A espuma das palavras

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domingo, 29 de abril de 2018


Internacional|Palestina

A Palestina a ferro e fogo

Abril Abril
28 de Abril de 2018

Quarenta e seis mortos e milhares de feridos depois, entre eles crianças, mulheres, jornalistas e paramédicos, prossegue o massacre de palestinianos, civis e desarmados, por soldados israelitas
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Palestinianos gritam palavras de ordem nos protestos de dia 27 de Abril de 2018, junto à fronteira entre Gaza e Israel.
Palestinianos gritam palavras de ordem nos protestos de dia 27 de Abril de 2018, junto à fronteira entre Gaza e Israel. CréditosMustafa Hassona/Anadolu Agency Fonte: Al-Jaeera
Fontes militares israelitas estimaram à Reuters em 14 000 o número de manifestantes que, nesta quinta semana da «Grande Marcha do Retorno», se concentraram junto à linha de fronteira para tentar romper a mesma, durante mais uma jornada de luta pelo direito ao regresso à sua terra natal.

A contagem fúnebre prossegue

A morte, neste sábado, dia 28 de Abril, de Azzam Aweida, um jovem palestiniano de 15 anos gravemente ferido no dia anterior por soldados isrelitas, elevou para entre 43 a 46 (as fontes divergem) o número de mortos durante os protestos que desde o dia 30 de Março passado ocorrem semanalmente, na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel.
A morte, noticia a Reuters, foi anunciada pelo Ministério da Saúde da Palestina. «O meu filho é um mártir e estou muito orgulhoso dele», afirmou Helal Aweida, pai do jovem, em declarações registadas pela agência.

os mortos têm nome

1) Wahid Nasrallah Abu Sammour, (27)
2) Mohammed Kamal Al-Najjar, (25)
3) Mohammed Naeem Abu Amr, (27)
4) Amin Mansour Abu Muammar, (22)
5) Ibrahim Salah Abu Shaar, (22)
6) Abdul Fattah Bahjat Abdul Nabi, (18)
7) Mahmoud Saadi Rahmi, (33)
8 ) Sari Walid Abu Odeh, (27)
9) Hamdan Ismail Abu Amsha, (29)
10) Jihad Ahmed Farina, (34)
11) Ahmed Ibrahim Ashour Odeh, (19)
12) Abdul Qader Murdi al-Hawajri, (42)
13) Jihad Zuhair Abu Jamous, (30)
14) Musab Zuhair Al – Saloul,(20) (corpo em poder de Israel)
15) Bader Al – Sabbagh, (21)
16) Naji Abdullah Abu Hujayir, (25)
17) Mohammed al-Rabayi’a, (20) (corpo em poder de Israel)
18) Fares Alreqb, (29)
19) Shadi Hamdan Al – Kashif , (34)
20) Ahmed Arafa, (25)
21) Mujahid Nabil al – Khudari, (24)
22) Majdi Ramadan Shabat,
23) Alaa Yahya Al Zamili, (16)
24) Thaer Mohammed Rabaa, (30)
25) Hussein Mohammed Madi, (16)
26) Osama Khamis Qudeeh, (38)
27) Ibrahim al-‘Er, (20)
28) Sidqi Abu Attiwi, (45)
29) Mohammed Saeed Saleh, (33)
30) Yasser Murtaja, (30, jornalista)
31) Hamza Abdel Aal, (20)
32) Marwan Qudeeh, (45)
33) Abdullah Al Shehri, (30)
34) Mohamed Hjaila, (31)
35) Islam Harazallah, (28)
36) Ahmed A. Aqel, (25)
37) Mohammed Ayyoub, (15)
38) Sa’ad A. Taha, (29)
39) Ahmed Athamna, (24)
40) Abdullah Shamly, (20)
41) Said Mahmoud Wahba, (18)
42) Ahmed Abu Hussain, (25, jornalista)
43) Mohammed Amin Al-Maqid, (21)
44) Khalil Naem Mustapha Atta, (22)
45) Abdul al-Salam Baker, (29)
46) Azzam Awaed, (14)
Fonte: Al-Masdar News
Segundo a Reuters, «centenas de pessoas juntaram-se junto à sua casa, na cidade de Khan Younis, para assistir ao funeral», durante o qual «o seu corpo foi carregado, envolto numa bandeira da Palestina, para uma mesquita próxima». A cadeia iraniana Press TV divulgou um vídeo do funeral, o qual se tornou numa combativa e indignada manifestação «de centenas de pessoas», número que a televisão Al-Jazeera confirma, referindo a «homenagem prestada ao jovem falecido» pelos manifestantes.

Cerca de seis mil feridos

Na terça-feira passada, dia 24 de Abril, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) anunciava terem-se registado «5 511 feridos pela repressão dos protestos», segundo informação distribuída pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Com os 833 verificados ontem, dia 27, esse número aumenta para quase 6400.
Entre os feridos, dos quais «pelo menos 174» foram atingidos por «balas reais», «contam-se quatro funcionários dos serviços de saúde e seis jornalistas», refere o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) em notícia colocada no seu Facebook.

Força desproporcionada e armas proibidas

Israel tem estado debaixo de crítica internacionalmente pelo uso desproporcionado da força contra manifestantes desarmados. As Forças de Defesa Internas (IDF), para justificar o nível de força letal empregue, insistem em considerar manifestantes armados de pedras, fundas, alicates e pneus, uma séria ameaça às suas forças na fronteira.
«Gaza está prestes a explodir», declarou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) o Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Nikolay Mladenov, no passado dia 26 de Abril.
O enviado especial da ONU reportou «brevemente a situação na Síria, Iémen e Líbano», antes de se «focar longamente na crise que se desenvolve ao longo fronteira» de Gaza com Israel. Mladenov convidou Israel «a calibrar o uso da força e minimizar o uso de munições reais» e «apelou ao Hamas e aos líderes dos protestos para manterem os manifestantes longe da fronteira».
A Prensa Latina noticiou o emprego por parte de Israel, nas manifestações de ontem, de um «gás atípico» para reprimir os manifestantes, o qual causou «asfixia, convulsões e vómitos extremos a dezenas de manifestantes», muitos dos quais «tiveram de receber tratamento hospitalar devido à gravidade do seu estado». Em artigo de opinião intitulado «Israel usa armas químicas com bênção global» o nosso colaborador José Goulão denaunciara, na véspera, essa situação.
O canal Al-Masdar News (AMN) dá conta da utilização, pelas forças de Israel, de «granadas de gás lacrimogéneo internacionalmente proibidas» e publica fotografias de um jovem palestiniano com o rosto desfeito por uma dessas granadas.

