Brasil: Caos que desafia a imaginação
Os Editores
18.Apr.16 :: Editores
A
aprovação pela Camara dos Deputados por maioria qualificada (367 cntra
137 e 7 abstenções) do impedimento da Presidente Dilma Rousseff anuncia
o fim do governo do Partido dos Trabalhadores. Mas não o fim da
alarmante crise em curso que tende mesmo a aprofundar-se.
O país mergulhou num caos que desafia a imaginação e flutua num pântano de corrupção politica e económica.
É uma crise dilemática em que todas as saídas previsíveis são negativas. Dilma é responsável por um governo desastroso. Aliada a forças políticas incompatíveis com o programa do seu partido, traiu os compromissos assumidos com o povo. A reforma agrária não avançou, a devastação da Amazónia prosseguiu, a Saúde e a Educação chegaram a um estado calamitoso, a invasão das terras dos indígenas prosseguiu.
O favorecimento do grande capital foi inocultável. Dezenas de milhões de pessoas vegetam em favelas e cortiços numa situação de miséria absoluta.
O PIB caiu e a sua queda vai prosseguir devido à baixa do preço do petróleo e das exportações de soja e minérios.
Dilma não é corrupta,embora tenha utlilizado fundos publicos no financiamento da sua campanha eleitoral. Mas ministros, altas personalidades do aparelho de estado ou a ele intimamente ligadas estão atoladas nos escândalos do «Lava Jato» que atingiu a Petrobras, empresa insígnia do Brasil.
O envolvimento do ex-presidente Lula nesse pântano de corrupção é transparente. As acusações que o atingem são gravíssimas e o seu comportamento no episódio da nomeação para chefe da Casa Civil contribuiu para a queda vertical da sua popularidade.
A sociedade brasileira esta profundamente dividida. A oposição, que se mobilizou para o afastamento de Dilma através do Legislativo, carece de um mínimo de prestígio e credibilidade.
O vice presidente Michel Temer – que assumirá a Presidência da Republica se o Senado referendar o afastamento de Dilma- é um corrupto. O PT pediu inclusive o seu impedimento. O presidente da Camara de Deputados, Eduardo Cunha, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, são acusados de terem recebido milhões em «propinas» no âmbito do «Lava Jato”. Dezenas de deputados da oposição estão também envolvidos nesse mar de lama.
Na América Latina, o movimento contra o golpe constitucional promovido pela oposição assumiu grandes proporções. A CEPAL, a UNASUL, a CELAP, a CLACSO , a própria OEA condenaram a campanha do impedimento de Dilma. Manifestações de protesto contra o golpismo foram organizadas frente às embaixadas do Brasil.
O governo dos EUA, temeroso de reações tempestuosas na América Latina, manteve-se, ao longo da crise, numa atitude de expetativa. Mas o influente The New York Times, numa extensa reportagem publicada no dia 16 de Abril, acusou a oposição de golpista e qualificou Cunha, Calheiros e outros parlamentares de «criminosos».
A grande maioria dos intelectuais, entre os quais Chico Buarque, embora muito crítica da política da PT e nomeadamente de Dilma e Lula, tomou posição contra o golpe constitucional.
Apos instaurado o processo no Senado, este dispõe de 180 dias para se pronunciar sobre o impedimento aprovado pela Camara . Mas ali a maioria simples, numa sessão presidida pelo presidente do Supremo Tribunal, será suficiente para que Dilma seja afastada definitivamente .
O espetáculo exibido pela Camara durante a votação projetou uma imagem degradante da instituição e da chamada democracia representativa.
O Partido Comunista Brasileiro- uma das raras organizações políticas não contaminadas pela corrupção- numa nota divulgada durante o debate na Camara dos Deputados- sugeriu «uma saída pela esquerda», através de uma mobilização massiva dos trabalhadores. Mas as massas não estão preparadas para essa opção; as condições subjetivas para tal «saída» são no momento inexistentes.
A crise, longe de se aproximar de um desfecho, vai prosseguir.
