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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Conferência Sindical Internacional de Solidariedade

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Pelo Socialismo

Questões político-ideológicas com atualidade

http://www.pelosocialismo.net

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A Federação Sindical Mundial (FSM) organizou uma

“Conferência Sindical Internacional de Solidariedade”,

que aprovou várias Resoluções anti-imperialistas1

1. Introdução

2. Resolução sobre o Bahrain

3. Resolução sobre os últimos desenvolvimentos no Cairo –

Solidariedade com o povo do Egito

4. Resolução sobre a Líbia

5. Resolução sobre a Palestina

6. Resolução sobre a Síria

7. Resolução sobre a Suazilândia


1. Introdução

Colocada em linha, em 16 de setembro de 2011

A Conferência Internacional da Federação Sindical Mundial sob o lema “Os desafios

dos países do Norte de África e do Médio Oriente. O papel do movimento sindical.

Solidariedade com o povo palestiniano e com a luta do povo da Suazilândia” foi

levada a cabo em 13 e 14 de setembro de 2011, em Estrasburgo, França.

Representantes de organizações sindicais da Líbia, Argélia, Palestina, Irão, África do

Sul, Senegal, RD do Congo, França, Portugal, Grécia, Peru, Cuba, Índia e da

Confederação Internacional de Sindicatos Árabes (CISA) participaram na

Conferência Internacional da FSM e aprovaram por unanimidade as resoluções sobre

os acontecimentos na Líbia, Síria, Egito, Palestina e Suazilândia.

As importantes e interessantes intervenções de todos os participantes condenaram a

intervenção imperialista no Norte de África e Médio Oriente e exigiram o fim das

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invasões e a necessidade dos povos decidirem por si próprios sobre o seu presente e

futuro.

Denunciou-se o papel dos EUA, NATO, UE e o caráter imperialista de Israel,

enquanto os representantes da classe operária internacional apoiaram a Campanha

internacional da FSM pelo reconhecimento do Estado Palestiniano, com as fronteiras

de 1967, e o fim da ocupação israelita dos territórios árabes e exigiram direitos e

liberdades democráticas, sociais e sindicais para todo o povo da região árabe. Em

solidariedade com a luta do povo da Suazilândia, a Conferência Internacional da FSM

aprovou uma resolução de solidariedade com a sua causa, pelo fim da monarquia e o

estabelecimento de uma democracia multipartidária, com o levantamento da

proibição de partidos políticos, a libertação dos presos políticos e o regresso dos

exilados.


2. Resolução sobre o Bahrain

Nós, dirigentes sindicais de todos os continentes, reunidos em Estrasburgo para

discutir a solidariedade com as lutas dos povos de todo o mundo, realçamos que,

enquanto neste período o mundo deveria avançar unido, sob condições de paz e

democracia, há ainda muitos países, em toda a parte, cujos povos são oprimidos e

impedidos de exercer os seus direitos humanos básicos de associação, expressão e

reunião. Registámos, com cólera, os acontecimentos que se verificaram em alguns

países, onde a comunidade internacional escolheu fechar os olhos ou tolerar a

agressão imperialista.

Como dirigentes de vários sindicatos, com milhões de membros por todo mundo, sob

a direção global da FSM, decidimos assim o seguinte:

Nos últimos três meses, os trabalhadores e o povo do Bahrain têm lutado através de

manifestações, que têm sido reprimidas pelo governo, com crueldade e dureza. Nos

últimos dias, dezenas de milhares de manifestantes antigovernamentais saíram às

ruas do Bahrain para exigir um fim ao papel da dinastia Al Khalifa.

A FSM expressa o seu apoio e solidariedade ao povo e à classe operária do Bahrain,

que lutam pela DEMOCRACIA, LIBERDADE e JUSTIÇA e para parar a pilhagem dos

recursos do país pelos capitalistas, reis e emires.

Exigimos o fim da intervenção das forças militares imperialistas e estrangeiras nos

assuntos internos do Bahrain. O povo deste país é o único responsável para decidir

do seu presente e futuro.

Desejamos sucesso à classe operária nos seus objetivos. Exigimos do governo do

Bahrain que pare imediatamente com os assassínios e a repressão dos manifestantes.

Exigimos com firmeza a anulação de todos os despedimentos de trabalhadores, que

perderam os seus empregos durante os últimos acontecimentos. Exigimos a imediata

libertação de todos os presos políticos.