Os protestos da Grande Marcha do Retorno

Esta foi a quinta sexta-feira consecutiva de protestos massivos na Faixa de Gaza, durante os quais milhares palestinianos se dirigem até à fronteira fortemente militarizada com Israel para exigir o seu direito colectivo de retorno à sua terra natal.
Desde o início da Grande Marcha do Retorno, a 30 de Março (Dia da Terra), as forças israelitas mataram entre 43 a 46 palestinianos, segundo a contagem hoje actualizada. Dois dos palestinianos foram mortos a tiro em Israel, depois de atravessarem a vedação, e os seus corpos ficaram retidos pelas autoridades israelitas. O número de feridos é superior aos 5 mil, segundo o Ministério da Saúde da Palestina em Gaza. Destes, mais de 1700 foram atingidos por fogo real.
O protestos designados como Grande Marcha do Retorno – durante os quais milhares palestinianos se dirigem até à fronteira com Israel para exigir seu direito colectivo de retorno à sua terra natal – devem prolongar-se até 15 de Maio, quando se assinala o 70.º aniversário da Nakba («catástrofe») palestiniana.
O termo refere-se à expulsão de cerca de 750 mil palestinianos e à limpeza étnica levada a cabo quando da criação do Estado de Israel. Hoje, existem milhões de refugiados palestinianos no mundo e estima-se que 70% dos habitantes de Gaza sejam refugiados ou seus descendentes.

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Publicada por Nozes Pires à(s) domingo, abril 29, 2018 Sem comentários:

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Avança-se na verdade sobre a queda da URSS

27.04.18
Arthur González
“O objetivo da minha vida foi a aniquilação do comunismo ... a minha esposa apoiou-me plenamente e entendeu isso, inclusivamente, antes de eu [...] para o conseguir, ter encontrado companheiros de luta – entre eles, A.N. Yakovlev e E. A. Shevardnadze”.

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Com George Bush, diretor da CIA e presidente dos EUA

No ano de 2000, Mikhail Gorbachov, num discurso na Universidade norte-americana da Turquia, confessou:
“O objetivo da minha vida foi a aniquilação do comunismo ... a minha esposa apoiou-me plenamente e entendeu isso, inclusivamente, antes de eu [...] para o conseguir, ter encontrado companheiros de luta – entre eles, A.N. Yakovlev e E. A. Shevardnadze”.
Recentemente, a CIA desclassificou alguns documentos onde se afirma que “o magnata financeiro George Soros e a CIA ajudaram Gorbachov a alcançar a posterior dissolução da URSS”.
Sobre esses documentos, o analista e ex-funcionário da NSA, a Agência de Segurança Nacional, Wayne Madsen, afirmou que o multimilionário George Soros deu cobertura económica, em 1987, ao governo de Mikhail Gorbachov, através de uma ONG da CIA, conhecida como o Instituto dos Estudos de Segurança Leste-Oeste, IEWSS (a sua sigla em inglês).
A informação indica que Soros e a CIA promoveram a difusão de dois termos orquestradas naqueles anos a partir do Ocidente – “perestroika” (reestruturação) e “glasnost” (transparência) – para servirem como elementos desestabilizadores no acelerar do desaparecimento da URSS.
Esses documentos da CIA provam que o que aconteceu não foi o resultado de um ato “espontâneo e democratizador” de Gorbachov, por o sistema socialista estar “esgotado e alquebrado”, como querem fazer crer ao mundo.
Na Turquia, o próprio Gorbachev afirmou:
“Para o conseguir aproveitei a minha posição no Partido e no país, tive de substituir toda a direção do PCUS e da URSS, assim como a direção de todos os países socialistas da Europa”.
A verdade é que foi a CIA, com o dinheiro da Organização Soros, que projetou e executou essa grande operação, com todo o apoio do então líder soviético.
O ex-analista Wayne Madsen garante que o plano concebido para eliminar o bloco socialista da Europa oriental foi organizado por dois copresidentes do IEWWS de Soros: Joseph Nye, economista de Harvard, e Whitney MacMillan, presidente do agronegócio multinacional Cargill, que tinha mantido relações comerciais com a União Soviética, nos anos setenta do século XX.
Não satisfeitos com os resultados alcançados, em 1991, a CIA e Soros centraram os seus esforços em provocar um forte golpe na nova Federação da Rússia, estimulando o separatismo nas suas regiões, a fim de a enfraquecer ao máximo.
O relatório de Nye e MacMillan perspetiva o fim da União Soviética e os elementos do novo modelo para as futuras relações de Moscovo com os Estados Unidos, para se passar para a era capitalista, e, segundo eles, “qualquer nova avaliação das relações do ocidente com uma União Soviética reestruturada, tem de partir de uma posição de força, em vez de um equilíbrio de poder”.
O relatório do IEWWS, datado de 1987, e a sua aplicação prática foi uma forma de, sem sangue, despedaçar a URSS por etapas.
O dito documento exorta o Ocidente a tirar proveito da agonizante União Soviética, no novo mapa geopolítico que se aproximava, particularmente no Terceiro Mundo, uma área até então de influência soviética.
Madsen refere que Soros e as suas aliadas organizações de “direitos humanos” trabalharam ativamente para destruir a Federação Russa, apoiaram os movimentos independentistas em Kuzbass (Sibéria), através dos direitistas alemães que tentavam restaurar Konigsberg e a Prússia Oriental, e estes financiaram nacionalistas lituanos e de outras repúblicas autónomas e regiões nacionalistas como o Tartaristão, a Ossétia do Norte, a Inguchétia e a Chechénia, entre outras, com o objetivo de incentivar o separatismo nas chamadas Repúblicas Autónomas Socialistas Soviéticas.
A atividade de ingerência Soros contra a Rússia não se deteve; foi provocatoriamente aumentada, através das suas bases operacionais espalhadas pelos territórios circundantes, em particular na Ucrânia, Estónia, Letónia, Lituânia, Finlândia, Suécia, Moldávia, Geórgia, Azerbaijão, Turquia, Roménia, Mongólia, Quirguistão, Cazaquistão, Tadjiquistão e Uzbequistão, unindo-se a grupos terroristas em coligação com fascistas ucranianos e neonazis moldavos sionistas.
Recentemente, o presidente russo Vladimir Putin expulsou várias organizações de Soros, como a Open Society Foundation e outras ONG da CIA, que operavam em circunstâncias semelhantes no território russo, incluindo a NED (Fundação Nacional Para a Democracia), o Instituto Republicano Internacional, a Fundação MacArthur Foundation e a Freedom House, considerando-as indesejáveis ​​e uma ameaça à segurança do Estado russo.
Mikhail Gorbachov foi agraciado com o Prémio Nobel da Paz não por prazer, mas por que seguiu diligentemente as orientações da CIA e de George Soros.
A CIA não descansa e pretende eliminar qualquer vestígio de socialismo na terra; daí, os seus planos contra Cuba e agora a Venezuela, onde nada é casual, nem por obra e graça do Espírito Santo, mas, como diz S. João: 8-32, “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
Por isso, todos os dias o mundo vê do que os ianques são capazes para conseguir os seus interesses hegemónicos, e as mentiras que tecem, criando padrões pré-concebidos entre as grandes massas, através das suas campanhas de imprensa; daí que José Martí tenha sabiamente afirmado:
“Descobrir uma verdade alegra tanto como ver nascer um filho”.

