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sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Tolerâncias
No Irão a condenação à morte por apedrejamento da mulher por cometeu adultério é quase certa agora que confessou em plena tv que assassinou o marido e denunciou o cúmplice. Intolerável que ainda se coene à morte seja quem for; intolerável que o seja por meio de lapidação; intolerável uma confissão em directo e muito provavelmente obtida através de tortura (a menos que não fosse por tortura por acordo em troca da condenação à morte, de modo a que o Regime ceda assim airosamente às pressões internacionais e aos interesses políticos do momento). As insistentes práticas absolutamente crueis do Regime e de outros que obedecem aos mesmos rituais sacrificais ancestrais e primitivos, apenas voltam contra eles e contra essas interpretações religiosas a opinião pública civilizada. Trata-se, na verdade, de civilização versus barbárie. Condenamos a barbárie do imperialismo capitalista, condenamos a barbárie dos seus opositores. Nenhuma concepção relativista "pós-moderna" da Cultura é defensável quando tolera a preservação de práticas desumanas em nome da liberdade e diversidade das culturas. Sou pela Modernidade, que nos legou os códigos civis, as liberdades e os direitos, o constitucionalismo democrático. Se não temos que exportá-los à força (para dissimular interesses neo-colonialistas), não podemos, porém, ser tolerantes.
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