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Mais uma vez, a FSM expressa a sua solidariedade à classe operária do Bahrain, que

demonstra nas ruas a exigência de um futuro melhor. Um futuro sem desemprego,

sem pobreza e sem exploração.

A Presidência da Conferência


3. Resolução sobre os últimos

acontecimentos no Cairo –

Solidariedade com o povo egípcio

A Federação Sindical Mundial apoia a luta do povo do Egito pela democracia, pela

liberdade e pelos direitos laborais, que satisfaçam as necessidades atuais dos

trabalhadores. Em nome dos 80 milhões de membros que trabalham e vivem em 120

países dos cinco continentes expressamos a nossa mais calorosa solidariedade aos

manifestantes que ontem, anteontem e presentemente têm vindo a manifestar-se em

frente da embaixada israelita, no Cairo.

A classe operária do Egito tem consciência do facto de que a política dos governos

israelitas é perigosa para a paz, a amizade e a segurança na vasta área do Nordeste

Mediterrânico.

Os governos de Israel e, com eles, os dos EUA, a NATO e todos os imperialistas são os

únicos responsáveis pelo sofrimento do povo palestiniano e a ocupação dos territórios

árabes pelos sionistas.

Por estas razões justifica-se a frustração, a raiva e a exigência dos manifestantes do

Cairo que irromperam pela embaixada israelita e expulsaram o embaixador do país.

O governo do Egito está obrigado a parar o uso da violência contra os manifestantes e

os assaltos contra os trabalhadores egípcios, que expressam a sua solidariedade aos

seus irmãos na Palestina e aos trabalhadores nos Golã e em toda a Arábia.

O governo do Egito está obrigado a pôr fim às intervenções judiciais antidemocráticas

nas vidas dos sindicalistas.

Os únicos que têm autoridade para democratizar o Movimento Sindical Egípcio são

os trabalhadores do Egito e não os júris e os Ministros do Trabalho com uma

intervenção externa, nem as decisões provenientes do exterior.

Apelamos aos trabalhadores do Egito a que resistam contra os planos dos

imperialistas, do Ministro do Trabalho e dos reformistas e a que lutem por um

movimento sindical democrático, de classe e internacionalista, em cooperação com a

Federação Sindical Mundial e em fraternal relação com os objetivos e as lutas do povo

palestiniano.

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Por um movimento sindical que se torne um obstáculo à pilhagem das fontes de

produção de riqueza.

A presidência da Conferência


4. Resolução sobre a Líbia

A Federação Sindical Mundial assumiu um conjunto de posições públicas, emitiu

notas à imprensa e participou em muitas formas de manifestações organizadas em

diversos países, desde o início dos acontecimentos na Líbia.

A FSM denunciou, com firmeza e persistência, a política dos EUA, da UE e dos seus

aliados.

A FSM criticou vigorosamente a CSI2 e os sindicatos reformistas que apoiaram e

ainda apoiam a política dos imperialistas na Líbia.

Hoje, todos sabem que a guerra que se iniciou e ainda continua, da NATO contra a

Líbia, não é uma guerra contra Kadhafi que, afinal, cooperou com os governos da

Reino Unido, França, Itália, EUA, etc. durante muitos anos. A guerra da NATO contra

a Líbia é motivada pelo total controlo do petróleo e gás natural da Líbia, pela

pilhagem das fontes produtoras de riqueza da Líbia e pela ocupação de posições

estratégicas na região do Norte de África e do Médio Oriente. É do conhecimento

geral que os novos dirigentes da Líbia são títeres da NATO: já assinaram um acordo

de concessão de 35% do petróleo libanês com os monopólios franceses.

A Federação Sindical Mundial condena uma vez mais os bombardeamentos da NATO

e a agressividade imperialista que levaram a massacres maciços de inocentes, em

Tripoli e noutras cidades. Destruíram o sistema de abastecimento de água e

eletricidade e a rede de transportes. O movimento de classe exige o fim imediato dos

bombardeamentos, a saída das forças militares estrangeiras, o fim da guerra civil e

que seja o povo da Líbia a decidir por si próprio, democraticamente, livremente e com

toda a informação necessária, o seu presente e futuro.

Nós continuaremos persistentemente ao lado da classe operária da Líbia, em luta

pelos direitos sindicais e democráticos, até à abolição da exploração do homem pelo

homem.