Fonte: publicado em 2017/09/18, em https://heraldocubano.wordpress.com/2017/09/18/se-abre-paso-la-verdad-sobre-la-caida-de-la-urss/ e acedido em 2018/03/28

Tradução do castelhano de MFO
Publicada por Nozes Pires à(s) sexta-feira, abril 27, 2018 Sem comentários:

terça-feira, 24 de abril de 2018

RESISTÊNCIA na Ditadura Militar e no regime fascista do Estado Novo (1926 – 1974)

Abril de Novo Magazine24/04/2018Tribuna Popular

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Se quiser conhecer o conjunto das cerca de 700 "biografias" _ que vêm sendo regularmente escritas por colaboradores do grupo «Fascismo Nunca Mais» _ deixamos-lhe o link que permite aceder. Basta clicar:
http://antifascistasdaresistencia.blogspot.pt/
[Trata-se de simples notas biográficas, coligidas com o único objectivo de contribuírem para não deixarmos que se apague a memória da Resistência antifascista em Portugal].
Publicada por Nozes Pires à(s) terça-feira, abril 24, 2018 Sem comentários:

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Como os EUA ocupam 30% da Síria e roubam o seu petróleo, água e gás

– O controle de recursos-chave promove a partição do país e desestabiliza-o, mas o objectivo final é o Irão

por Whitney Webb [*]
Após o lançamento dos ataques aéreos "limitados" contra a Síria, dia 13 de Abril, a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley, anunciou , que o país manterá a sua presença ilegal na Síria até que os objectivos estado-unidenses na área sejam cumpridos, o que abre a porta para a sua ocupação indefinida.

Apesar de a presença militar dos EUA na Síria verificar-se desde 2015 – justificada como um meio de conter o Daesh (ISIS) – as tropas estado-unidenses desde então tornaram-se uma força de ocupação pois não se retiraram após a derrota do Daesh no nordeste da Síria. Actualmente, os EUA ocupam aproximadamente um terço do território sírio – cerca de 30 por cento – incluindo grande parte da área leste do Rio Eufrates, abarcando grandes bocados das regiões de Deir Ezzor, Al-Hasakah e Raqqa.

Embora os EUA tenham actualmente de 2.000 a 4.000 tropas estacionadas na Síria, anunciaram o treino de uma "força de fronteira de 30 mil pessoas composta por aliados curdos e árabes na área, os quais seriam utilizados para impedir que o nordeste da Síria ficasse sob o controle do legítimo governo sírio. Apesar de ter recuado um pouco após a reacção adversa da Turquia, os EUA continuaram a treinar "forças locais" na área. Fontes militares russas asseveraram que antigos membros do Daesh – aos quais foi permitido abandonar cidades atacadas pelos EUA e seus apaniguados, como no caso da batalha de Raqqa – devem ser incluídos nas fileiras desta força.

Isto, juntamente com a insistência do governo dos EUA em manter a ocupação até que o presidente sírio Bashar al-Assad seja removido do poder, mostra que o governo estado-unidense não tem intenção de permitir a reunificação da Síria e continuará a ocupar a região no longo prazo.

Soldado dos EUA passeia-se numa posição recém instalada em Manbji, norte da Síria. 04/Abril/2018 (AP/Hussein Malla) A ocupação ilegal da Síria pelos EUA tem sido amplamente reconhecida nos media independentes e corporativos, mas pouca atenção têm dado na identificação das implicações mais vastas desta ocupação e nos principais objectivos dos EUA ao impedir o controle do governo legítimo e democraticamente eleito da Síria. Como é frequente no caso de ocupações dos EUA, tanto históricas como actuais, é um esforço que decorre de dois objectivos: a aquisição de recursos para corporações dos EUA e a desestabilização de um governo visado para uma mudança de regime apoiada pelos EUA.

Controle de reservas de combustíveis fósseis e trânsito das mesmas

O nordeste da Síria é uma região importante devido aos seus ricos recursos naturais, particularmente combustíveis fósseis na forma de gás natural e petróleo. Na verdade, esta área contém 95 por cento de todo o potencial sírio de petróleo e gás – incluindo al-Omar, o maior campo petrolífero do país. Antes da guerra, estes recursos produziam cerca de 387 mil barris de petróleo por dia e 7,8 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano , e eram de grande importância económica para o governo sírio. Contudo, muito significativamente, aproximadamente todas as reservas de petróleo sírias – estimadas em cerca de 2,5 mil milhões de barris – estão localizadas na área actualmente ocupada pelo governo dos EUA.

Além do maior campo petrolífero da Síria, os EUA e seus apaniguados no nordeste da Síria também controlam instalação de gás da Conoco , a maior do país . A instalação, que pode produzir cerca de 50 milhões de pés cúbicos de gás [1,42 milhões de metros cúbicos] por dia, foi originalmente construída pela gigante ConocoPhillips estado-unidense, a qual operou a instalação até 2005, quando as sanções da era Bush tornaram difícil operar na Síria. Outras companhias estrangeiras de petróleo, como a Shell, também deixaram a Síria devido a estas sanções.

Com os EUA agora a ocuparem a área, o petróleo e gás produzido nesta região já está a beneficiar corporações estado-unidenses de energia às quais Trump e sua administração têm numerosas ligações . Segundo Yeni Safak , os EUA, juntamente com responsáveis sauditas, egípcios e turcos efectuaram reuniões onde foram tomadas decisões para extrair, processar e comercializar os combustíveis fósseis obtidos na região, sendo dados aos curdos uma fatia atraente dos lucros. A partir de 2015 diz-se que os curdos estão a ganhar mais de US$10 milhões por mês.

O Curdistão da Síria exporta o seu petróleo para o Curdistão do Iraque, com o qual partilha uma fronteira, e ele é então refinado e vendido à Turquia. Embora não haja corporações envolvidas publicamente, o negócio entre curdos sírios e iraquianos foi intermediado por "peritos em petróleo" e "investidores" não identificados. Os curdos na Síria e no Iraque nem mesmo assinaram o acordo pessoalmente. Eles foram posteriormente "informados" do acordo pelos Estados Unidos e instruídos para supervisionarem da operação.
Altos oficiais russos falam aos media em
       frente de imagens aéreas de
       camiões de petróleo próximos da fronteira da Turquia com a
       Síria numa conferência em Moscovo. 02/Dezembro/2015. (Vadim
       Savitsky/ Russian Defense Ministry Press Service via AP) Uma fonte do Governo Regional do Curdistão (GRC) disse à NOW News que "em relação ao Curdistão sul, era uma companhia e não o GRC que assinava o acordo e é essa economia que manuseia directamente as quantias em cash a cada mês". Considerando que mais 80 companhias estrangeiras estão envolvidas no comércio de petróleo do GRC, a maior parte delas com sede nos EUA, podemos seguramente assumir que muitos dos mesmos actores também estão envolvidos no desenvolvimento do comércio de petróleo do Curdistão sírio.

Grandes interesses corporativos

Numerosas conexões da administração Trump à indústria petrolífera tornam clara esta aliança. O antigo secretário de Estado Rex Tillerson, que foi despedido em Março, era anteriormente o executivo de topo da ExxonMobil, uma companhia de petróleo que intermediou unilateralmente um acordo petrolífero com curdos iraquianos por trás das costas do governo do Iraque e manifestou interesse em desenvolver o petróleo sírion na parte do país actualmente ocupadas pelos EUA.

