«(...) a intervenção do Estado na “gestão da
procura”, a qual fora a marca característica do capitalismo do pós
guerra durante a assim chamada “Era Dourada”, mas à qual sempre o
capital financeiro sempre se opusera pois isso minava a legitimidade
social da classe capitalista, especialmente da classe financeira, foi
evitada sob a pressão da finança globalizada. Leis de “responsabilidade
orçamental” são aprovadas, país após país, para assegurar que os
esforços dos Estados para aumentar o emprego e a actividade na economia
assumem a forma de providenciar “incentivos” ao capital ao invés de
empreender a despesa directa por si mesmo. Isto entretanto significa com
efeito que o crescimento do sistema já não pode mais ser estimulado
pelo Estado (uma vez que os capitalistas simplesmente embolsam todos os
subsídios e transferências que lhes chegam do Estado como “incentivos”
sem empreender qualquer investimento adicional). O crescimento acaba por
depender essencialmente da formação de “bolhas” de preços de activos
(aparte os gastos do consumidor financiados por crédito, o qual no
entanto tem limites muito estritos).» Prabhat Patnaik, in O Capitalismo neoliberal e a sua crise,
http://resistir.info/ .
Sem comentários:
Enviar um comentário