Translate

segunda-feira, 6 de maio de 2024

PARADOXOS

    É corrente afirmar-se que a social-democracia rendeu-se ao neo ou ultra-liberalismo. De facto o que se observa pela Europa dos "Estados sociais" ou social-democratas é isso mesmo. Isto é, deixou de existir social-democracia, o que resta é o capitalismo puro e duro, ainda que mais nuns lugares do que noutros. As direções sindicais pela UE dentro não se mostram de modo algum interessadas no socialismo, seja ele reformista mais ou menos. 

No entanto não é verdade. Pelo menos fora da Europa. Existe na China. Ninguém consegue caracterizar a China atual como socialista. O mais que se chega é encontrar elementos socializantes na organização comunal ou comunitária à maneira chinesa. Contudo, o elemento social é real e forte na política da governação e, mais recentemente, na orientação do PC. Nem o capitalismo puro e duro é hegemónico, nem a orientação anti capitalista. É um misto. Portanto é a social-democracia, ou democracia social, típica, coerente, reformista. Ninguém pretende, no escalão mais alto, chegar à sociedade sem classes e sem Estado. Ao comunismo.  

Uma social-democracia daquele jeito só é possível com um partido comunista ou uma coligação de um PC com um Partido social-democrata. E funciona. Já ultrapassou o capitalismo puro e duro dos EUA. É pacifista e apenas se interessa pela cooperação comercial, económica, política.

Neste médio prazo não há lugar para governos revolucionários, isto é socialistas. Entenda-se : sem propriedades capitalistas. Somente mistas. Ou seja : social-democracias avançadas, no literal e pleno sentido da expressão (da teoria, não da prática que foi).

Neste entrementes somos todos reformistas. Não porque alguns gostem, mas porque não há outra alternativa. Os governos e países mais progressistas (anti imperialismo, internacionalistas, com fortes economias) são ou capitalistas (Rússia), social-democratas (China), ou algo difícil de definir (Irão).

É pena. Mas sou esperançoso: afinal é só a médio prazo.

O futuro à luta política pertence. E esta. que é o elemento determinante, é imprevisível.

  

Sem comentários:

Viagem à Polónia

Viagem à Polónia
Auschwitz: nele pereceram 4 milhôes de judeus. Depois dos nazis os genocídios continuaram por outras formas.

Viagem à Polónia

Viagem à Polónia
Auschwitz, Campo de extermínio. Memória do Mal Absoluto.