A ExxonMobil também tinha um grande interesse no proposto pipeline do Qatar, cuja rejeição por Assad foi um factor que provavelmente disparou o conflito sírio. O próprio Trump, antes de assumir a presidência, também tinha investimentos consideráveis na ExxonMobil – bem como em 11 outras grandes companhias de petróleo e gás, incluindo a Total, ConocoPhillips, BHP e Chrevron.

Além disso, muito embora Tillerson se tenha ido, seu substituto, Mike Pompeo, é igualmente um amigo da indústria de petróleo e gás estado-unidense. Pompeo é o primeiro receptor de dinheiro das indústrias Koch, a qual tem numerosos interesses na exploração do petróleo e do gás, perfuração, pipelines e refinação de combustíveis fósseis.

Se bem que a ocupação estado-unidense da Síria seja sem dúvida motivada pelo desejo de explorar para si mesmo os recursos de petróleo e gás da região, a sua recusa em abandonar a área também decorre da preocupação de que, se abandonar, seu principal rival, a Rússia, pretenderia as riquezas de petróleo e gás do nordeste da Síria. Na verdade, de acordo com um esquema de cooperação energética assinado em Janeiro, a Rússia terá direitos exclusivos para produzir petróleo e gás em áreas da Síria controladas pelo governo sírio.

Desde 2014, os EUA tem estado agressivamente a tentar limitar o sector dos combustíveis fósseis da Rússia, particularmente suas exportações para a Europa, e substituí-las por combustíveis fósseis produzidos nos EUA. Como escreveu em 2014 o antigo porta-voz do Congresso, John Boehner, "A capacidade para virar as mesas e colocar liderança russa em xeque está debaixo dos nossos pés, na forma de vastos fornecimento de energia natural". Permitir ao sector dos combustíveis fósseis russo que se fortaleça, quer na Síria ou alhures, prejudicaria objectivos estratégicos dos EUA, a razão fundamental das corporações estado-unidenses e a visão dos EUA de manter um mundo unipolar a qualquer custo.

Localização: mapas de pipelines e um jogo de soma zero com a Rússia

Além dos seus recursos em combustíveis fósseis, a localização estratégica da Síria torna-a crucial para o fluxo regional de hidrocarbonetos . Ter a secção nordeste da Síria sob o controle dos EUA e dos seus apaniguados poderia ter um efeito profundo sobre pipelines existentes e futuros . Como notou o New York Times em 2013: "A localização ímpar da Síria e a sua força tornam-na no centro estratégico do Médio Oriente".

Por essa mesma razão, grande parte da política dos EUA quanto ao Médio Oriente tem sido destinada à tomada de controle do território e a pressionar pela partição de países a fim de assegurar rotas seguras para o trânsito de petróleo e gás. Na Síria, tais planos para a partição do país com este objectivo remontam ao princípio da década de 1940 , quando os interesses petrolíferos europeus no país começaram a aumentar. Desde então, vários países tentaram ocupar partes do norte da Síria a fim de assegurar o controle da região para estas finalidades estratégicas, incluindo a Turquia e o Iraque além das potências ocidentais.

Campos de petróleo e gás na Síria. Já existe um pipeline crucial no nordeste da Síria que conecta campos de petróleo sírio ao pipeline Ceyhan-Kirkuk. Embora esse pipeline sofresse danos pesados em 2014, há planos para reconstruí-lo ou construir um novo pipeline ao seu lado. Portanto, o nordeste da Síria também tem infraestrutura exportadora de petróleo que poderia ajudar a escoar facilmente o seu petróleo para a Turquia e a seguir para o mercado europeu.

Além disso, o conflito na Síria – agora no seu sétimo ano – foi, em parte, iniciado em consequência de choques sobre duas propostas de pipeline que precisavam garantir a sua passagem através do país. A Síria, não muito tempo antes de a guerra por procuração financiada pelo estrangeiro assolasse o país, preteriu uma proposta apoiada pelos EUA que transportaria o gás natural do Qatar para a Europa em favor de uma proposta apoiada pela Rússia que transportaria gás natural originário do Irão.

Apesar de estes propostos pipelines já não serem de motivação tão poderosa como chegaram a ser – em grande parte devido à desavença do Qatar com outras monarquias do Golfo e à melhoria das suas relações com o Irão – a parte nordeste da Síria continua como chave para os objectivos dos EUA. De acordo com a publicação alemã Deutsche Wirtschafts Nachrichten , os EUA desenvolveram planos para construir um novo pipeline a partir do Golfo Pérsico até o norte do Iraque e para dentro da Turquia através do nordeste da Síria, com o objectivo final de abastecer petróleo à Europa. A Rússia, pelo seu lado, opôs-se a este plano, pois procura manter suas próprias lucrativas exportações de combustíveis fósseis para a Europa.

Terra e água

Além de combustíveis fósseis e pipelines, o nordeste da Síria possui várias outras vantagens chave em termos de recursos. A principal delas é a água – um recurso de primeira importância no Médio Oriente. A porção da Síria controlada pelos EUA abriga os três maiores reservatórios de água do país , os quais são alimentados pelo Rio Eufrates.

Um destes reservatórios, agora controlado pelos EUA e seus apaniguados, o Lago Assad, é a maior albufeira de água do país e abastece Aleppo, mantida pelo governo , com a maior parte da sua água potável. Este reservatório também abastece a cidade com grande parte da sua energia eléctrica, a qual é gerada pela central da Barragem Tabqa, também localizada no território ocupado. Outra central hidroeléctrica chave está localizada na Barragem Tishrin e também é controlada por forças apaniguadas dos EUA.

Combatentes curdos tomam
       posição no topo do Monte Annan, com
       vista panorâmica da Barragem Tishrin, após a sua captura aos
       militantes do ISIS, ao sul de Kobani, Síria. 27/Dezembro/2015. (Foto:
       Rodi Said) Além dos seus abundantes recursos aquíferos, o nordeste da Síria também possui cerca de 60 por cento das terras férteis do país, um recurso chave em termos de sustentabilidade e independência alimentar. Antes do conflito, a Síria investiu fortemente em infraestruturas de irrigação naquela área a fim de permitir a agricultura ali mesmo com uma seca regional severa. Grande parte da infraestrutura de irrigação é alimentada pela ocupada Barragem Tabqa, a qual controla a água da irrigação de 640 mil hectares de terra agrícola.

Plano de jogo para a ocupação:   a partição

Ao contrário dos recursos fósseis do nordeste, os EUA não estão à espera de ganho financeiro com os recursos de água e agrícolas da região. Ao invés disso, o interesse é estratégico e serve dois objectivos principais.

Em primeiro lugar, o controle sobre aqueles recursos – particularmente a água e o fluxo do Eufrates – dá aos EUA uma vantagem chave que poderia utilizar para desestabilizar a Síria. Exemplo: os EUA poderiam facilmente cortar água e electricidade a partes da Síria mantidas pelo governo através do fechamento ou desvio de electricidade e água das barragens a fim de pressionar o governo sírio e a população civil.

Embora acções tendo civis como alvos constituam um crime de guerra, os EUA já utilizaram tais tácticas na Síria anteriormente, como na batalha de Raqqa quando cortaram o abastecimento de água à cidade enquanto os seus apaniguados assumiam da cidade em poder do Daesh (ISIS). Outros países, como a Turquia , também cortaram o caudal do Eufrates em duas ocasiões durante o conflito sírio, a fim de ganhar uma vantagem estratégica.

