I.
Ocupamos as vidinhas com ódios, ressentimentos, invejas, ciúmes, cada um centrado no seu egozinho a vigiar de perto os egozinhos dos demais. Se observássemos o universo tal qual é, destituído de valores, alcançaríamos a serena felicidade da sabedoria. Não o conseguindo, atinjamos aquele género de conhecimento que mais disso se aproxime.
II.
Vamos repetindo aos outros que o Amor maiúsculo é a forma (platónica) da mais pura e duradoira felicidade. Na prática, vamos navegando nas paixões, ou, a medo, vamos acostando ao cais da segurança das rotinas e dos compromissos. Na verdade, a lição platónica é esta: amar o conhecimento verdadeiro é o amor mais seguro, sereno e duradoiro. Com esse não nos iludimos. Acaso Espinosa, Darwin, Marx ou Einstein se iludiram?
III.
Não nascemos para odiar, mas para amar. Para amar o quê e como? Eis a investigação filosófica pessoal por excelência.
IV.
O que nos faz sofrer não é o amor, mas a paixão. O ser humano é uma criatura apaixonadiça, por isso sofre e faz sofrer. A causa não está na carne, mas na mente. A reforma da mente é a vocação filosófica pessoal mais urgente.
V.
A reforma social mais urgente é a erradicação de sistemas que exploram o corpo e a mente de um homem por outro homem. Fora isso, continuaremos humanos, demasiado humanos, isto é, não alcançaremos nunca a verdadeira humanidade.
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