A CARTA RESPOSTA AO ARTIGO DO SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA QUE O JORNAL “PÚBLICO” NÃO DIVULGOU E A NOVA CENSURA QUE SE
INSTALOU EM PORTUGAL QUE DÁ VOZ APENAS AO GOVERNO
O Secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, na sua cruzada
empenhado contra os trabalhadores da Função Pública divulgou no jornal “Público” de 2-
10-2013 mais um artigo de ataque a estes trabalhadores. Agora insurge-se contra
aqueles (e “naqueles” estou naturalmente incluído) que afirmam que “ a situação de
insustentabilidade financeira da CGA é imputável ao Estado porque, por um lado, fechou
o regime, a partir de 2006, a novos subscritores e, por outro lado, não assumiu ao longo
dos tempos as suas responsabilidades contributivas como empregador”. E termina o seu
artigo de opinião, como não podia deixar de ser, com o velho ataque aos trabalhadores
da Função Pública sobre “ a histórica disparidade de benefícios entre os aposentados da
CGA e os reformados do Regime Geral da Segurança Social, que o governo visa corrigir
com a sua proposta de lei, ou sobre a desproporção entre o esforço contributivo que foi
pedido aos atuais pensionistas da CGA no passado e as prestações que recebem”. E isto
apesar de que já termos provado a Hélder Rosalino de que não era verdadeira a
afirmação que a pensão correspondente ao tempo de serviço feito até 2005 obtida com
base nas regras da CGA seja superior à que se obtém utilizando as regras da Segurança
Social, e o que é verdadeiro é que a alteração da formula de cálculo da pensão da CGA,
que o governo pretende agora impor, determinará que a pensão da CGA passe a ser
bastante inferior à da Segurança Social (na última reunião que tivemos na Secretaria de
Estado entregamos um documento ao S.E. Hélder Rosalino com cálculos que provavam
tudo isto, e até a esta data ele e a sua numerosa equipa técnica não foi capaz de rebater
esses cálculos):
Para que os leitores não ficassem a conhecer apenas a versão (“verdade”) do governo
enviamos, em 6-10-2013, à diretora do jornal “Público” uma resposta ao Secretário de
Estado da Administração Pública para que os leitores deste jornal, confrontando a versão
de Hélder Rosalino com os nossos argumentos, pudessem formular a sua própria
opinião.
No entanto, o “Publico” decidiu, até a esta data, não publicar o nosso artigo, dando a
ideia aos seus leitores que a “verdade do governo” é a única aceitável. Um
comportamento muito semelhante ao que se verificava antes do 25 de Abril, onde a única
“verdade” permitida era do governo. Os processos são diferentes mas os resultados são
iguais: dificultar ou mesmo impedir qualquer opinião diferente. Mais uma vez a
associação do poder politica e económico (aqui o grupo Sonae que controla o “Público”)
ficou clara. Ao recusar publicar a nossa resposta, o Público prestou um serviço que
agradou o governo, mas é certamente é um mau serviço ao jornalismo e aos seus
leitores que só ficaram a conhecer a “verdade” única do governo.
CARTA ENVIADA À DIRETORA DO JORNAL “PÚBLICO” EM 6-10-2013 QUE
ACOMPANHAVA O NOSSO ARTIGO RESPOSTA QUE TRANSCREVEMOS A SEGUIR QUE O
“PUBLICO” NÃO DIVULGOU
Exma. Sra. Directora do Jornal "Publico"
O "Publico" divulgou na sua edição de 2-10-2013 um artigo do sr. Secretario de Estado da
Administração Pública onde ele apresentava a versão do governo sobre as causas do
desequilibrio financeiro da CGA, que está a ser utilizado para justificar os cortes nas pensões dos
trabalhdores e aposentados da Função Pública.
Como participei, como assessor dos sindicatos nas negociações entre os sindicatos da Função
Pública e o governo sobre essa matéria (e até sou visado nesse artigo) e na convicção que o
"Público" defende uma informação objetiva, o que pressupõe o contraditório, solicito a publicação
do pequeno artigo que envio( penso com uma dimensão inferior à do SE), que contém uma outra
versão diferente da governamental das causas das dificuldades atuais da CGA, para permitir aos
leitores formular a sua opinião com base numa análise de diferentes opiniões.
O debate público informado foi também um desafio que o SE fez no seu artigo e que eu gostaria
de responder
Agradeço que me informem no caso de decidirem não publicar
Com consideração
Eugénio Rosa
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