«Só como cerejas quando a minha empregada tira os caroços por mim», Carolina Patrocínio, apresentadora de TV e mandatária para a juventude do Partido Socialista, em entrevista à SIC
A boca da empregada Rosália inicia o movimento de sucção. Rosália tem quarenta anos, empregada doméstica desde os quinze, tirou a 3ªclasse da primária que já esqueceu, guarda com uma memória de elefante todos os dias da sua vida, sempre muito parecidos, a governar casas alheias e a cuidar de meninos que não os seus, pois nunca os teve. Conserva os seios fartos, uma boca carnuda e,nos olhos, sob a docilidade obediente, uma indefinida e tenaz tristeza. Faz que engole a cereja, mas não engole: chupa, amolece-a com a língua habilmente de modo a que não amoleça demasiado, trinca-a com pequena mas rápida dentada, solta com a língua o caroço, cospe-o com um único sopro para a palma da mão, extrai da boca a cereja intacta com um guardanapo de papel na mão esquerda. Repete a operação as vezes necessárias até que uma mão cheia não baste. A menina Carolina é insaciável. Sentada em frente do computador, come da mão da empregada. No ecrâ alinha com dificuldade meia dúzia de frases retumbantes para um discurso de campanha.
A Rosália pensa na família que gostaria de ter, a sua, e que não tem: um marido a apalpar-lhe os peitos, a comer-lhe cerejas na sua pessoalíssima boca carnuda e infarta, uma menina no pátio a saltar à corda.
«Ai, credo! Esta estava chupada demais, ó Rosália!». A menina Carolina não quer estragar os dentes alvíssimos, os lábios sensualíssimos, a língua exigentíssima. Quando declamar o discurso de meia dúzia de elogios ao Engenheiro Sócrates e sua excelentíssima governação, sob os holofotes, sob as bandeirolas, desfrutará da glória, com a barriguinha cheia de cerejas cuspidas pela Rosália.
2 comentários:
De todos os espantos, o maior é que ainda existam carolinas, assim mesmo, com minúscula... enquanto sobrevivem as Rosálias para cuidar das "filhas (netas) de algo)".
Aos outros espantos, já nada me surpreende...
Gostei, J.A.
Um abraço
E não é disto que os portugueses gostam? Por isso é que continuam a ver as pernas da Carolina sempre que podem e a votar no Sócrates, que não tem tomates para a política, mas lá vai sabendo deitar a sua espécie de charme.
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