uma confusão bastante maior sobre "para onde vamos?". Não só uma
anarquia geral se desencadeia entre os nossos reformadores sociais,
como cada um de nós acabará em breve por confessar a si próprio que
não tem qualquer ideia exacta do que deverá acontecer amanhã. Em
suma, é este precisamente o mérito da nova orientação: saber que nós
não antecipamos o mundo de amanhã pelo pensamento dogmático, mas
ao contrário não queremos encontrar o mundo novo senão no termo da
crítica do antigo.
Até aqui, os filósofos guardavam na sua gaveta a solução de todos os
enigmas... Se construir o futuro e fazer planos definitivos para a
eternidade não é o nosso ofício, o que pretendemos realizar no presente
é evidente: pretendemos a crítica radical de toda a ordem existente,
radical no sentido de que ela não tem medo dos seus próprios
resultados, nem dos conflitos com as potências estabelecidas (...)
( K. Marx ---Carta a A. Ruge de Setembro de 1843, in Correspondence,
Tomo I, Nov. 1835-Dez. 1848,
Ed. Sociales, 1971, págs. 297-300).
Sem comentários:
Enviar um comentário