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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Lembram-se do ateísmo militante de Michel Onfray?


Pelo Socialismo
Questões político-ideológicas com atualidade
http://www.pelosocialismo.net
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Tradução do francês de TAM
Colocado em linha em: 2012/09/02
Anticomunismo – 15
O ideólogo anticomunista e antimarxista Michel Onfray atacou outra vez
Annie Lacroix-Riz*
CorCorCorrens, 26 de julho 2012rens, 26 de julho 2012rens, 26 de julho 2012rens, 26 de julho 2012rens, 26 de julho 2012rens, 26 de julho 2012 rens, 26 de julho 2012 rens, 26 de julho 2012rens, 26 de julho 2012 rens, 26 de julho 2012rens, 26 de julho 2012 rens, 26 de julho 2012 rens, 26 de julho 2012rens, 26 de julho 2012 rens, 26 de julho 2012rens, 26 de julho 2012rens, 26 de julho 2012
Caros amigos,
Alguns correspondentes acabam de me alertar para as elucubrações de Michel Onfray, cuja actividade mediática consiste em denegrir toda a herança das Luzes e principalmente o marxismo, das quais este é um continuador essencial. Como se sabe, ele trabalha não apenas no plano filosófico mas também no plano histórico, sendo a história o seu domínio privilegiado de incompetência, tal como as suas pretensões. Sempre sem contradição, o que é mais seguro. Naturalmente, ele exerce o seu magistério em nome do «radicalismo» absoluto, sem concessões, método que faz lembrar aquele que usavam os sub-sinarcas (1) ideológicos de «esquerda» de antes da guerra. Uns, esquerdistas, bramavam, depois da assinatura do pacto franco-soviético de maio de 1935, contra os comunistas belicistas, sustentados pelo dinheiro do banco Worms, de Lemaigre-Dubreuil e que tais, e muitas vezes com o do Reich; os sindicalistas, esquerdistas e direitistas reunidos, urravam contra a «infiltração» dos bolcheviques na CGT que não se preocupavam senão em propagandear a URSS ao serviço do infame Estaline, etc. Esquerdistas desgrenhados e direitistas da clique Belin-Froideval faziam coro com eles, enquanto os segundos se encarregavam, no seu semanário Syndicats, de garantir a paz social (quer dizer, a apoiar a redução dos salários) e a propagar junto da classe operária e dos assalariados a Paz, simplesmente, contra um Reich que não era assim tão perigoso. Os interessados acabaram praticamente todos (os direitistas sem exceção) no campo da colaboração stricto sensu. Os leitores encontrarão indicações a este respeito na obra Le choix de la défaite e De Munich à Vichy (2). Consagrei um estudo de que assinalarei a publicação (data que ainda não está assente) aos sindicalistas da corrente confederada «Syndicats», que prosperaram sob a Ocupação – depois de eles próprios terem presidido à liquidação oficial da CGT (decreto assinado em novembro de 1940 pelo seu chefe de fila René Belin, falso ministro da produção industrial e do trabalho, vassalo do grande banqueiro sinarca Jacques Barnaud, director geral do banco Worms): «A Derrota de 1940: a interpretação de Marc Bloch e dos seus seguidores»,
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comunicação ao colóquio Marc Bloc, Rouen, 8-10 de fevereiro de 2012, Atas, a publicar.
A clique Belin-Froideval era abertamente de direita e pró-patronal, mas os «antibelicistas» reclamavam-se também da esquerda radical, como Onfray. Do radicalismo mais puro de Onfray nem o infeliz Freud se teria livrado: naturalmente, este último não chegava aos calcanhares do grande Camus, cuja principal contribuição para o combate anticolonialista foi opor-se com unhas e dentes à independência da Argélia – sempre em nome do progressismo e da grande civilização «ocidental», da qual os «colonialistas» de esquerda se reclamavam desde o princípio do colonialismo, para apoiar o colonialismo de direita, (falsa) oposição cujo modelo Jules Ferry e Clemenceau tinham fixado nas suas intervenções na Câmara de Deputados, em 28 e 30 de julho de 1885.
O pretensioso e inculto Onfray, em novembro de 2011, já zurziu Guy Môquet (assim como o historiador muito direitista Jean-Marc Berlière, especialista da polícia, morbidamente obcecado pelo PCF). O que se passa hoje na França Cultura (3) confirma que ele continuará a arrastar pela lama, em nome da pureza e da verdade revolucionárias, todos os heróis comunistas da resistência: nem Georges Politzer, a cuja tortura mortal o «homem de sangue» Pierre Pucheu quis assistir pessoalmente (ver Industriais e banqueiros franceses sob a Ocupação, índex) lhe terá escapado.
