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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Morreu um grande músico




Moustaki, um homem bondoso e 

multicultural

O grande músico hoje falecido, autor de "Milord", de "Métèque" e de uma fabulosa adaptação de "Fado Tropical", uma ode aos cravos vermelhos do 25 de Abril, era um humanista.

Daniel Ribeiro, correspondente em Paris
 


Na sua casa, na ilha Saint-Louis, no centro de Paris, cruzavam-se 
gentes e 
culturas do
 mundo inteiro. 
Georges Moustaki, de origem grega, era um homem bondoso, zen e 
fascinante. 
Fumava marijuana e jogava pingue-pongue, adorava conversar e, 
sobretudo, 
receber boas notícias. Morreu hojem, em Nice, aos 79 anos de idade.
Um dia, durante uma entrevista para Portugal (publicada no extinto 
semanário "Sete"), 
disse-me que uma das grandes notícias que recebera na vida foi a 
da revolução portuguesa.
Escreveu, aliás, sobre o 25 de Abril, logo em 1974, uma letra
 fantástica para a adaptação
 francesa
 de "Fado Tropical", de Chico Buarque , a que deu o nome de
 "Portugal". Nessa canção,
 onde uma parte é cantada em português, evoca a esperança
que nasceu no Mundo 
com os cravos vermelhos que então floresciam à beira do rio Tejo.

Piaf, Montand, Regianni...


Georges Moustaki era um humanista. Escreveu para Edith Piaf, de quem 
foi amante, 
a célebre letra da canção "Milord" e é o autor de "Métèque", interpretado por
 ele próprio
 e que foi um dos seus maiores êxitos.
Tinha, desde há alguns anos, uma doença grave nas cordas vocais. 
Curiosamente,
 ontem à noite, na cave do café-concerto Le Trois Mailletz, um dos seus
 guitarristas, 
o brasileiro Toninho do Carmo, falava-me dele e dizia estar inquieto com
 a sua saúde. 
Toninho e a sua mulher, a fadista portuguesa Maria Teresa, radicada
 em Paris, 
acompanhavam-no, nos últimos anos, em quase todos os seus concertos.
Moustaki, que se instalou em Paris em 1951, vindo da Grécia, era um
 "monstro" da 
chamada
 grande música francesa. Foi amigo de Georges Brassens e escreveu
 para Edith Piaf, 
Yves Montand, Juliette Gréco, Barbara e Serge Regianni.
Mas era, sobretudo, um amigo de todos nós. Dos humanistas e dos 
sonhadores do 
Mundo inteiro.


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/moustaki-um-homem-bondoso-e-multicultural=f809018#ixzz2U8HhiQOZ

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