As sondagens diárias constituem manipulação do eleitorado, mas não só. Têm erros técnicos evidentes que lhe retiram objectividade, mas não só. As arruadas da coligação Paf são artificiais, compostas de jotinhas pagos e de outros profissionais, mas não só. Boa parte do eleitorado de reformados e pensionistas (sejam do norte e centro rural ou não) oscila para o voto neste governo que lhes cortou as reformas; outra parte do eleitorado beneficiou dos 13º mês que o Tribunal Constitucional obrigou o governo a pagar; outra parte arranjou emprego precário, mas emprego, e todos têm medo de perder o muito que possuem ou o quase nada. Duas armas são decisivas: o argumento de que o governo PS-Sócrates é que provocou todo o mal, e o ódio a Sócrates; o argumento de que na Grécia foram esmagadas as reivindicações e de que não há meio de vencer esta UE.
Em suma: vale mais um pássaro na mão (ferido, de asas cortadas) do que dois a voar.
Quem é que constituía em grande parte a chamada "classe média"? os funcionários públicos (no activo ou na reforma). É esta que decidirá o resultado das eleições de 4 de Outubro, não a classe operária nem a classe burguesa.
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