A presidência da Conferência


5. Resolução sobre a Palestina

Graves e perigosos acontecimentos ocorreram na vasta área do Norte de África,

Médio Oriente e Mediterrâneo Oriental que podem ser caraterizados principalmente

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pela intensificação das contradições interimperialistas e pela competição dos

capitalistas para o controlo dos recursos naturais e das vias de trânsito das matériasprimas

do Oriente para o Ocidente.

Alianças diversas a curto, médio e longo prazos estão a ser criadas, de acordo com os

interesses atuais e a longo prazo das forças imperialistas. A NATO, a UE, as forças e

bases militares estão a ter um papel de protagonistas nas intrusões e intervenções nos

assuntos internos dos países do Médio Oriente e Norte de África.

A agressividade e o barbarismo do imperialismo vêm uma vez mais para o primeiro

plano, com o objetivo de instaurar governos-fantoches que promovam os interesses

das forças capitalistas em todos os países.

O Médio Oriente é estrategicamente vital para os interesses dos EUA, do Reino

Unido, da França, da Alemanha e dos monopólios transnacionais a quem aqueles

governos servem.

O caráter imperialista de Israel é outro fator importante no puzzle do Médio Oriente.

Com o apoio dos EUA e da UE, é realizada uma política de genocídio do povo

palestiniano e de continuadas ocupações dos Golã sírios e das Quintas de Shebba.

O plano para o “Novo Médio Oriente” e a “reconstrução de toda a área” a que o povo

da região tem sido submetido, com um efeito brutal, está atualmente a ser

implementado passo a passo, para a atualização dos regimes e o controlo dos seus

governos e recursos.

A utilização das intervenções ideológicas e políticas tem uma agenda-chave

centralizada na “democratização”.

Os acontecimentos no Egito e na Tunísia basearam-se numa combinação de fatores

internos e externos. Diversas forças pressionam esses acontecimentos em diferentes

direções. As forças populares desempenham sempre um papel importante. Os

trabalhadores estão a lutar pelos seus direitos em democracia e liberdade, direitos

sociais e laborais baseados na realidade da difícil situação laboral e de qualidade de

vida.

Contudo, nesta luta necessária e vital – que se pode tornar mais forte, mais

organizada e mais progressista –, as forças imperialistas estão a tentar desorientar o

fator público, no sentido de apenas exigir a mudança dos regimes e dos nomes nos

governos e não a política para os trabalhadores.

A Federação Sindical Mundial coloca-se ao lado do povo que está a lutar contra o

imperialismo, apoiando todas as vozes que defendam os direitos dos trabalhadores.

A FSM está contra toda a intervenção e ocupação imperialistas e defende o direito à

autodeterminação.

A FSM coloca-se firmemente ao lado do povo palestiniano, pelo fim da ocupação

israelita e pelo reconhecimento do Estado da Palestina nas fronteiras de 1967. O

sucesso da campanha internacional da FSM pelo reconhecimento do Estado da

Palestina é uma importante iniciativa que provou, mais uma vez, a forte solidariedade

e fraternidade dos nossos filiados e amigos com a luta palestiniana.

A presidência da Conferência

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6. Resolução sobre a Síria

A Federação Sindical Mundial condena a invasão da coligação imperialista EUA-UENATO

e seus aliados regionais na área do Médio Oriente, contra o povo da Síria e a

sua classe operária.

O povo da Síria está, nos últimos meses, a enfrentar uma invasão imperialista,

conduzida com meios ideológicos, políticos, económicos e militares desenvolvidos

nos laboratórios do imperialismo.

A prisão de dezenas de combatentes armados (sabotadores) de onze nacionalidades

nos territórios da Síria e a confissão feita por muitos deles de terem sido financiados

e equipados do exterior é um facto que confirma a intervenção imperialista na Síria.

A presente crise capitalista intensifica a competição interimperialista e a

agressividade do imperialismo, que também tem sido expressa através da

persistência dos imperialistas na implementação do bem conhecido complô para o

Médio Oriente.

A FSM expressa a sua solidariedade e o seu apoio ao povo da Síria e à sua classe

operária, contra o imperialismo, por direitos sociais e laborais e pelas liberdades. A

FSM também respeita e reconhece o direito do povo sírio a decidir por si próprio,

democrática e livremente, o seu presente e o seu futuro.

A presidência da Conferência

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