Não posso resumir aqui o que haverá a dizer sobre estas práticas encapotadas por detrás desta falsa crítica de «esquerda». Mas no meu sítio existem vários trabalhos que fazem o ponto deste «esquerdismo» na aparência e sobre a exploração que ele fez do pacto germano-soviético, a mais inteligente decisão soviética do tempo imediatamente anterior à guerra. Neste aspeto, nunca nada distinguiu este falso «radicalismo» da ideologia da direita (extrema ou não) desde 23 de agosto de 1939: têm em comum a ocultação sistemática da verdade histórica, seguindo muito de perto a que foi defendida por Churchill desde 4 de outubro de 1939, perante a Câmara dos Comuns.
Ver designadamente:
1º. «O PCF entre o ataque e a mea culpa: junho de 1940 e a resistência comunista», 2007, réplica a uma outra tentativa de «esquerda» criticando o abominável pacto germano-soviético e por conseguinte, a traição da classe operária francesa pelo PCF ao serviço dos Sovietes – através de uma obra absolutamente desprovida de fontes e que foi objeto, como é natural, de um considerável eco mediático;
2º. A crítica da notável obra de Geoffrey Roberts: «Geoffrey Roberts, As guerras de Estaline, desde a guerra mundial à guerra-fria, 1939-1953: um acontecimento editorial», 2007, obra ainda não traduzida e que nunca o será. Ele acaba de enviar o seu último trabalho, sobre Jukov, que terá, conforme todas as probabilidades, o mesmo triste destino em França: General de Estaline, a vida de Georgy Zhukov, Londres, Icon Books, 2012.
O seu colega e amigo Michael Jabara Carley, que também é visado nesta crítica, é autor de uma obra que demonstrou formalmente a não-responsabilidade da URSS no
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falhanço da aliança tripartida de 1939 – e na própria assinatura do pacto de não-agressão germano-soviético, 1939, the alliance that never was and the coming of World War 2 (4), Chicago, Ivan R. Dee, 1999. Como ele trabalha no Canadá, a sua obra foi traduzida e merece uma notoriedade que é atualmente inimaginável em França: 1939, a aliança da última oportunidade. Uma reinterpretação das origens da Segunda Guerra Mundial, As publicações da universidade de Montréal, 2001.
Em resumo, há poucas hipóteses de que a France Culture, que tanto gosta da cultura anglófona, nos apresente este duo «crítico» das asneiras correntes nos grandes média.
Encontrarão em Le choix de la défaite e De Munich à Vichy (2) muitas indicações que confirmam a futilidade e a ignorância do ideólogo anticomunista e antimarxista Michel Onfray. Mas os dois artigos acima citados sintetizam: 1º, o que foi objectivamente o pacto germano-soviético; 2º, o uso que o «ocidente» cúmplice do Reich hitleriano fez disso.
Aproveito para informar que interrompi por um mês o pesado trabalho de Industriais e banqueiros franceses sob A Ocupação para preparar um outro, A história contemporânea sob influência, preparado para a actualização regular do dossiê desde 2004. As ruínas da história, reflexo da situação geral, merecem toda a nossa atenção. A obra, que será publicada mais uma vez na editora Tempo das Cerejas, estará pronta para a festa de l’Huma (5) e proporcionar-nos-á assunto de discussão.
Boas férias e amizade para todos,
Annie Lacroix-Riz
* Annie Lacroix-Riz é professora de História Contemporânea, na Universidade de Paris 7 – [NT].
1. Elemento de uma sociedade política secreta – Synarchie –, real ou suposta, evocada em França nos anos 30-40, que estaria ligada à emergência do movimento tecnocrático – http//fr.wikipedia.org/wiki/Synarchie. A autora do artigo considera que essa organização existiu realmente – [NT].
2. A escolha da derrota e De Paris a Vichy – [NT].
3. É uma rádio cultural de serviço público audiovisual francês (grupo Radio France) – http//fr.wikipedia.org/wiki/France_Culture – [NT].
4. A aliança que nunca foi e a chegada da II Guerra Mundial – [NT].
5. L’Humanité – diário afeto ao PCF – [NT].

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