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sábado, 12 de setembro de 2015

É notório que o Bloco de Esquerda tem vindo a ultrapassar algumas das suas contradições, por exemplo sobre o Tratado Orçamental da UE, e a fazer esquecer o apoio que no Parlamento Europeu deu ao ataque à Líbia. Não esclareceu ainda como inverter toda a política de direita no plano económico e social, pelo menos nestes debates, nos quais tem preferido o ataque ao invés de articulá-lo com a alternativa clara para os eleitores. Contudo, é de apreciar positivamente a sua prestação.

Fernando Rosas, em entrevista ao jornal i, acredita que o Bloco de Esquerda vai conseguir manter a mesma representação parlamentar, coloca em causa a política de direita apresentada pelo Partido Socialista e a política de medo transmitida pela coligação.
“O argumento principal da coligação que está no poder é o medo”, afirma, acrescentando que este apelo poderá resultar em tempo de crise, já que há uma transmissão da ideia de que “mudar é pior ainda do que isto”, esclarece.
“Não estou a chamar às pessoas estúpidas (…) estão a ser seduzidas para votar não com base na inteligência e na escolha, mas com base no pânico”, justifica o histórico fundador do Bloco de Esquerda, frisando que esta estratégia está a surtir “sucesso”, “também porque não tem um Partido Socialista à altura”, acrescenta.
O historiador revela que o Partido Socialista, “sendo um partido com gente de esquerda, neste momento não tem um programa político de esquerda”, garantindo que o partido liderado por António Costa assume a impossibilidade discutir a renegociação ou não da dívida e a desobediência ou aceitação do Tratado Orçamental.
“Uma vitória da direita é a última coisa que eu desejo”, frisa Fernando Rosas, contudo acha que essa questão “é possível”, justificando-se com os resultados das sondagens. Caso aconteça, “é uma grande derrota para a esquerda. É uma derrota para o PS mas é uma derrota para a esquerda”, antecipa.
O fundador do Bloco de Esquerda não atribui a recuperação da economia ao Executivo, explicando que esta se deve ao Tribunal Constitucional e à intervenção do Banco Central Europeu, retirando mérito ao Governo.
Por outro lado, Fernando Rosas veria “com muita simpatia” uma espécie de plataforma entre PCP e BE. “É certo que entre o PCP e o BE há o peso do passado mas essas diferenças, com o tempo valem o que valem”, afirma.
“Há uma cultura diferente, há um passado diferente, há estas coisas todas. Mas essas coisas todas valem muito pouco perante aquilo que é uma necessidade histórica e política do momento”, apela o histórico fundador do Bloco.

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