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sábado, 31 de maio de 2014

Pelo Socialismo
Questões político-ideológicas com atualidade
http://www.pelosocialismo.net
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Publicado em 2014/05/21 em: http://port.pravda.ru/russa/21-05-2014/36786-russia_china-0/
Colocado em linha em: 2014/05/30
Rússia e China prestes a anunciar o fim da
era do dólar americano?1
Jeffrey Berwick2
Por todo o mundo estão acontecendo reuniões de países, com uma meta comum que
tem muito a ver com você, seja você ou não cidadão dos EUA: abandonar o dólar
americano. Desde o início da crise da Ucrânia, o fim do dólar americano está cada vez
mais perto. Movimento após movimento, Rússia e China estreitaram relações e
tornaram-se aliadas mais próximas. Exemplos abundam. Para encurtar, aí vão dois
exemplos recentes que chamam a atenção.
A Gazprom (maior empresa russa, décima maior do mundo e a maior exportadora
mundial de gás natural - controlada pelo Estado, embora tenha ações no mercado
[NT]) acaba de lançar títulos na moeda chinesa, o yuan. Rússia e China assinaram um
acordo para a venda de gás. 40 bancos centrais começam a apostar que no futuro, a
moeda de reserva será o yuan.
Até o início de 2014, as histórias sobre o colapso do dólar soavam ainda como
maluquices conspiratórias, e pouco efeito tinham sobre a geopolítica. Este ano, tudo
mudou. Parece que as nações-estados pelo mundo afora estão se movendo na direção
de um mundo pós-dólar americano. Já não é uma questão de "se", mas de "quando".
E se você não é capaz de entender o passo-a-passo do que virá, há alto risco de acabar
chocado e... assombrado.
Já não cabe dúvida de que, tão logo a Rússia, juntamente com seus numerosos
aliados, faça o movimento fatal, será seguida por muitas outras nações (várias delas
já estão, mesmo, tentando). Por quê?
1 Manteve-se a variante do português do Brasil. – [NE]
2
Jeffrey Berwick – The Daily Bell, 18/5/2014, trad.mberublue
http://www.thedailybell.com/editorials/35309/Jeffrey-Berwick-Are-Russia-and-China-About-to-
Announce-the-End-of-the-US-Dollar-Era/. Define-se como anarcocapitalista libertarista. Lutador
[luta-livre] contra o que considera dois dos maiores inimigos da humanidade: o Estado e os Bancos
Centrais. Fundador do site The Dollar Vigilante, CEO da TDV Mídia e Serviços. Mais sobre o
articulista, em http://www.thedaylybell.com/editorials/35309-Jeffrey-Bervick.
2
Porque os EUA são a força mais destrutiva do planeta; e seu calcanhar de Aquiles é o
"privilégio exorbitante", que a maioria conhece como 'dólar americano'; e que o
Federal Reserve Note3 chama de 'só contaram p'rá mim'.
O significado será hiperinflação, caos social, guerra civil, dentre outras
desarticulações. Parece-lhes que exagero? Pois, não, não há exagero algum. Para que
se tenha ideia de o quanto tudo isso pode ser ruim, péssimo, pense no que já se vê
acontecendo em qualquer república socialista "de bananas"; em seguida imagine que
piore muito, muito! Por que pioraria 'muito-muito'? Porque essas repúblicas 'de
bananas' não emitem a moeda usada como moeda planetária de reserva.
Os Estados Unidos nada produzem, a não ser o dólar americano – coisa facílima,
aliás, de produzir, como se comprovou no Canadá, com o suor de um único
canadense. Operação muito, muito simples: o tal canadense emitiu milhões de
dólares americanos e os colocou em circulação. Mais: o Canadá preferiu não
extraditá-lo; o sujeito vive lá, como homem livre.
Agora, grandes nações-estados pretendem sair juntas do sistema do dólar americano.
Um mundo "desdolarizado" – como a Rússia já diz com frequência –, pode vir a
afetar a vida de milhões de norte americanos.
A Ascensão da Rússia & China
De acordo com A Voz da Rússia, o Ministro russo das Finanças pretende um
aumento significativo do papel do rublo russo nas operações de exportação,
reduzindo dessa forma as transações fechadas em dólar, no comércio exterior da
Rússia. Acredita-se na Rússia que o setor bancário do país está "pronto para lidar
com um maior número de transações assinadas em rublo".
A agência Prime News relata que em abril de 2014 o governo realizou uma reunião
que foi integralmente dedicada a encontrar soluções para tirar o dólar das operações
russas de exportação. Especialistas de ponta de bancos, governo e setor energético
elaboraram nestas reuniões uma série de propostas, perfeitamente efetivas, para
responder às tais sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra a Rússia.
A reunião de "desdolarização" foi presidida pelo vice-primeiro-ministro da
Federação Russa, Igor Shuvalov: é sinal de que o movimento russo para descartar o
dólar é, sim senhor, coisa séria. Depois houve outra reunião, quando se discutiram
procedimentos para elevar o número de operações recebíveis em rublo, dessa vez
presidida pelo vice-ministro das Finanças, Alexey Moiseev. Segundo Moiseev,
nenhum dos especialistas e representantes de bancos viu qualquer problema nos
planos governamentais para incrementar o comércio com pagamento em rublos.
Afinal... o dólar já vem em queda livre desde a invocação do Federal Reserve e a lei
relativa ao imposto sobre a renda, em 1913.
3 Em explicação muito resumida: o dinheiro (divisa) americano não é emitido pelo governo americano, mas
pelo Federal Reserve Note (que o empresta ao governo dos EUA) e que na realidade é um banco
PRIVADO, propriedade de um poderosíssimo grupo de banqueiros internacionais que o manejam
conforme seus interesses. Para entender melhor acesse http://resistir.info/eua/divida_eua.html [NTs].
