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terça-feira, 26 de novembro de 2013







Através desta imagem rara da RTP, no rescaldo do 25 de Novembro de 1975, o Coronel Jaime Neves, dos Comandos, deu claramente a entender a iniciativa do golpe:"tivemos de ser nós a arrancar", ou seja, assume a autoria do golpe. Esta é uma das muitas evidências que provam que nunca houve uma tentativa de golpe de esquerda ou comunista como diz a extrema-direita, o PSD, PS e CDS.

Para melhor percebermos o que aconteceu no 25 de Novembro de 1975, os paraquedistas decidiram ocupar as bases aéreas como reacção a sucessivas provocações feitas ao longo do mês de Novembro por ordens de militares afectos ao Grupo dos 09, que primeiro determinaram a desactivação da unidade, depois congelaram os seus vencimentos, e, finalmente, mandaram cortar o fornecimento de alimentos e electricidade à base aérea de Tancos; em resposta, um golpe, chefiado por Ramalho Eanes, com o comando operacional em Jaime Neves e Pires Veloso, com uma "força militar muito diminuta", põe em marcha um plano que visava pôr fim ao processo revolucionário. A ocupação dos páras foi de protesto, nunca para tentar um golpe.

O golpe contra-revolucionário já estava a ser preparado desde Setembro de 1975, e a saída dos "páras" foi uma desculpa para o "Grupo dos 9" e seus aliados (entre eles o CDS, PS, PPD, a extrema-direita e a Igreja católica reaccionária) dar um ponto final na revolução. Meses antes, o golpe contra-revolucionário já tinha começado dentro dos quartéis com os saneamentos aos oficiais e soldados revolucionários, vários deles que tinham participado no 25 de Abril. Convém referir que durante os 19 meses do PREC, o poder político estava no povo, que se organizava nas suas respectivas comissões. É óbvio que isso incomodava os poderosos que não gostaram de perder os privilégios. O primeiro ministro do VI governo provisório Almirante Pinheiro de Azevedo, em meados de Outubro de 75, falou à revista Times a dizer que precisaria de um mês" para pôr o país na ordem". Curiosamente, um mês depois deu-se o 25 de Novembro.

Dias antes do 25 de Novembro, Brigadeiro graduado António Pires Veloso, ligado à extrema-direita, afirmava que era preciso «acabar com essa insurreição» popular, «disciplinar as Forças Armadas e retirar o povo da rua». Tal veio a acontecer.

Posto isto, a esquerda não tinha em preparação qualquer golpe. Mas ao invés o outro lado tinha. E hoje dá perfeitamente para ver quem foram os "vencedores" do famigerado golpe. São eles os tais poderosos, os "Donos de Portugal", os banqueiros, a oligarquia política que nos têm desgoverno desde o 25 de Novembro de 1975 e que nos trouxeram para esta miséria do Capitalismo selvagem e a este empobrecimento.
(enviado via e-mail)

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