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Publicado em 2014/11/22, em: http://www.mondialisation.ca/vingt-six-verites-sur-le-groupe-etat-islamiqueei-quobama-veut-vous-cacher/5415419
Tradução do francês de TAM
Colocado em linha em: 2014/12/08
Vinte e seis verdades sobre o grupo Estado
Islâmico (EI) que Obama vos quer esconder
Michel Chossudovsky
A guerra conduzida pelos Estados Unidos contra o grupo armado Estado Islâmico é
uma grande mentira.
Perseguir os «terroristas islâmicos» e conduzir uma guerra preventiva no mundo
inteiro para «proteger a pátria norte-americana» são conceitos utilizados para
justificar um programa militar.
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) é uma criação dos serviços secretos
norte-americanos. O programa de «luta contra o terrorismo» de
Washington no Iraque e na Síria consiste em apoiar os terroristas.
A incursão das brigadas do grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque que se iniciou em
junho de 2014 fazia parte de uma operação militar e dos serviços secretos
cuidadosamente planificada e apoiada secretamente pelos Estados Unidos, a NATO
e Israel.
O mandato de luta contra o terrorismo é falso. Os Estados Unidos são os
«mandantes número um do terrorismo de Estado».
O Estado Islâmico é protegido pelos Estados Unidos e os seus aliados. Se
tivessem querido eliminar as brigadas do Estado Islâmico, teriam podido
bombardear intensamente as suas caravanas de camionetas Toyota
assim que atravessaram o deserto entre a Síria e o Iraque, em junho.
O deserto sírio-árabe é um território aberto (ver o mapa abaixo). Do ponto de vista
militar, esta operação teria podido ser efetuada eficazmente, rapidamente e de
modo extremamente preciso com caças de tecnologia de ponta (F15, F22 Raptor,
CF-18).
Neste artigo, abordamos 26 conceitos que refutam a grande mentira.
Enquanto os órgãos de comunicação social interpretaram esta operação militar de
grande escala contra a Síria e o Iraque como uma iniciativa humanitária, ela
causou inúmeros mortos civis.
Esta operação não teria podido ser realizada sem o apoio inflexível dos órgãos de
comunicação social ocidentais, que afirmaram que a iniciativa de Obama
representava uma operação de contraterrorismo.
AS ORIGENS HISTÓRICAS DA AL-QAËDA
1. Os Estados Unidos apoiam a Al-Qaëda e as suas organizações desde há
cerca de meio século, desde o início da guerra soviético-afegã.
2. Os campos de treino da CIA foram construídos no Paquistão. Entre 1982 e 1992, a
CIA recrutou qualquer coisa como 35 000 jihadistas vindos de 43 países muçulmanos
para fazerem a guerra santa no Afeganistão.
«Pagos por fundos da CIA, foram colocados anúncios publicitários nos jornais e em
boletins de informação por todo o mundo, incitando à adesão à jihad.»
3. Washington apoia a rede terrorista islâmica desde a administração
Reagan.
Ronald Reagan chamou aos terroristas «combatentes da liberdade». Os Estados
Unidos forneceram armas às brigadas islâmicas. Era para «uma boa causa»: a luta
contra a União Soviética e por uma mudança de regime que levasse ao
desaparecimento de um governo laico no Afeganistão. [No original, está uma fotografia de Ronald Reagan com mudjahidines afegãos com a
seguinte legenda: “Ronald Reagan encontra-se com comandantes mudjahidines afegãos na
Casa Branca em 1985 (Arquivos de Reagan)”]
4. Manuais djihadistas foram publicados pela Universidade do Nebraska.
«Os Estados Unidos gastaram milhões de dólares para entregar aos estudantes
afegãos manuais cheios de imagens violentas e de doutrina islâmica militante.»
5. Ossama ben Laden, «o demónio» (Bogeyman) dos Estados Unidos e
fundador da Al-Qäeda, foi recrutado pela CIA em 1979, desde o início da jihad
contra o Afeganistão, apoiada pelos Estados Unidos. Tinha 22 anos e foi formado
num campo de treino de guerrilha sustentado pela CIA.
A Al-Qaëda não esteve por detrás dos ataques de 11 de Setembro. O 11 de
Setembro de 2001 forneceu uma justificação para a guerra contra o Afeganistão,
baseada na ideia de que o Afeganistão praticava o terrorismo de Estado, apoiando a
Al-Qaëda. Os ataques do 11 de Setembro contribuíam para a elaboração da «guerra
mundial ao terrorismo» (Global War on Terrorism).