Ao controlar grande parte da água e da terra agrícola do país – sem mencionar os seus recursos fósseis – a ocupação dos EUA não cumprirá apenas o seu objectivo de desestabilizar o governo sírio privando-o da sua receita; ele também abre caminho para um conflito mais vasto da Síria e seus aliados, os quais estão ansiosos para evitar outra ocupação a longo prazo dos EUA no Médio Oriente e recuperar o território para a Síria.

Outro modo como os EUA tem o poder para desestabilizar a Síria através da sua ocupação do nordeste é o seu plano para ter os sauditas a reconstruírem grande parte da área . Apesar de os EUA inicialmente aliarem-se aos curdos no nordeste sírio, a oposição da Turquia levou Washington a centrar-se mais no trabalho com árabes naquela área, particularmente aqueles aliados com ou anteriormente partes de grupos wahabitas aliados dos sauditas, a rime de criar um enclave controlado pela Arábia Saudita que poderia ser utilizado para desestabilizar áreas controladas pelo governo sírio durante anos. A área está destinada a tornar-se a algo como a província de Idlib, a qual é basicamente um enclave de terroristas wahabitas.

O plano dos EUA para criar um enclave wahabita no nordeste da Síria foi mencionado explicitamente num relatório de 2012 da Defense Intelligence Agency (DIA). Aquele relatório declarava :
"O OCIDENTE, PAÍSES DO GOLFO E TURQUIA [QUE] APOIAM A OPOSIÇÃO [SÍRIA]... HÁ A POSSIBILIDADE DE ESTABELECER UM PRINCIPADO SALAFISTA DECLARADO OU NÃO DECLARADO NO LESTE DA SÍRIA (HASAKA E DER ZOR) E É EXACTAMENTE ISTO O QUE QUEREM AS POTÊNCIAS QUE APOIAM A OPOSIÇÃO, A FIM DE ISOLAR O REGIME SÍRIO..." (em maiúsculas no original)
Apesar da derrota do Daesh, a sua presença do no nordeste sírio, como revela a DIA, foi cultivada para dar um pretexto para o controle estrangeiro da região.

O xadrez da partição:   pensar dois movimentos à frente

Se os sauditas ou os curdos acabarão finalmente por dominar a parte da Síria actualmente ocupada pelos Estados Unidos não vem agora ao caso. O propósito principal dos EUA ao ocupar a porção nordeste da Síria é seu objectivo de longo prazo de dividir o país em partes, separando com isso de modo permanente o nordeste do país do restante.

No decorrer do conflito sírio o governo dos EUA tentou repetidamente vender ao público a ideia da partição, argumentando que está é a "única" solução para o conflito "sectário" na Síria. Contudo, este sectarismo foi cinicamente engendrado e alimentado por potências estrangeira precisamente para provocar o actual conflito na Síria e em última análise justificar a partição.

Um mercenário anti-governamental
       apoiado pelos EUA guarnece uma metralhadora
       pesada, à esquerda, próximo a um soldado americano quando tomam
       posições em Tanf, uma passagem fronteiriça entre a
       Síria e o Iraque. (Hammurabi's Justice News/AP) A WikiLeaks revelou que a CIA esteve envolvida na instigação anti-Assad e em manifestações "sectárias" já em Março de 2011. Documentos desclassificados da CIA mostram que o plano para pressionar pela partição engendrando o sectarismo directamente a fim de enfraquecer o Estado sírio remonta a pelo menos a década de 1980. A ideia da partição foi também reiteradamente apregoada pela administração Obama, a qual declarou em várias ocasiões que "pode ser demasiado tarde" para manter a Síria como um todo.

Embora a administração Obama tenha chegado e partido, a administração Trump também está na linha de pressionar pela partição, graças à recente nomeação de John Bolton para a posição de Conselheiro de Segurança Nacional. Como informou recentemente a MintPress , Bolton advoga há muito a combinação do nordeste Sírio com o noroeste do Iraque a fim de criar um novo país, ao qual Bolton chamou de "Suninistão", que dominaria os recursos de combustíveis fósseis dos dois países e contaria com os recursos chave da água e da agricultura da região para sustentar a população. Bolton pediu aos estados do Golfo Árabe, como a Arábia Saudita, que financiassem a criação daquele estado – portanto as tentativas recentes da administração Trump para negociar um "acordo" com os sauditas pelo qual eles tomam o controle da parte ocupada pelos EUA na Síria se concordarem em pagar US$4 mil milhões pela reconstrução.

Visando o Irão

Embora tenha controle de recursos chave para dividir a Síria e desestabilizar o governo em Damasco, o principal objectivo dos EUA na ocupação do nordeste sírio, rico em petróleo e água, visa não a Síria mas sim o Irão.

Como a firma de inteligência Stratfor , com sede nos EUA, notou em 2001, tomar o controle do nordeste da Síria complicaria muitíssimo a rota terrestre entre a Síria e o Irão bem como a rota terrestre entre o Irão e o Líbano. Em Janeiro, Tillerson deixou claro este objectivo. Ao falar na Universidade de Stanford, Tillerson observou eu "diminuir" a influência do Irão na Síria era um objectivo chave para os EUA e uma grande razão para a sua ocupação do nordeste.

Com o corte da estrada entre Teerão e Damasco, os EUA desestabilizariam e enfraqueceriam muitíssimo o "eixo de resistência" da região e, assim, os EUA – juntamente com seus aliados regionais – seria capazes de aumentar muito sua influência e controle regional. Dada a aliança entre a Síria e o Irão, bem como seu acordo de defesa mútua, a ocupação é considerada necessária a fim de enfraquecer ambos os países e um precursor chave para planos da administração Trump para isolar e travar guerra contra o Irão.

Com informações internas a advertirem da posição declínante dos EUA como "única super-potência mundial", os EUA não têm intenção de abandonar a Síria, pois está a tornar-se cada vez mais desesperador manter sua influência na região e manter também a influência das corporações que mais se beneficiam com o império estado-unidense.
Agradecimento: ao jornalista investigador Rick Sterling, especializado na guerra da Síria, que forneceu à MintPress algumas imagens e informação pertinente que foi utilizada neste artigo.

[*] Redatora da MintPress Ness e colaboradora de Truth in Media, de Ben Swann.   Tem trabalhos publicados em Global Research, Ron Paul Institute e 21st Century Wire.   Também faz apresentações de rádio e TV na RT e Sputnik.

O original encontra-se em www.mintpressnews.com/...