3
Agora, parece que até o pouco que ainda sobra já está por um fio.
A Rússia não está só
Se não tivesse apoio, a Rússia não estaria tão audaciosa. Outras nações pelo mundo
também têm interesse em aderir a um movimento de desdolarização. China e Irã, por
exemplo, têm manifestado crescente interesse em levar avante esse plano. Líderes de
outros países também já se manifestaram nesse sentido; em todos os casos, bateram
de cara contra as conhecidas sanções-'mísseis' dos EUA.
Hoje, a especulação que corre o planeta fala da próxima visita de Putin à China,
amanhã, dia 20/5: serão assinados contratos gigantes de petróleo e gás... e talvez
sejam assinados com pagamentos previstos em rublos e yuans, não mais em dólares
americanos. Implica dizer que dentro de uma semana, talvez já estejamos vivendo
em mundo muito, muito, muito diferente do que temos hoje [mesmo que o
'jornalismo', os 'jornais' e os 'jornalistas' absolutamente nada noticiem dessas
notícias radicalmente importantes (NTs)].
Com russófobos controlando a política externa dos Estados Unidos, o ocidente está
sem qualquer controle, andando a passos largos em direção ao buraco. Consequência
disso é que os EUA prosseguirão, hostilizando cada vez mais a Rússia e outras nações.
Com mais hostilidade, mais se fortalecerá a tendência de Rússia, China e inúmeros
outros países, pelo mundo, a se separarem do dólar.
O mundo já trabalha hoje para criar uma nova infraestrutura econômica e financeira
a qual, simplesmente, ignorará os Estados Unidos.
E, em reação e resposta, o que fazem os EUA? Bombardeiam mais civis. Matam mais
gente. Provocam mais guerras.
Verdade é que já não tenho muita certeza de que os EUA consigam manter esse
'padrão' hoje, com o mesmo 'sucesso' com que o mantiveram há, apenas, uma
década.
Bem ou mal, a humanidade começa a despertar para esse estado de coisas. Já
aconteceu até de a opinião pública no mundo conseguir impedir que os EUA fizessem
mais uma guerra - e a Síria foi salva. A oposição popular certamente impedirá que os
EUA façam mais guerras.
Há evidência que todos já veem com clareza e que comprometem hoje terrivelmente
as posições que os EUA têm adotado: Rússia e a China jogam xadrez e pensam no
bem do mundo. Obama joga damas, bolinha de gude, sabe-se lá o que joga; e não
pensa no bem do mundo.
A China já queria nova moeda de reserva, desde 2013
Japão e Índia já têm um acordo para moeda de reserva própria, desde 2011.
4
No Golfo Pérsico os árabes, junto com China, Japão, Rússia e França, já planejam pôr
fim aos negócios de petróleo feitos pelo dólar americano; e trabalham para pôr no
lugar desse dólar uma cesta de moedas que pode incluir o iene japonês, o yuan
chinês, ouro, euros e uma nova moeda unificada especialmente pensada para uso das
nações do Conselho de Cooperação do Golfo (o que incluiria nessa negociação/nova
cesta de moedas, também Arábia Saudita, Abu Dhabi, Kuaite e Qatar).
O fim do sistema monetário como o conhecemos
Estamos na iminência de uma mudança massiva nos parâmetros do sistema
monetário mundial... todos os especialistas sabem disso (é absolutamente claro que
sabem!), mas o 'noticiário' prossegue como se nada estivesse já acontecendo.
Empresários norte-americanos ou gastam ou mentem que gastam como se os EUA
estivessem em plena recuperação econômica. Cidadãos dos Estados Unidos
continuam gastando dinheiro ou mentindo que gastam e em todos os casos
continuam poupando pouco, talvez com a mesma expectativa que os empresários. Os
investidores continuam a investir ou a mentir que continuam a investir como se tudo
estivesse às mil maravilhas.
Parece que todos esses atores têm dificuldade para contextualizar e apreender a
verdade sobre a economia dos EUA. E essa verdade é a seguinte: os EUA devem
tanto, tanto, tanto, que a mente humana não tem meios para compreender a sua real
extensão desse endividamento. E a imprensa-empresa comercial, que existe para
desinformar, desinforma o mais que pode e completa o serviço de ensinar a
descompreender (seja o que for).
O capital exposto ao risco de ser queimado, virar fumaça, é da ordem de trilhões de
dólares. O mundo ocidental corre o risco de entrar numa era sombria, que o futuro
conhecerá, durante séculos, como o "Grande Colapso". Bem contados, não chega a
1% dos cidadãos o número dos norte-americanos e norte-americanas que se pode
acreditar que saibam disso e compreendam com clareza o movimento.
Essa minoria, sim, entende o que está acontecendo; mas tem ativos em bens tangíveis
e internacionalizados [metais preciosos fora do sistema financeiro] e terão boa
chance de sobreviver bem às mudanças que certamente virão.
Nunca foi mais importante, necessário, prioritário, vitalmente decisivo, desligar a
televisão e não tomar conhecimento do que a imprensa-empresa comercial 'informe'
ou 'noticie'. Cada um terá de fazer as próprias contas e assumir o controle da própria
situação financeira. ATENÇÃO: Desligue a TV. Não leia jornais. Demita todos os
jornalistas que vc ajuda a sustentar cada vez que paga para ler material produzido
pela imprensa-empresa comercial, seja pelo rádio, seja impressa, seja pela internet ou
pela televisão. E NÃO ESQUEÇA: AQUI VOCÊ TERÁ COBERTURA
DESJORNALÍSTICA, EM TEMPO REAL!

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