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quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Onde está a verdade e a mentira?
http://www.pelosocialismo.net
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Publicado em: http://www.workers.org/2011/world/tiananmen_0707/
Tradução do inglês de TAM
Colocado em linha em: 2011/08/15
A WikiLeaks confirma
O “massacre” da Praça Tiananmen foi uma mistificação
Deirdre Griswold1
Publicado em 29 de junho de 2011, às 14.53h
Quantas vezes nos disseram que os EUA são uma sociedade “aberta” e que os média
são “livres”?
Normalmente estas exigências são feitas quando se critica outros países por não
serem “abertos”, especialmente os países que não seguem a agenda de Washington.
Quando se vive nos Estados Unidos e se depende dos supostamente “livres” e
“abertos” meios de comunicação comerciais para obter informação, acreditar-se-á
sem dúvida que o governo chinês massacrou “centenas, talvez milhares” de
estudantes na Praça Tiananmen, no dia 4 de Julho de 1989. A frase foi repetida
dezenas ou centenas de vezes pelos média deste país.
Mas isso é um logro. Mais, o governo dos EUA sabe que isso é um logro. E todos os
mais importantes meios de comunicação sabem que é um logro. Mas recusam-se a
corrigir o registo, por causa da hostilidade primária da classe dirigente imperialista
dos EUA em relação à China.
Em que é que baseamos esta afirmação? Em várias fontes.
A mais recente é a publicação pela WikiLeaks de telegramas enviados da Embaixada
dos EUA em Pequim para o Departamento de Estado, em junho de 1989, alguns dias
depois dos acontecimentos na China.
A segunda é uma declaração do chefe de redacção do New York Times em Pequim,
declaração que não voltou a ser referida por esse jornal.
E a terceira é o relato do que aconteceu feito pelo próprio governo chinês, que
corrobora as duas primeiras.
Um único jornal ocidental importante publicou os telegramas da WikiLeaks. Foi o
Telegraph of London, em 4 de junho deste ano, exactamente 22 anos depois de o
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governo chinês ter chamado as tropas em Pequim.
Dois telegramas datados de 7 de julho de 1989 – mais de um mês depois do conflito –
relatavam o seguinte:
“Um diplomata chileno transmite um testemunho presencial dos soldados a entrar
na Praça Tiananmen: Ele observou a entrada dos militares na praça e não viu
nenhumas armas de destruição em massa serem utilizadas contra a multidão,
apesar de se ter ouvido alguns tiros. Ele disse que a maioria das tropas que
entraram na praça estava de facto armada apenas com material antimotim –
bastões e tacos de madeira; estavam apoiados por soldados armados.”
Um telegrama posterior dizia: “Um diplomata chileno transmite um testemunho
presencial dos soldados a entrar na Praça Tiananmen: Apesar de se ouvir tiros, ele
diz que para além de algumas agressões a estudantes, não houve fogo
indiscriminado sobre a multidão de estudantes no monumento.”
Deve-se recordar que o Chile, naquela altura, era governado pelo General Augusto
Pinochet, que tinha chegado ao poder através de um violento golpe antissocialista de
direita, apoiado pelos EUA, no qual foram mortas milhares de pessoas de esquerda,
incluindo o Presidente Salvador Allende. O referido “diplomata chileno” não seria
certamente amigo da China.
Nem um único jornal, televisão ou rádio nos EUA abordou ou comentou estes
telegramas divulgados pela WikiLeaks, nem o artigo do Telegraph sobre eles. Foi
como se caíssem num poço sem fundo.
Isso aconteceu porque os média aqui não acreditam que o documento é credível?
Dificilmente.
Eles sabiam a verdade em 1989
O New York Times sabe que é credível. O seu próprio redactor-chefe em Pequim na
altura, Nicholas Kristof, confirmou-o num extenso artigo intitulado “China hoje:
como ganharam os homens da linha dura”, publicado no magazine do Sunday
Times, em 12 de novembro de 1989, cinco meses depois do alegado massacre na
praça
Mesmo no fim deste longo artigo, que pretendia dar uma visão do debate na direção
do Partido Comunista Chinês, Kristof afirmava perentoriamente: “Baseado nas
minhas observações nas ruas, nem a versão oficial nem muitas das versões
estrangeiras são absolutamente corretas. Não há massacre na Praça Tiananmen,
por exemplo, apesar de haver muitas mortes noutros lugares.”
Apesar do artigo de Kristof ser duramente crítico em relação à China, a sua afirmação
de que “não houve massacre na Praça Tiananmen” desencadeou imediatamente um
coro de protestos dos inimigos da China nos EUA, como se viu pela coluna das cartas
do leitor do Times.
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Houve conflitos em Pequim? Absolutamente. Mas não houve massacre de estudantes
desarmados na praça. Isso foi uma invenção do ocidente, com o objectivo de
demonizar o governo chinês e ganhar a simpatia pública para uma contrarrevolução.
A viragem para uma economia de mercado no tempo de Deng Xiaoping tinha
alienado muitos trabalhadores. Havia também um elemento contrarrevolucionário a
tentar tirar partido do descontentamento popular para restaurar completamente o
capitalismo.
Os imperialistas tinham esperança em que os conflitos em Pequim derrubassem o
Partido Comunista e destruíssem a economia planificada – à semelhança do que
aconteceria dois anos mais tarde na União Soviética. Queriam “abrir” a China não à
realidade, mas à pilhagem da propriedade do povo pelos bancos e corporações
imperialistas.
Depois de muitas hesitações no topo, o exército foi chamado e o levantamento
esmagado. A China não colapsou como a União Soviética; a sua economia não
implodiu nem o nível de vida baixou. Muito pelo contrário. Os salários e as condições
sociais têm estado a melhorar, ao mesmo tempo que os trabalhadores noutros países
estão a ser puxados para trás por uma severa crise económica capitalista.
Apesar das profundas concessões ao capitalismo, estrangeiras e nacionais, a China
continua a ter uma economia planificada baseada numa forte infraestrutura estatal.
1 Deirdre Griswold foi candidata a presidente dos Estados Unidos, nas eleições de 1980, em representação do
Workers World Party [Partido Mundial dos Trabalhadores], partido de ideologia comunista nos EUA [NT]
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