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
Publicada por Nozes Pires à(s) segunda-feira, abril 23, 2018 Sem comentários:

domingo, 22 de abril de 2018

Conhecer pontos de vista diferenciados

Abril de Novo Magazine22/04/2018O Tempo das Cerejas

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Um livro estrangeiro
por semana ( )

 Editions Delga, 17 euros
Apresentação : «Malgré son titre « 1917-2017, Staline tyran sanguinaire ou héros national ? » ne porte pas seulement sur Staline, mais pose des questions sur la nature du pouvoir soviétique de 1917 à la chute de l’Union soviétique. Il présente des faits, des arguments. La notion de totalitarisme qui va jusqu’à identifier ce pouvoir à celui du nazisme, doit être dénoncée.
Le livre part d’une interrogation sur la différence d’opinion entre ceux qui ont vécu l’URSS et l’image que nous en avons en France. 67 % des habitants de la Fédération de Russie en septembre 2017 regrettaient l’Union soviétique et 38 % d’entre eux plaçaient Staline et Lénine en tête des plus grands hommes de l’histoire. Pourquoi ? Ce que tous les sondages affirment, nous l’avons constaté sur le terrain. Staline est l’homme d’une époque, l’Union soviétique ne se limite pas à sa seule domination, mais incontestablement Lénine et Staline ont opéré une rupture et créé les conditions d’une autre société dans un encerclement permanent et une violence de quatorze États ligués contre elle. Un état des lieux s’impose. On ne peut pas ignorer cette extraordinaire tentative de changement de pouvoir et de société. Prétendre effacer la mémoire des peuples est aussi destructeur que d’imposer aux individus l’ignorance de leur passé et de leurs origines. Ce livre est donc une présentation des pièces du dossier en vue de l’ouverture d’une véritable analyse scientifique mais aussi politique, d’une expérience qui continue de marquer notre présent et qui conditionne notre avenir.»
Publicada por Nozes Pires à(s) domingo, abril 22, 2018 Sem comentários:

O fim da ETA: verdade ou encenação?

Abril de Novo Magazine21/04/2018Alpendre da Lua

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Fotografia típica das famosas conferências de imprensa clandestinas da ETA

O fim da ETA: verdade ou encenação?
A ETA emitiu um comunicado onde pede desculpa a algumas vítimas das suas ações que duraram cinco décadas e fizeram mais de 850 mortos. Dissolução do movimento terrorista está prevista para 5 de maio.
OBSERVADOR
Começo a desconfiar da autenticidade desta notícia, que é a segunda vez que aparece na imprensa espanhola. Não sei se não será uma encenação do governo de Madrid, destinada a esbater, de uma forma subliminar, o forte impacto das tendências autonomistas, principalmente a da Catalunha, que cada vez se agiganta mais.
O teor do texto e o seu tom lamechas, a repisar constantemente o arrependimento, a dor causada às famílias das vítimas, as mortes causadas pelos muitos atentados, soa-me a falso, pois há ali a necessidade de dramatizar, até ao limite, o que, por natureza, foi dramático.
.
Por outro lado, os operacionais da ETA, que, por razões de segurança, deveriam ser, à época, em pequeno número, ou já morreram, ou, se não morreram, já têm uma proveta idade, que já não se compadece com este lirismo textual, que até sugere, de uma forma artificiosa e suspeita, que não vale a pena lutar pela independência do País Basco e que é preferível optar por uma solução democrática, pensamento este que não se coaduna muito com o perfil da forte personalidade de quem escolheu, em tempos, a via da luta armada clandestina, em condições muito difíceis, para alcançar o desiderato da independência do País Basco. Trata-se de pessoas que actuaram sob a pressão de convicções muito fortes e inabaláveis, e que, na minha perspectiva, não estou a ver que a elas possam renunciar, desta forma folclórica.
E também me parece folclórica esta forma estranha a desajustada de promover uma conferência de imprensa, em tudo idêntica às dos velhos tempos, e a realizar no próximo dia 5 de Maio, no País Basco francês, e destinada a anunciar solenemente o fim da ETA. É estranho, porque se se tratasse de verdadeiros militantes, bastava-lhes, para apaziguar a sua consciência e o seu sentimento de culpa, a emissão dos comunicados, que já foram divulgados, em que se anunciava o definitivo desmantelamento daquela organização, que pôs de cabeça à roda à polícia secreta do ditador Franco.
Os velhos militantes operacionais recusariam, certamente, tanta teatralização, para anunciar a sua morte política. E será uma teatralização, se, na realidade, como eu suspeito, tudo isto não for uma manobra bem engendrada do governo de Madrid, destinada, pelo efeito de simpatia, a desmoralizar e a denegrir o movimento independentista da Catalunha.
O que os velhos operacionais da ETA querem, neste momento, é que o tempo passe, sem que sejam descobertos e identificados pela polícia espanhola, o que poderia vir a acontecer no território do País Basco francês, pois eles não poderiam vir para a rua, mascarados, tal como iriam apresentar-se, certamente, na dita conferência de imprensa. Seria um grande risco.
Penso, pois, que isto é uma farsa. A ver vamos.
Alexandra de Castro
2018 04 21
Este artigo encontra-se em: Alpendre da Lua http://bit.ly/2F6j4oI
Publicada por Nozes Pires à(s) domingo, abril 22, 2018 Sem comentários:

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Les animaux de la Macronésie
por César Príncipe
 Um tal Emammuel Macron, o pauvre diableque  se senta com ar de monarca no Eliseu, declarou ao Mundo e a Marte que tem provas do emprego de armas químicas pelo regime sírio. O garçon de bureau Rothschild dispõe de fontes autorizadas: os Capacetes Brancos, bandidos angélicos e evangélicos, que actuam como encenadores e delegados de propaganda médica no terreno dos terroristas; o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede natural em Londres, donde jorram informações diárias para o planeta e – claro – possui os seus serviços de intelligence à la carte, aptos a fabricar evidências à medida de Colin Powell e em tempo oportuno. Macron finge que acredita em si mesmo e inventou a Macronésie, a fim de assegurar um lugar que se veja e uma voz que se ouça à superfície do globo. O pauvre, abarrotado de problemas sociais em casa, oferece-se ao rambo Trump para ir à caça ao leão pelas estradas e sobretudo pelos céus de Damasco. E Theresa May, a inventora do fármaco Skripal, disponibilizou-se como enfermeira de drones. 
É esta a parelha que tenta pregar um susto à Rússia: a ex-Grande França e a ex-Grã-Bretanha. A França, com o pigmeu de tacão alto Sarkozy, foi até à Líbia assassinar o financiador; a Inglaterra, com a dama de ferro Thatcher, foi até às Malvinas e obteve meia vitória militar. E não poderão ir muito mais além. Em termos de definição global de forças, a França e a Inglaterra esgotaram o potencial hegemónico no séc. XIX. Mas parece não haver maneira de se capacitarem da sua condição: não passam de duas fantasias pós-imperiais. Chegaram ao séc. XXI com um superego que não corresponde às circunstâncias. Não são as exibições de circo mediático que repõem a paridade geo-estratégica. Por isso, tementes de uma dura ensinadela (quem vai à guerra, dá e leva) prontificam-se a servir os USA e deita-fora. Pouco ou nada arriscam sozinhos. Não vá o diable tecê-las. 
A guerra, em 2018, não se ganha com fanfarronadas do roy-soleil de la Macronésie nem bestialidades do hooligan Boris Foreign Office. Ou será que ninguém os detém até que os seus países se evaporem num sopro? Poupem o Musée du Louvre e o National Theatre, meus senhores! Segundo os experts do royal power, em caso de conflito nuclear, mesmo selectivo, estas duas ufanas e medianas nações gozam de dez minutos para se benzerem e encomendarem a alma a Joana d’Arc e a São Jorge. Compete aos franceses e aos ingleses com mens sana exigir, com carácter de urgência, o desterro do casal Macron-May. Merkel afastou-se da armada do bidão de cloro . Um ex-presidente, Hollande, acaba de lembrar ao sucessor que os franceses costumam decapitar os monarcas. O próprio Pentágono reconhece que não tem provas credíveis da pulverização. Anda no seu encalço. Só conhece o caso do animal Assad pela Imprensa e pelas ditas redes sociais. Mas Macron está na posse da verdade revelada. Mas May convoca o Conselho de Guerra. Mas multiplicam-se os avisos, os agoiros, as reticências. Se os USA acabarem por dispensar os guerreiros franco-britânicos, será que estes avançarão de peito feito às balas, aos mísseis, aos gases, à hecatombe, à capitulação? De qualquer modo, devido ao perigo que representam para a humanidade, embarquemos Macron para os cascalhos da Córsega e May para os rochedos de Gibraltar. Estão carecidos de descanso e algum estudo. Um dos manuais poderá ser de etiqueta. Por exemplo, Como Deverá Comportar-se uma Fera sem Garras ante um Predador de Grande Porte. La Fontaine, se fosse nosso contemporâneo, editaria uma fábula à propos: Les Animaux de la Macronésie. 
Nota, 13/Abr/18/10h10: O facto do texto ter sido redigido na véspera dos bombardeamentos da Síria, não invalida nem uma letra da denúncia e do alcance da fábula Les Animaux de la Macronésie.   Primeiro: as forças franco-britânicas não passam de chiens de guerre dos USA.   Segundo: a operação de terrorismo aéreo do triunvirato não se aventurou ao ponto de uma contra-resposta da Rússia.   Terceiro: a tríade não esperou pela chegada a Duma dos especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas/OPAQ, que conta com o sufrágio de 190 países (incluindo os atacantes), e estava prevista para o dia 14 do corrente.   Os amigos da verdade adiantaram-se às conclusões.   Já assim foi no Iraque: mandaram retirar do terreno os inspectores que procuravam e não encontravam as armas de destruição maciça que existiam nas irrefutáveis provas de Bush, Blair, Aznar e Barroso e nas ilustres cabecinhas do império mediático. 
Este artigo encontra-se em: anónimo séc. xxi http://bit.ly/2H1BQQ4
Publicada por Nozes Pires à(s) segunda-feira, abril 16, 2018 Sem comentários:

sábado, 14 de abril de 2018

Centenário da Revolução de Outubro

O Que Não Foi Dito Nas Comemorações Dos 100 Anos Da Revolução De Outubro




Na sequência das comemorações do centenário da Revolução de Outubro publicaremos um conjunto de textos como contributo para estas comemorações e a sua análise.

(PARTE I)

Importância do estudo das causas da derrota e da queda do sistema socialista

A luta pelo socialismo passa hoje obrigatória e inevitavelmente pela investigação das razões que levaram à derrota da URSS e dos países do sistema socialista no leste da Europa e à sua queda no século XX. As palavras com que se descreve esse facto histórico – derrota e queda - têm relevância.

Nessa altura o sistema socialista foi derrotado pelo imperialismo, pelo inimigo de classe, que atuou interna e externamente. As forças internas para se defender do inimigo estavam completamente minadas pela linha revisionista do PCUS, que se iniciou, depois da morte de Stalin e a subida ao poder de N. Khrustchov. Com a realização do seu XX Congresso, o PCUS adotou uma linha política que se afastava do marxismo-leninismo e prosseguiu em plano inclinado até à traição hedionda de Gorbachov. Foi um processo com causas múltiplas, longo e, no que diz respeito à intervenção do imperialismo, pacientemente desenvolvido e aplicado. O socialismo não saiu da história nem desapareceu, nem morreu, como pretende o inimigo de classe. O socialismo é cada vez mais o futuro da humanidade.

Mas as palavras não bastam. É necessário que o movimento comunista e cada um dos seus partidos prossigam um grande trabalho de aprofundamento da análise das causas que originaram essa derrota; é necessário, dentro de cada um dos partidos, estudar os materiais e as conclusões já disponíveis pela investigação e estudar a sua aplicabilidade à realidade concreta e às necessidades revolucionárias do seu país; é necessário fazer a agitação e a propaganda do socialismo.

A propaganda do socialismo junto da classe operária é absolutamente necessária, porque a propaganda burguesa lhe fez crer que o socialismo já não é possível e está ultrapassado pela própria realidade histórica da sua queda. É necessário que a propaganda do socialismo inclua os seus êxitos, mas, imprescindivelmente, a explicação das causas da sua derrota nos países de leste, porque a classe operária não acredita em utopias. Só essa explicação tornará credível o socialismo como objeto da sua luta.

Alguns partidos comunistas, incluindo alguns dos países da antiga União Soviética, fizeram parte desse trabalho de estudo e aprofundamento com o material histórico disponível, com o distanciamento histórico necessário e com o conhecimento da experiência própria da construção do socialismo.

Seguramente, ainda falta muito para avaliar a dimensão da força e as formas concretas que a a intervenção interna das forças do imperialismo e a 5ª coluna assumiram nos países socialistas. É sabido que foram montadas linhas de propaganda imperialista e anticomunista contra o socialismo através, por exemplo, de emissões de rádio, TV e muitas outras intervenções ideológicas para minar a confiança do povo no sistema. Mas, de certeza, o imperialismo não deixou de apostar na corrupção de quadros do Estado e do Partido para a sabotagem do socialismo. Os “dissidentes”, mais de 7 000 - inimigos do socialismo - que se encontravam presos foram libertados por Khrustchov, reabilitados, e vieram a ocupar vários cargos no partido e no Estado. O XX Congresso do PCUS, em 1956, e a “aprovação” do “relatório secreto” constituiram um ponto alto da solidificação do trabalho contrarrevolucionário.

Alguns tópicos acerca das causas da derrota do socialismo

Logo após o final da II Guerra, o imperialismo adotou a tática da guerra fria, apostando na sabotagem do sistema socialista sob todas as formas. Assim, nos finais da década de 40, ainda a CIA não tinha esse nome e funcionava num obscuro escritório na Suíça, já um dos irmãos Dulles elaborava um documento propondo ao seu governo que adotasse uma tática que passava por começar a enfraquecer as orlas do sistema, isto é, os países do sistema socialista mais afastados da Rússia, como a Jugoslávia. E, tal como hoje acontece, o FMI começou a interferir nas relações económicas e comerciais que vários países vizinhos mantinham com a URSS.

Existe bastante unanimidade quanto à classificação do XX Congresso do PCUS, como um marco histórico a partir do qual o sistema começou a enfraquecer, não apenas na URSS como nos outros países socialistas. Este Congresso teve reflexos muito negativos no MCI, que começou a enfraquecer-se no seu conjunto, e traduziu-se também em desvios da linha revolucionária de vários partidos. Nesse congresso, para além do chamado “relatório secreto” que trouxe para a ribalta o conceito do “culto da personalidade” de que supostamente Estaline seria alvo e teria fomentado à sua volta, tomaram-se decisões relativas a questões da estratégia do movimento comunista, às relações internacionais e à economia soviética que davam início ao seu desvio do socialismo científico, e à assunção de conceitos revisionistas.

