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A Federação Sindical Mundial (FSM) organizou uma
“Conferência Sindical Internacional de Solidariedade”,
que aprovou várias Resoluções anti-imperialistas1
1. Introdução
2. Resolução sobre o Bahrain
3. Resolução sobre os últimos desenvolvimentos no Cairo –
Solidariedade com o povo do Egito
4. Resolução sobre a Líbia
5. Resolução sobre a Palestina
6. Resolução sobre a Síria
7. Resolução sobre a Suazilândia
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1. Introdução
Colocada em linha, em 16 de setembro de 2011
A Conferência Internacional da Federação Sindical Mundial sob o lema “Os desafios
dos países do Norte de África e do Médio Oriente. O papel do movimento sindical.
Solidariedade com o povo palestiniano e com a luta do povo da Suazilândia” foi
levada a cabo em 13 e 14 de setembro de 2011, em Estrasburgo, França.
Representantes de organizações sindicais da Líbia, Argélia, Palestina, Irão, África do
Sul, Senegal, RD do Congo, França, Portugal, Grécia, Peru, Cuba, Índia e da
Confederação Internacional de Sindicatos Árabes (CISA) participaram na
Conferência Internacional da FSM e aprovaram por unanimidade as resoluções sobre
os acontecimentos na Líbia, Síria, Egito, Palestina e Suazilândia.
As importantes e interessantes intervenções de todos os participantes condenaram a
intervenção imperialista no Norte de África e Médio Oriente e exigiram o fim das
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invasões e a necessidade dos povos decidirem por si próprios sobre o seu presente e
futuro.
Denunciou-se o papel dos EUA, NATO, UE e o caráter imperialista de Israel,
enquanto os representantes da classe operária internacional apoiaram a Campanha
internacional da FSM pelo reconhecimento do Estado Palestiniano, com as fronteiras
de 1967, e o fim da ocupação israelita dos territórios árabes e exigiram direitos e
liberdades democráticas, sociais e sindicais para todo o povo da região árabe. Em
solidariedade com a luta do povo da Suazilândia, a Conferência Internacional da FSM
aprovou uma resolução de solidariedade com a sua causa, pelo fim da monarquia e o
estabelecimento de uma democracia multipartidária, com o levantamento da
proibição de partidos políticos, a libertação dos presos políticos e o regresso dos
exilados.
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2. Resolução sobre o Bahrain
Nós, dirigentes sindicais de todos os continentes, reunidos em Estrasburgo para
discutir a solidariedade com as lutas dos povos de todo o mundo, realçamos que,
enquanto neste período o mundo deveria avançar unido, sob condições de paz e
democracia, há ainda muitos países, em toda a parte, cujos povos são oprimidos e
impedidos de exercer os seus direitos humanos básicos de associação, expressão e
reunião. Registámos, com cólera, os acontecimentos que se verificaram em alguns
países, onde a comunidade internacional escolheu fechar os olhos ou tolerar a
agressão imperialista.
Como dirigentes de vários sindicatos, com milhões de membros por todo mundo, sob
a direção global da FSM, decidimos assim o seguinte:
Nos últimos três meses, os trabalhadores e o povo do Bahrain têm lutado através de
manifestações, que têm sido reprimidas pelo governo, com crueldade e dureza. Nos
últimos dias, dezenas de milhares de manifestantes antigovernamentais saíram às
ruas do Bahrain para exigir um fim ao papel da dinastia Al Khalifa.
A FSM expressa o seu apoio e solidariedade ao povo e à classe operária do Bahrain,
que lutam pela DEMOCRACIA, LIBERDADE e JUSTIÇA e para parar a pilhagem dos
recursos do país pelos capitalistas, reis e emires.
Exigimos o fim da intervenção das forças militares imperialistas e estrangeiras nos
assuntos internos do Bahrain. O povo deste país é o único responsável para decidir
do seu presente e futuro.
Desejamos sucesso à classe operária nos seus objetivos. Exigimos do governo do
Bahrain que pare imediatamente com os assassínios e a repressão dos manifestantes.
Exigimos com firmeza a anulação de todos os despedimentos de trabalhadores, que
perderam os seus empregos durante os últimos acontecimentos. Exigimos a imediata
libertação de todos os presos políticos.