Para onde caminha o Brasil na sua trágica- é a palavra- crise?
Qualquer tentativa de resposta não seria responsável. O caos desafia a imaginação.
OS EDITORES DE O DIARIO.INFO
O país mergulhou num caos que desafia a imaginação e flutua num pântano de corrupção politica e económica.
É uma crise dilemática em que todas as saídas previsíveis são negativas. Dilma é responsável por um governo desastroso. Aliada a forças políticas incompatíveis com o programa do seu partido, traiu os compromissos assumidos com o povo. A reforma agrária não avançou, a devastação da Amazónia prosseguiu, a Saúde e a Educação chegaram a um estado calamitoso, a invasão das terras dos indígenas prosseguiu.
O favorecimento do grande capital foi inocultável. Dezenas de milhões de pessoas vegetam em favelas e cortiços numa situação de miséria absoluta.
O PIB caiu e a sua queda vai prosseguir devido à baixa do preço do petróleo e das exportações de soja e minérios.
Dilma não é corrupta,embora tenha utlilizado fundos publicos no financiamento da sua campanha eleitoral. Mas ministros, altas personalidades do aparelho de estado ou a ele intimamente ligadas estão atoladas nos escândalos do «Lava Jato» que atingiu a Petrobras, empresa insígnia do Brasil.
O envolvimento do ex-presidente Lula nesse pântano de corrupção é transparente. As acusações que o atingem são gravíssimas e o seu comportamento no episódio da nomeação para chefe da Casa Civil contribuiu para a queda vertical da sua popularidade.
A sociedade brasileira esta profundamente dividida. A oposição, que se mobilizou para o afastamento de Dilma através do Legislativo, carece de um mínimo de prestígio e credibilidade.
O vice presidente Michel Temer – que assumirá a Presidência da Republica se o Senado referendar o afastamento de Dilma- é um corrupto. O PT pediu inclusive o seu impedimento. O presidente da Camara de Deputados, Eduardo Cunha, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, são acusados de terem recebido milhões em «propinas» no âmbito do «Lava Jato”. Dezenas de deputados da oposição estão também envolvidos nesse mar de lama.
Na América Latina, o movimento contra o golpe constitucional promovido pela oposição assumiu grandes proporções. A CEPAL, a UNASUL, a CELAP, a CLACSO , a própria OEA condenaram a campanha do impedimento de Dilma. Manifestações de protesto contra o golpismo foram organizadas frente às embaixadas do Brasil.
O governo dos EUA, temeroso de reações tempestuosas na América Latina, manteve-se, ao longo da crise, numa atitude de expetativa. Mas o influente The New York Times, numa extensa reportagem publicada no dia 16 de Abril, acusou a oposição de golpista e qualificou Cunha, Calheiros e outros parlamentares de «criminosos».
A grande maioria dos intelectuais, entre os quais Chico Buarque, embora muito crítica da política da PT e nomeadamente de Dilma e Lula, tomou posição contra o golpe constitucional.
Apos instaurado o processo no Senado, este dispõe de 180 dias para se pronunciar sobre o impedimento aprovado pela Camara . Mas ali a maioria simples, numa sessão presidida pelo presidente do Supremo Tribunal, será suficiente para que Dilma seja afastada definitivamente .
O espetáculo exibido pela Camara durante a votação projetou uma imagem degradante da instituição e da chamada democracia representativa.
O Partido Comunista Brasileiro- uma das raras organizações políticas não contaminadas pela corrupção- numa nota divulgada durante o debate na Camara dos Deputados- sugeriu «uma saída pela esquerda», através de uma mobilização massiva dos trabalhadores. Mas as massas não estão preparadas para essa opção; as condições subjetivas para tal «saída» são no momento inexistentes.
A crise, longe de se aproximar de um desfecho, vai prosseguir.
Para onde caminha o Brasil na sua trágica- é a palavra- crise?
Qualquer tentativa de resposta não seria responsável. O caos desafia a imaginação.
OS EDITORES DE O DIARIO.INFO
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