Possivelmente podemos dizer, com as palavras em voga hoje, que o tal “culto da personalidade” de Stalin não passou de “fake news”, notícias falas, e de uma “narrativa” fabricada à medida dos interesses do imperialismo e das suas agências, entre as quais a CIA.

Esse Congresso constituiu também o caldo de cultura ideológico, político e económico para o que se passou em seguida.

Aí, com o argumento da força de que dispunha o campo socialista, aproveitando bem os êxitos da URSS e do PCUS na guerra, aparecem novamente, e desta vez no próprio PCUS, o conceito da possibilidade da passagem do capitalismo ao socialismo sem revolução, designadamente pela via parlamentar, o conceito de coexistência pacífica entre os sistemas capitalista e socialista, e o fim da luta de classes sob o socialismo, o que se revelou completamente errado, constituindo um novo patamar do ponto de partida político e ideológico para o início da degenerescência quer do sistema socialista, quer de alguns dos partidos comunistas de países capitalistas.

A ideia da “coexistência pacífica” apagou o facto de que o enfrentamento do capitalismo e do socialismo a nível mundial é uma luta de classes de vida ou de morte entre os dois sistemas.

As Frentes Nacionais criadas para a resistência contra o fascismo e o nazismo também trouxeram algumas ilusões quanto à possibilidade de alianças estáveis com largos setores das burguesias nacionais. O P.C. Francês, por exemplo, participou num governo em França tendo o seu secretário-geral, M. Thorez ficado com uma pasta ministerial, mas rapidamente foi afastado pelos seus aliados conjunturais e o PCF começou a sua linha desviante até aos dias de hoje em que desapareceu.

Para além dos aspetos políticos e ideológicos, todo o processo de degenerescência do sistema assenta introdução gradual de relações de produção capitalistas e na não consideração das leis económicas do socialismo. Tal processo acentuou-se após a chamada «reforma Kosyguine» (1965) que adotou a categoria burguesa de «lucro empresarial» de cada unidade de produção e a ligação deste com os salários dos administradores e dos trabalhadores.

Não se pode esquecer que, no socialismo, o homem deixa de ser o objeto da história e passa a ser o seu sujeito. Assim, as relações económicas passam a depender da vontade do homem, alargando imensamente a importância do fator subjetivo. Não existindo a anarquia da produção própria do sistema capitalista, não funcionando as suas leis cegas e irracionais, só a planificação central podia assegurar as relações de produção socialistas.

O desenvolvimento socialista, especialmente depois da II Guerra, colocou novas necessidades e novas questões, designadamente económicas, de que não havia experiência. Possivelmente, a par das medidas de desenvolvimento da produção socialista nos campos, teria sido necessário tomar outras medidas em relação à indústria no sentido de satisfazer as novas necessidades do povo.

Nos primeiros anos do pós-guerra predominava no PCUS uma direção que mantinha firmemente como objetivo o desenvolvimento das relações socialistas. Desenrolava-se um debate entre os comunistas sobre essas questões económicas. A maior parte defendia que a lei do valor capitalista e as relações monetário-mercantis não poderiam regular a produção e distribuição socialistas. Tal processo acarretaria um entrave ao desenvolvimento das forças produtivas.

Foi por isso que, em vida de Estaline, se aplicou uma política económica que privilegiava a concentração do sobreproduto do trabalho, aquilo que no capitalismo constitui a mais-valia, para baixar os preços e aumentar, por essa via, o poder de compra dos salários e alargar os serviços sociais, como a saúde, a educação, a habitação, a cultura, etc. A riqueza produzida pela sociedade era apropriada pelo conjunto da sociedade e distribuída segundo os princípios socialistas de “a cada um segundo o seu trabalho”, não aos indivíduos ou às empresas como passou a acontecer com as reformas de 1965-1969.

Mas, após a morte de Stalin em 1953, as posições corretas não se conseguiram sobrepor às conceções revisionistas pró-mercado, quer no plano ideológico, quer no plano político-económico. Em vez de se procurar uma solução para a expansão e o fortalecimento das relações socialistas de produção e de distribuição nas novas circunstâncias, olhou-se para o passado procurando a utilização de ferramentas e de relações de produção do capitalismo. Procurou-se a solução na expansão do mercado, no «socialismo de mercado». O XX Congresso abriu as portas a essas conceções que levaram à política de auto-gestão de empresas e à formação de relações monetário-mercantis entre elas, enfraquecendo o planeamento central. Em vez de integrar a produção dos Kolkhozes no conjunto da produção socialista, os tratores e outras máquinas passaram a ser propriedade dos kolkhozes, e não fornecidas a custo zero pelo Estado. 

O lucro tornou-se o principal critério da avaliação da atividade das empresas socialistas e a empresa foi declarada como a unidade de base da economia socialista. O processo de acumulação de cada unidade socialista foi, pois, desligado da planificação central, o que teve como consequência o debilitamento do caráter social dos meios de produção e da reserva de produtos. Paralelamente, até 1975 todas as granjas estatais, os sovkhozes, tinham passado ao regime de plena autossuficiência. . Todas estas medidas levaram à criação das condições prévias necessárias para a apropriação e a propriedade privada, relações que estavam proibidas por lei. 

Aumentaram as diferenças das receitas do trabalho entre os trabalhadores e os quadros de cada empresa, tal como entre os trabalhadores das diversas empresas. Reforçou-se o interesse individual em detrimento do interesse coletivo e da consciência comunista, um golpe na atitude de defesa e promoção da propriedade social.

Então, apareceu o chamado «capital sombra», não só como consequência do enriquecimento com os lucros empresariais, mas também do «mercado negro», de atos criminosos de apropriação do produto social, que pretendia operar legalmente como capital na produção, o que significava a privatização dos meios de produção e a contratação de trabalho alheio, a restauração do capitalismo. Os seus dirigentes, que vieram a tornar-se seus proprietários, foram a força social interna impulsionadora da contrarrevolução.
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Publicada por Nozes Pires à(s) sábado, abril 14, 2018 Sem comentários:
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Obras de Nozes Pires publicadas em

Entre Outras:
150 Anos Do Manifesto Do Partido Comunista, o Manifesto e o seu Tempo, Lisboa, 2000, Ed. Colibri.
Léger-Marie Deschamps, Un Philosophe entre Lumières et Oubli, 2001, Ed. L'Harmattan.
Renascimento e Utopias, Actas da Academia de Ciências, 1997
Revista «Vértice», vários números.
Revista «espaço público», 1.
José Félix Henriques Nogueira, Revista editada pela Escola Sec. de Henriques Nogueira, 2008.
Jornal «A Batalha», vários números.
Semanários: Badaladas, FrenteOeste.


Livro "Não Olhes para Trás- Lembras-te?", editora Chiado, Lisboa, 2024

Discursando

Discursando
No 2º Congresso Republicano de Aveiro, 1969, em nome dos estudantes universitários do Porto
Tema Janela desenhada. Com tecnologia do Blogger.