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terça-feira, 30 de novembro de 2010

A casa




Já a lua se apagou sob o lençol negro

Enquanto me recolho no covil das palavras

Na chama da língua que emudece.

Fui.

Uma chuva ácida castiga o mundo

Como um deus cruel a seus filhos

Que o não amam.

Quem a mim amar possa

Ofereço um ramo de oliveira.

Inimigo meu pode dormir tranquilo

Que as minhas palavras não matam.

Inofensivo vou

Pela chuva como uma criança perdida.

Onde fica a minha casa?

Em que lugar sonhado, minha mãe, meu pai?

Que o céu se abra como um útero

E chova leite e mel sobre os submissos

E se abra a terra como uma deusa misericordiosa

Para a sementeira de um mundo novo.

Que morra eu, sim,

Que morra,

Mas a casa se habite.

1 comentário:

jrd disse...

Belíssimo!
Despojado e solidário.

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Auschwitz: nele pereceram 4 milhôes de judeus. Depois dos nazis os genocídios continuaram por outras formas.

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Auschwitz, Campo de extermínio. Memória do Mal Absoluto.