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Pelo Socialismo
Questões político-ideológicas com atualidade
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Publicado em: http://inter.kke.gr/News/news2011/2011-10-21-murderous-attack-info
Tradução do inglês de PAT
Colocado em linha em: 2011/10/31
Artigo da Secção de Relações
Internacionais do CC do KKE1 sobre as
posições dos média no criminoso ataque
à grande manifestação da PAME2
2011/10/21
O movimento operário e popular tem a força necessária para enfrentar
os mecanismos provocadores do sistema burguês.
O criminoso ataque desencadeado por grupos anarco-fascistas contra a grandiosa
concentração organizada pelos Sindicatos de classe, unidos na Frente Militante de
Todos os Trabalhadores (PAME), opondo-se às novas medidas antipopulares do
governo, foi notícia à escala global. Contudo, houve muitas tentativas dos média
burgueses para distorcer os factos.
Com efeito, nesse esforço usaram como argumentos invenções e mentiras
provenientes das forças oportunistas e dos sítios trotskystas na Internet.
Como é sabido, em 19-20 de outubro, centenas de milhares de trabalhadores
participaram na grande mobilização de luta, na qual os Sindicatos de classe da PAME
assumiram a liderança, em conjunto com outras forças da aliança social (MAS3,
PASEVE4, PASY5, OGE6). O sucesso do 1.º dia de greve e a massiva manifestação na
praça central de Atenas, frente ao Parlamento, onde a PAME era predominante,
enviou uma forte mensagem ao governo, à UE, ao capital: Nenhum sacrifício pela
plutocracia! Os trabalhadores não são responsáveis pela crise capitalista! A luta pelos
objetivos ligados às necessidades atuais, em rutura com o sistema capitalista e pela
concentração de forças para o poder e a economia populares!
Os incidentes forjados, o “jogo do gato e do rato” com a polícia de choque, os danos
nas lojas e edifícios, organizados por pequenos grupos provocadores, não
conseguiram apagar a mensagem da gigantesca manifestação popular da PAME.
Alguns média internacionais, numa tentativa de enganar os trabalhadores dos seus
países, falaram de um ataque e de uma tentativa de os manifestantes ocuparem o
parlamento. Algo que, obviamente, não tinha qualquer relação com a realidade.
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No 2.º dia, as forças do capital procuraram suprimir a forte mensagem política dos
trabalhadores. A PAME anunciou o cerco ao Parlamento durante o tempo em que as
medidas antitrabalhadores estivessem a ser discutidas e votadas artigo a artigo, em
votação nominal, a pedido do KKE. Por esta razão, eles mobilizaram e lançaram, de
forma planeada, grupos organizados com instruções específicas e anarco-fascistas
que, com cocktails Molotov, pedras e outras armas que são usadas pela polícia –
como gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento – tentaram dispersar a
majestosa concentração de trabalhadores e povo na Sintagma e, especialmente, a
parte onde a PAME estava concentrada. O assalto ocorreu nas extremidades da
manifestação e teve como resultado ferimentos em 80 manifestantes e a morte de um
sindicalista, trabalhador da construção, Dimitris Kotzaridis, todos da PAME.
Todavia, o seu objetivo, que era o de dispersar a concentração da PAME e intimidar e
suprimir o contra-ataque da torrente operária e popular que saiu à rua para a greve
geral de 48 horas, falhou! As forças de proteção da concentração repeliram com
sucesso o criminoso assalto!
Fotografias mostram:
. Os encapuçados, os mecanismos criados pelo sistema burguês contra o movimento
operário e popular, a tentar dispersar a enorme manifestação.
. O falecido Dimitris Kotzaridis, trabalhador da construção civil, sindicalista da
PAME. A sufocante atmosfera causada pelo uso de bombas de fumo e extintores de
fogo pelos provocadores contra os manifestantes teve como resultado a trágica
morte de Dimitris Kotzaridis. O manifestante sentiu tonturas e desmaiou. Os seus
camaradas prestaram-lhe assistência e realizaram os primeiros socorros e levaramno
para fora da Praça Sintagma. “A asfixia pelo gás lacrimogéneo pode ter levado à
insuficiência respiratória e constituído a causa da morte” – denunciou aos média
Ilias Sioras, cardiologista e Presidente do sindicato dos trabalhadores do hospital
“Evanggelismos”; “os resultados finais serão apresentados pela investigação dos
médicos legistas”, concluiu Ilias Sioras.
. O ataque dos provocadores contra as equipas de proteção da PAME.