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Mais uma vez, a FSM expressa a sua solidariedade à classe operária do Bahrain, que
demonstra nas ruas a exigência de um futuro melhor. Um futuro sem desemprego,
sem pobreza e sem exploração.
A Presidência da Conferência
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3. Resolução sobre os últimos
acontecimentos no Cairo –
Solidariedade com o povo egípcio
A Federação Sindical Mundial apoia a luta do povo do Egito pela democracia, pela
liberdade e pelos direitos laborais, que satisfaçam as necessidades atuais dos
trabalhadores. Em nome dos 80 milhões de membros que trabalham e vivem em 120
países dos cinco continentes expressamos a nossa mais calorosa solidariedade aos
manifestantes que ontem, anteontem e presentemente têm vindo a manifestar-se em
frente da embaixada israelita, no Cairo.
A classe operária do Egito tem consciência do facto de que a política dos governos
israelitas é perigosa para a paz, a amizade e a segurança na vasta área do Nordeste
Mediterrânico.
Os governos de Israel e, com eles, os dos EUA, a NATO e todos os imperialistas são os
únicos responsáveis pelo sofrimento do povo palestiniano e a ocupação dos territórios
árabes pelos sionistas.
Por estas razões justifica-se a frustração, a raiva e a exigência dos manifestantes do
Cairo que irromperam pela embaixada israelita e expulsaram o embaixador do país.
O governo do Egito está obrigado a parar o uso da violência contra os manifestantes e
os assaltos contra os trabalhadores egípcios, que expressam a sua solidariedade aos
seus irmãos na Palestina e aos trabalhadores nos Golã e em toda a Arábia.
O governo do Egito está obrigado a pôr fim às intervenções judiciais antidemocráticas
nas vidas dos sindicalistas.
Os únicos que têm autoridade para democratizar o Movimento Sindical Egípcio são
os trabalhadores do Egito e não os júris e os Ministros do Trabalho com uma
intervenção externa, nem as decisões provenientes do exterior.
Apelamos aos trabalhadores do Egito a que resistam contra os planos dos
imperialistas, do Ministro do Trabalho e dos reformistas e a que lutem por um
movimento sindical democrático, de classe e internacionalista, em cooperação com a
Federação Sindical Mundial e em fraternal relação com os objetivos e as lutas do povo
palestiniano.
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Por um movimento sindical que se torne um obstáculo à pilhagem das fontes de
produção de riqueza.
A presidência da Conferência
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4. Resolução sobre a Líbia
A Federação Sindical Mundial assumiu um conjunto de posições públicas, emitiu
notas à imprensa e participou em muitas formas de manifestações organizadas em
diversos países, desde o início dos acontecimentos na Líbia.
A FSM denunciou, com firmeza e persistência, a política dos EUA, da UE e dos seus
aliados.
A FSM criticou vigorosamente a CSI2 e os sindicatos reformistas que apoiaram e
ainda apoiam a política dos imperialistas na Líbia.
Hoje, todos sabem que a guerra que se iniciou e ainda continua, da NATO contra a
Líbia, não é uma guerra contra Kadhafi que, afinal, cooperou com os governos da
Reino Unido, França, Itália, EUA, etc. durante muitos anos. A guerra da NATO contra
a Líbia é motivada pelo total controlo do petróleo e gás natural da Líbia, pela
pilhagem das fontes produtoras de riqueza da Líbia e pela ocupação de posições
estratégicas na região do Norte de África e do Médio Oriente. É do conhecimento
geral que os novos dirigentes da Líbia são títeres da NATO: já assinaram um acordo
de concessão de 35% do petróleo libanês com os monopólios franceses.
A Federação Sindical Mundial condena uma vez mais os bombardeamentos da NATO
e a agressividade imperialista que levaram a massacres maciços de inocentes, em
Tripoli e noutras cidades. Destruíram o sistema de abastecimento de água e
eletricidade e a rede de transportes. O movimento de classe exige o fim imediato dos
bombardeamentos, a saída das forças militares estrangeiras, o fim da guerra civil e
que seja o povo da Líbia a decidir por si próprio, democraticamente, livremente e com
toda a informação necessária, o seu presente e futuro.
Nós continuaremos persistentemente ao lado da classe operária da Líbia, em luta
pelos direitos sindicais e democráticos, até à abolição da exploração do homem pelo
homem.
