O amor que sinto
O amor que sinto
é um labirinto.
Nele me perdi
com o coração
cheio de ter fome
do mundo e de ti
(sabes o teu nome),
sombra necessária
de um Sol que não vejo,
onde cabe o pária,
a Revolução
e a Reforma Agrária
sonho do Alentejo.
Só assim me pinto
neste Amor que sinto.
Amor que me fere,
chame-se mulher,
onda de veludo,
pátria mal-amada,
chame-se "amar nada"
chame-se "amar tudo".
E porque não minto
sou um labirinto.
José Gomes Ferreira
2 comentários:
quando ao amor não cabe na pele que nos cobre, somos, de nós mesmos, labirintos por onde nos caminhamos a peregrinar infinitos, na inerrância de um sentimento que nos estanca em dor.
muito belo o seu texto. gratidão
Mel
Nem para o céu nem para o inferno... escritores, quando morrem, vão para a eternidade.
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