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terça-feira, 28 de março de 2023

É forte demasiado? Foi o imperialismo norte-americano que provocou, e provoca, testemunhos destes que nos soam a nós ocidentais demasiado...

 O blues de uma mulher árabe
Sem passado, nem futuro...

Haverá algo no Iraque que os americanos não destruíram?
A mais pequena coisa?
E atrevem-se a perguntar porque é que vos odeio tanto...
E têm a audácia de vir ao meu blogue para me perguntar sobre as minhas origens, a minha
residência, as minhas ideias, as minhas raízes, o meu sentido de pertença...
Que tipo de raça são? Que tipo de pessoas são vocês?
Sim. Eu disse pessoas, não governo. Não sou politicamente correcta. O vosso governo faz parte de
vós e vós fazeis parte dele. Quer queiram quer não. E não me venham dizer, de modo embaraçado
que eu sei muito bem: «Oh, mas eu não votei neles!»
Estou-me marimbando para quem votaram ou não. Esse não é o meu problema.
O meu problema são vocês. A vossa cultura, o vosso comportamento, a vossa mentalidade, o vosso
carácter, a vossa altivez, a vossa arrogância, o vosso falso orgulho, a vossa negação, a vossa
estupidez e ignorância colectiva, o vosso modo de vida que acho aborrecido, vazio e desagradável,
o vosso sotaque que é uma afronta aos meus ouvidos... e aos meus sentidos.
Eu não gosto de vocês. Ponto final.
Eu sei, eu sei que alguns de vós são boas pessoas.
Eu sei, eu sei que a América não é um grupo homogéneo...
Eu sei toda esta porcaria.
Isso não faz a mínima diferença na minha vida e na vida doutros iraquianos.
Não dou qualquer importância às vossas nuances, à vossa linguagem política, se sois bons ou
maus... Isso não significa nada para mim e para inúmeros outros.
As nossas vidas foram arruinadas, totalmente arruinadas. Não queremos saber das vossas nuances.
Tudo o que sei é que destruíram o meu país. Para além de qualquer reparação.
O passado, vocês saquearam-no e destruíram-no. Tentando apagar a nossa memória colectiva... As
nossas raízes, de onde vimos, o que os nossos antepassados fizeram, as suas conquistas, as suas
provações, as suas estátuas, os seus escritos...
Vocês não conhecem a história, são rejeitados da história. Não têm uma história.
Não têm passado, não têm nada... Não são nada.
Não são nada mais que ogres do consumismo. Não só de coisas materiais, mas o que quer que

consigam engolir inteiro, vocês querem-no.
Até engolem inteira a história de outras pessoas.
Sois pessoas gananciosas, cobiçosas, gulosas, vorazes, ciumentas, invejosas...
Como não são nada, o vosso niilismo contamina todo o resto.
Destrói-em e auto destrói-em...
Sem futuro. Vocês não têm futuro, porque dentro de vós próprios, o vosso futuro está limitado ao
vosso pequeno ego. Os pequenos egos não têm futuro. Pequenos egos são amebas, parasitas, que se
alimentam de outros...
Pensam que têm visão, mas a vossa visão limita-se ao vosso estômago, aos vossos bolsos e ao que
têm entre as pernas... É tudo. É aí que termina. E isso certamente não faz de vocês profetas...
O que é que contribuíram para o mundo? Alguma coisa com substância real? Nada. Excepto força
bruta e poder... e a vossa cultura nojenta que é tão oca e tão vazia como vós. E precisamente porque
não têm um futuro verdadeiro, espoliam-nos o nosso. Colectivamente, vocês são um bando de
criminosos, ladrões, de brutos perversos da pior espécie.
Desde o vosso maldito 11 de Setembro, destruíram totalmente dois países. Afeganistão e Iraque.
E não pararam. Nem um dia, nem uma hora...
Queriam uma mudança de regime no Iraque. Conseguiram-no.
Também nos mudaram, e a mim, para além de tudo o que eu possa reconhecer.
Eu nunca vos odiei, antes. Hoje, eu odeio-vos. Odeio-vos mesmo. Metem-me colectivamente nojo.
Até repugnais as nossas antigas divindades e espíritos mesopotâmicos. Vós repugnais cada letra do
alfabeto. Vós enojais a terra, os rios, o céu, as montanhas, as árvores, as aves do Iraque... Vós
enojais o cosmos...
Sempre que vejo um de vós algures por perto e ouço aquele vosso sotaque horrível, fujo... Evito-vos
como a peste. Não suporto ouvir ou ver-vos.
Para mim, vocês não representam senão a Morte e a Destruição.
A vossa fealdade insinua-se por todo o lado.
Sempre que ligo a televisão ou a rádio e vejo ou ouço um de vós, faço zapping. Quem me dera
poder tirar-vos da minha vida, de uma vez por todas.
Eu sei, continuo a repetir-me, mas vocês continuam a repetir as mesmas acções.
O Iraque desmorona-se, com o seu passado e o seu futuro...
Só posso prometer-vos uma coisa, pode levar tempo, mas vamos arrastar-vos connosco!
17.09.2007
Layla Anwar

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