O ESTADO ISLÂMICO
6. O grupo Estado Islâmico (EI) esteve na origem de uma entidade ligada
à Al-Qaëda e criada pelos serviços secretos dos Estados Unidos com o apoio
do M16 britânico, da Mossad israelita, dos Inter-Serviços de Inteligência (ISI)
paquistaneses e da Presidência Geral de Inteligência (GIP) saudita, Ri’āsat AlIstikhbarat
Al-’Āmah (العامة الاستخبارات رئاسة).
7. As brigadas do EI participaram na insurreição na Síria contra o governo de Bachar
Al-Assad, insurreição apoiada pelos Estados Unidos e a NATO.
8. A NATO e o Alto comando turco foram responsáveis pelo recrutamento
de mercenários para o EI e o Al-Nosra desde o começo da insurreição síria, em
março de 2011. Segundo fontes dos serviços secretos israelitas, esta iniciativa
consistia «numa campanha com o objetivo de fazer alistar milhares de
voluntários muçulmanos nos países do Médio Oriente e no mundo
muçulmano para combater ao lado dos rebeldes sírios. O exército turco
acolheria estes voluntários, formá-los-ia e asseguraria a sua passagem
para a Síria». (DEBKAfile, NATO to give rebels anti-tank weapons, 14 août 2011.).
[No original, pode ver-se a fotografia de um soldado americano empunhando um cartaz que
lhe esconde o rosto onde se lê: «Obama, não serei deslocado para combater pelos rebeldes da
tua Al-Qaëda na Síria. ACORDAI, POVO»]
9. Há forças especiais ocidentais e dos serviços secretos ocidentais nas
fileiras do EI. Forças especiais britânicas e o M16 participaram na formação de
rebeldes jihadistas na Síria.
10. Peritos militares ocidentais, contratados pelo Pentágono, formaram os terroristas para utilizar armas químicas. 4
«Os Estados Unidos e alguns dos seus aliados europeus utilizam empresários ligados
à Defesa para mostrar aos rebeldes sírios como manter em segurança os estoques de
armas químicas na Síria, declararam no domingo à CNN um alto responsável norteamericano
e vários diplomatas de alto nível.» (CNN Report, 9 de dezembro de 2012).
11. A prática da decapitação do EI faz parte de programas de treino dos
terroristas apoiados pelos Estados Unidos e é realizada na Arábia Saudita e no
Qatar.
12. Um grande número de mercenários do EI, recrutados pelo aliado dos
Estados Unidos, são criminosos condenados que foram libertados das prisões
sauditas com a condição de se juntarem ao EI. Foram recrutados condenados à morte
sauditas para se juntarem às brigadas terroristas.
13. Israel apoiou as brigadas do EI e do Al-Nosra nos Montes Golã.
Jihadistas encontraram-se com oficiais israelitas de Tsahal e com o
primeiro-ministro Nétanyahou. As altas patentes de Tsahal reconhecem
tacitamente que «elementos da jihad mundial na Síria» [EI e Al-Nosra] são
apoiados por Israel. Ver imagem abaixo:
[No original pode ver-se a fotografia de Netanyhau e outros militares israelitas, num
hospital, com a seguinte legenda:
«O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyhaou e o ministro da Defesa Moshe Yaalon,
ao lado de um mercenário ferido, no hospital militar israelita de campanha nos montes
Golã ocupados, na fronteira com a Síria, em 18 de fevereiro de 2014»]
A SÍRIA E O IRAQUE
14. Os mercenários do EI são soldados de infantaria da aliança militar
ocidental. O seu mandato tácito é vandalizar e destruir a Síria e o Iraque,
em nome daqueles que os apoiam, os Estados Unidos.
15. O senador norteamericano John McCain encontra-se com chefes
terroristas jihadistas na Síria. (Ver foto à direita)
[No original pode ver-se uma fotografia do senador McCain em companhia de terroristas
armados trajando à civil]
16. A milícia do Estado islâmico, atualmente alegado alvo de uma campanha de
bombardeamentos dos Estados Unidos e da NATO, em virtude de um mandato de
«luta contra o terrorismo», é sempre apoiada clandestinamente pelos Estados
Unidos. Washington e os seus aliados continuam a fornecer ajuda militar
ao Estado Islâmico.
17. Os bombardeamentos dos Estados Unidos e dos seus aliados não
visam o EI, mas as infraestruturas económicas do Iraque e da Síria, entre elas as
fábricas e as refinarias de petróleo.