. Manifestante da PAME ferido com pedras. Pelo menos 80 manifestantes foram
feridos, principalmente com pedras e mármore partido, que os provocadores
atiraram à multidão de manifestantes.
. Equipa de proteção da PAME a repelir o assalto dos mecanismos provocadores.
. A cabeça da manifestação da PAME. Proteção sólida em toda a parte.
. A imagem da manifestação da PAME, depois do criminoso ataque dos provocadores.
. As forças da PAME deslocaram-se de Sintagma para Omonoia. Uma imagem do
momento da notícia da morte do sindicalista da PAME, quando se observou um
minuto de silêncio.
Certos média burgueses internacionais procuraram apresentar os incidentes
supramencionados como um conflito entre duas correntes político-ideológicas dentro
3
do movimento popular. Esta abordagem nada tem a ver com a realidade, pois na
Grécia é do conhecimento geral que estes grupos que aparecem sob a capa do preto,
do capuz - “anarquismo” -, são organizados e compostos pelas forças do sistema
burguês e incluem tudo, desde hooligans organizados de clubes de futebol, até
capangas de clubes noturnos, membros de organizações neonazis e forças e serviços
de segurança.
Há uma quantidade evidências no passado recente (fotografias e vídeos) que
mostram as relações destes grupos com os mecanismos do sistema. São grupos
criminosos que servem o sistema burguês e não têm qualquer relação com o
movimento popular. São lançados pelo próprio sistema para organizar provocações
(como o incêndio do banco em 5/5/2010, onde morreram três empregados) e
fornecem um pretexto às forças de segurança para usarem os equipamentos que
possuem, a fim de dispersar as manifestações populares de massas.
Ainda mais perigoso e sujo é a calúnia de que a PAME protegia o parlamento dos
manifestantes, uma alegação reproduzida pelos meios de comunicação burgueses e
oportunistas – nacionais e internacionais. Esta suja alegação procura apresentar a
PAME como um suporte do sistema burguês e o KKE como uma “força sistémica”,
como um partido do sistema burguês. Ela emana daquelas forças que louvam o
movimento “espontâneo” e o apresentam como oposição ao organizado movimento
operário de classe. São eles que, enganosamente, identificam a revolução e o
levantamento popular com a queima de caixotes do lixo e a quebra de vitrinas das
lojas e não com a luta política organizada do movimento operário, que tem raízes nas
fábricas, nos locais de trabalho, nos bairros populares e disputará o poder burguês,
levando a um conflito com as organizações imperialistas da NATO e da UE, para o
estabelecimento do poder popular. O KKE e a PAME não necessitam de quaisquer
“credenciais” comprovativas da sua militância, como as que os órgãos de
comunicação burgueses entregam aos provocadores encapuçados e aos grupos
anarco-fascistas. A nossa história e atividade têm o reconhecimento de centenas de
milhares de trabalhadores que participaram nas manifestações populares, de milhões
de trabalhadores que apreciam a consistente e inabalável luta do nosso partido, a
firmeza dos seus objetivos para a derrota da barbárie capitalista e a militância dos
seus membros e quadros nos locais onde trabalham e vivem. Esta calúnia de que a
PAME, alegadamente, “protegeu o parlamento burguês dos rebeldes” nada tem a ver
com a realidade e, além disso, procura esconder a verdade, nomeadamente o facto de
que a PAME conseguiu, graças à sua forte vigilância, defender a manifestação e
impedir os planos para a sua dispersão.
Como dizemos na Grécia “as mentiras têm as pernas curtas”... Na manhã de sextafeira,
centenas de membros e quadros do KKE e numerosas forças do movimento de
classe visitaram muitos locais de trabalho, informando os trabalhadores e preparando
novas mobilizações.
Este trabalho político de massas entre o povo, que continuará diariamente, constitui
uma resposta decisiva aos vários tipos de anarco-fascistas, aos informadores policiais,
ao estado burguês, ao governo e partidos do capital e às formações oportunistas.
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1 Comité Central do Partido Comunista da Grécia – KKE é a sigla do nome do Partido em grego. [NT]
2 Sigla em grego de “Frente Militante de Todos os Trabalhadores”. [NT]
3 Sigla em grego de “Frente Militante de Todos os Estudantes”. [NT]
4 Sigla em grego de “Movimento Antimonopolista de Trabalhadores Autónomos e Pequenos
Comerciantes”. [NT]
5 Sigla em grego de “Movimento Militante de Todos os Camponeses”. [NT]
6 Sigla em grego de “Federação das Mulheres Gregas”. [NT]
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