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sábado, 7 de janeiro de 2017

APONTAMENTOS



APONTAMENTOS
(De um artigo que está a ser publicado pela revista VÉRTICE, Lisboa)

O debate Modernidade versus pós-modernidade

Nos anos 80 do século passado abriu-se um intenso debate sobre este título e tema. O livro do filósofo alemão Jürgen HABERMAS, O Discurso Filosófico da Modernidade (Ver ed. Na Texto Editora) desempenhou o papel de protagonista principal. Por essa altura Jean-François Lyotard aturdira meio mundo com o seu livro A Condição Pós-Moderna, inaugurando a expressão “pós-modernidade” (a expressão “pós-modernismo”, nas artes, já circulava anteriormente).
O segundo autor declarava o fim da Modernidade, isto é, do conceito de Verdade, a nova modalidade de pensamento, o “relativismo”. Entretanto, jogavam-se para fora, pelos seus discípulos sobretudo, valores tidos antes como consensuais, tais como os valores herdeiros do Iluminismo.
Habermas entrou no debate com esse livro célebre, alicerçado numa poderosa argumentação, defendendo que a Modernidade era um programa vivo que esperava vir a ser cumprido, e ele, Habermas, propunha-se completá-lo com a sua teoria da livre e racional comunicação inter-subjetiva.
A meu ver os valores criados pela burguesia revolucionária dos séculos XVII e XVIII não foram respeitados, em grande parte, pela burguesia que alcançou o poder absoluto a partir do século XIX, ou somente de modo formal. Marx e Engels demonstraram, no Manifesto Comunista, o caráter contraditório da Modernidade ( a “dialética da Modernidade”), ou seja, da civilização burguesa. Havia, pois, que aceitar como conquistas históricas e irreversíveis (no interesse dos trabalhadores e dos povos colonizados) os direitos universais e as instituições democráticas populares (o sufrágio universal, por exemplo). Tratava-se, agora, de reverter essas conquistas progressistas para as mãos do proletariado e dos povos, subverter o Estado (burguês), abolir os chamados “direitos naturais” enquanto instrumentos ideológicos que legitimavam a exploração desenfreada dos “novos escravos” que se julgavam libertos.

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