política interna e externa do seu país; Trump, o vencedor, disse-lhes o que sentem e queriam ouvir, o que normalmente faz de alguém um vencedor; o domínio absoluto dos media pelo capital financeiro, que não apostou em Donald Trump; a crise profunda que abala o capitalismo nos seus centros e nas suas periferias, crise económica, política, moral. Perdeu a mulher militarista que se apresentou com um curriculum de invasões e guerras sanguinárias, venceu aquele que se dispôs a retomar o diálogo e a diplomacia e também por isto ele venceu.
Acreditar agora que o imperialismo e a sua sede principal encolha as garras é acreditar demasiado.
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