A presidência da Conferência
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5. Resolução sobre a Palestina
Graves e perigosos acontecimentos ocorreram na vasta área do Norte de África,
Médio Oriente e Mediterrâneo Oriental que podem ser caraterizados principalmente
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pela intensificação das contradições interimperialistas e pela competição dos
capitalistas para o controlo dos recursos naturais e das vias de trânsito das matériasprimas
do Oriente para o Ocidente.
Alianças diversas a curto, médio e longo prazos estão a ser criadas, de acordo com os
interesses atuais e a longo prazo das forças imperialistas. A NATO, a UE, as forças e
bases militares estão a ter um papel de protagonistas nas intrusões e intervenções nos
assuntos internos dos países do Médio Oriente e Norte de África.
A agressividade e o barbarismo do imperialismo vêm uma vez mais para o primeiro
plano, com o objetivo de instaurar governos-fantoches que promovam os interesses
das forças capitalistas em todos os países.
O Médio Oriente é estrategicamente vital para os interesses dos EUA, do Reino
Unido, da França, da Alemanha e dos monopólios transnacionais a quem aqueles
governos servem.
O caráter imperialista de Israel é outro fator importante no puzzle do Médio Oriente.
Com o apoio dos EUA e da UE, é realizada uma política de genocídio do povo
palestiniano e de continuadas ocupações dos Golã sírios e das Quintas de Shebba.
O plano para o “Novo Médio Oriente” e a “reconstrução de toda a área” a que o povo
da região tem sido submetido, com um efeito brutal, está atualmente a ser
implementado passo a passo, para a atualização dos regimes e o controlo dos seus
governos e recursos.
A utilização das intervenções ideológicas e políticas tem uma agenda-chave
centralizada na “democratização”.
Os acontecimentos no Egito e na Tunísia basearam-se numa combinação de fatores
internos e externos. Diversas forças pressionam esses acontecimentos em diferentes
direções. As forças populares desempenham sempre um papel importante. Os
trabalhadores estão a lutar pelos seus direitos em democracia e liberdade, direitos
sociais e laborais baseados na realidade da difícil situação laboral e de qualidade de
vida.
Contudo, nesta luta necessária e vital – que se pode tornar mais forte, mais
organizada e mais progressista –, as forças imperialistas estão a tentar desorientar o
fator público, no sentido de apenas exigir a mudança dos regimes e dos nomes nos
governos e não a política para os trabalhadores.
A Federação Sindical Mundial coloca-se ao lado do povo que está a lutar contra o
imperialismo, apoiando todas as vozes que defendam os direitos dos trabalhadores.
A FSM está contra toda a intervenção e ocupação imperialistas e defende o direito à
autodeterminação.
A FSM coloca-se firmemente ao lado do povo palestiniano, pelo fim da ocupação
israelita e pelo reconhecimento do Estado da Palestina nas fronteiras de 1967. O
sucesso da campanha internacional da FSM pelo reconhecimento do Estado da
Palestina é uma importante iniciativa que provou, mais uma vez, a forte solidariedade
e fraternidade dos nossos filiados e amigos com a luta palestiniana.
A presidência da Conferência
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6. Resolução sobre a Síria
A Federação Sindical Mundial condena a invasão da coligação imperialista EUA-UENATO
e seus aliados regionais na área do Médio Oriente, contra o povo da Síria e a
sua classe operária.
O povo da Síria está, nos últimos meses, a enfrentar uma invasão imperialista,
conduzida com meios ideológicos, políticos, económicos e militares desenvolvidos
nos laboratórios do imperialismo.
A prisão de dezenas de combatentes armados (sabotadores) de onze nacionalidades
nos territórios da Síria e a confissão feita por muitos deles de terem sido financiados
e equipados do exterior é um facto que confirma a intervenção imperialista na Síria.
A presente crise capitalista intensifica a competição interimperialista e a
agressividade do imperialismo, que também tem sido expressa através da
persistência dos imperialistas na implementação do bem conhecido complô para o
Médio Oriente.
A FSM expressa a sua solidariedade e o seu apoio ao povo da Síria e à sua classe
operária, contra o imperialismo, por direitos sociais e laborais e pelas liberdades. A
FSM também respeita e reconhece o direito do povo sírio a decidir por si próprio,
democrática e livremente, o seu presente e o seu futuro.
A presidência da Conferência
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