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sábado, 6 de setembro de 2014

Que tempos!

Enquanto observador dos acontecimentos que me chegam pelos media, retomo sempre a mesma interrogação: a História repete-se ou não? Existe uma lógica na História, luta pela sobrevivência, luta de classes, luta das minorias, Vontade de Poder? Move-se para a frente, do inferior para o superior, do mau para o menos mau?
Vivemos um tempo pródigo em apocalipses, isto é, de visões pós-apocalípticas. A pós-modernidade parece ser a antevisão de catástrofes. O fim do mundo e a sua continuação por outros modos. Pan-epidemias, invasões de vírus e de alienígenas, degelo das calotas polares, inundações gigantescas, meteoros e cometas em colisão com a Terra, atentados terroristas às metrópoles, choque mortal de civilizações, guerras nucleares, etc., etc. Ficção-científica que antecipa o que há de pior no presente, romances pessimistas, cinema do horror e do terror. Telejornais de tirar o apetite ao jantar.
Um amigo meu acaba de publicar uma novela futurista à maneira do "New Brave world", de Huxley...
Anda no ar um susto, um medo, um anúncio. O Anjo da Morte, de W. Benjamim.
Sumiram-se as utopias, reinam as distopias.
Quem influencia quem? A arte ou a vida?

1 comentário:

José Patrício disse...

Que tempos! Pós-moderno... Aldous Huxley, Walter Benjamin. Quando esta mensagem foi publicada, quis dizer algo sobre Ernst Bloch e Walter Benjamin. Ernst Bloch veio por arrasto. São autores, cuja elevação no pensamento e na sua expressão escrita apelam a que os leiamos, entremos em diálogo. Como no jogo, a pares ou em equipas, precisamos dos outros, de falar com alguém. É o jogo da vida. Aldous Huxley fica, por agora, lá mais para trás, ele que até há dias, era o único de quem tinha lido alguma coisa: Admirável Mundo Novo e Contraponto. Sem Olhos em Gaza ficou há muito e está ainda à espera.
De Ernst Bloch e Walter Benjamin tinha colhido informação, suficiente para uma impressão positiva. Para Walter Benjamin, vai uma onda calma de simpatia pela sua luta não premiada por uma cátedra na docência universitária, pela sempre necessária angariação dos meios de sustento de si e da família, pelos seus escritos tantas vezes fulgurantes(lugares onde vive a ideia nova), pelo seu fim dramático na fronteira com a Espanha.
Li, agora, de Walter Benjamin, Contos e Histórias: Gostei. E o ensaio «A Obra de Arte na Era da Sua Reprodução Técnica», inserido na antologia Estéticas do Cinema, Publ. Dom Quixote, Lisboa, 1985.
O cinema evoluiu muito desde 1936. Digo que se acelerou muito o que Benjamin viu. Ele estava sempre um bocadinho à frente do seu tempo. Ou seja, estava bem nele, muito atento. O público na sala de cinema é examinador do filme enquanto obra de arte, mas nos nossos dias pelo som das salas, a ambiência e o que é projectado, e como o é, deve ser por força um examinador mais distraído. Estamos no mundo, não podemos deixar de ser modernos, mas somos empurrados para o pós-moderno. A pressa instalou-se.
A análise de W. Benjamin é feita à luz do marxismo e ele o diz no ensaio. Para dialogar com alguma(s) das suas interpretações precisava do tempo e do estudo que não pude ainda ter para lhe dedicar.
Gostei de ler.
Ernst Bloch, também gostava (O Princípio Esperança), mas é obra. Pode-se começar...
Por último, fico a pensar se deveria ter abusado do espaço de um comentário, para falar de assuntos, que praticamente desconheço!?

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