18. O projeto de califado do EI resulta de um programa de longa data da
política externa dos Estados Unidos, com o objetivo de dividir o Iraque e a Síria
em territórios distintos: um califado islamista sunita, uma República shiita árabe e
uma República do Curdistão.
A GUERRA MUNDIAL AO TERRORISMO (GMAT)
19. «A guerra mundial ao terrorismo» (GMAT) é apresentada como um «choque de
civilizações», uma guerra entre valores e religiões concorrentes, enquanto, na
realidade, continua a ser uma verdadeira guerra de conquista, guiada por objetivos
estratégicos e económicos.
20. As brigadas terroristas da Al-Qaëda sustentadas pelos Estados Unidos (e
apoiadas secretamente pelos serviços secretos ocidentais) foram deslocadas para o
Mali, o Níger, a Nigéria, a República Centro-Africana, a Somália e o Iémen.
Estas diferentes entidades ligadas à Al-Qaëda no Médio Oriente, na África
subsaariana e na Ásia são apoiadas pelos «trunfos dos serviços secretos» apoiados
pela CIA. São utilizados por Washington para desencadearem devastações,
criar conflitos internos e desestabilizar países soberanos.
21. Boko Haram na Nigéria, Al-Shabab na Somália, Grupo islâmico combatente na
Líbia (GICL) (apoiado pela NATO em 2011), Al-Qaëda no Magreb islâmico (AQMI),
Jemaah Islamiyah (JI) na Indonésia, entre outros grupos filiados da Al-Qaëda, são
sustentados clandestinamente pelos serviços secretos ocidentais.
22. Os Estados Unidos apoiam também organizações terroristas filiadas na Al-Qaëda
na região autónoma uigure de Xinjiang, na China. O objetivo subjacente consiste em
desencadear a instabilidade política na China ocidental.
É relatado que jihadistas chineses terão recebido «uma formação terrorista» do
Estado islâmico «com o objetivo de perpetrar ataques contra a China». O objetivo
declarado destas entidades jihadistas na China (servindo os interesses dos Estados
Unidos) é estabelecer um califado islâmico que se estenda ao oeste da China. (Michel
Chossudovsky, America’s War on Terrorism, Global Research, Montreal, 2005,
capítulo 2).
TERRORISTAS DE ORIGEM INTERNA
23. Somos nós os terroristas: Os Estados Unidos são os arquitetos não
declarados do grupo armado Estado Islâmico e o mandato sagrado de Obama é
proteger a América contra os ataques do EI.
24. A ameaça terrorista de origem interna é uma invenção. Os governos
ocidentais e os meios de comunicação social fazem propaganda disso com o objetivo
de revogar as liberdades civis e instaurar um Estado policial. Os ataques terroristas
perpetrados por presumidos jihadistas e os alertas de atentados dos terroristas são 6
invariavelmente encenações. São utilizados para criar uma atmosfera de medo e
intimidação.
As prisões, os processos e as condenações de «terroristas islâmicos» visam, por sua
vez, sustentar a legitimidade da Homeland Security [Segurança Interna (NT)], o
Estado securitário dos Estados Unidos, e do aparelho de aplicação da lei, cada vez
mais militarizado.
O objetivo último é inculcar no espírito de milhões de norte-americanos a ideia de
que o inimigo é real e que a administração dos EUA visa proteger a vida dos seus
cidadãos.
25. A campanha do «combate ao terrorismo» contra o Estado islâmico
contribuiu para a diabolização dos muçulmanos, que, aos olhos da opinião
pública ocidental, são cada vez mais associados aos jihadistas.
26. Qualquer pessoa que ouse pôr em causa a validade da «guerra
mundial ao terrorismo» é acusada de ser um terrorista e submetida às leis
antiterroristas.
O objectivo último da «guerra mundial ao terrorismo» é submeter os cidadãos à
autoridade, despolitizar completamente a vida social nos Estados Unidos, impedir as
pessoas de pensar e de conceptualizar, analisar os factos e contestar a legitimidade da
ordem social inquisitorial que governa o país.
A administração Obama impôs um consenso diabólico com o apoio dos seus aliados,
sem contar com o papel cúmplice do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os
órgãos de comunicação social ocidentais adoptaram o consenso; descrevem o grupo
Estado islâmico como uma entidade independente, um inimigo externo que ameaça o
mundo ocidental.
A grande mentira tornou-se verdade.
Dizei não à «grande mentira»
Passem a palavra
No fim de contas, a verdade é uma arma poderosa.
Ajudem-nos, por favor, a seguir em frente. Contamos com o apoio dos nossos leitores.
[…]
Pela paz e a verdade na comunicação social
Michel Chossudovsky
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