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domingo, 15 de junho de 2014

As tácticas subversivas do imperialismo

Pelo Socialismo
Questões político-ideológicas com atualidade
http://www.pelosocialismo.net


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Publicado em 2014/05/06, em: http://www.contrainjerencia.com/?p=88596
Tradução do castelhano de PAT
Colocado em linha em: 2014/06/13

China: a verdadeira história de Tiananmen

Brian Becker

A histeria gerada pelo "massacre" da Praça de Tiananmen foi baseada
num relato fictício sobre o que realmente aconteceu e isso comprovou-se
quando o governo chinês limpou finalmente a praça de manifestantes,
em 4 de junho de 1989.
A demonização da China foi muito eficaz. Quase todos os setores da sociedade dos
EUA, incluindo a maior parte da "esquerda", aceitaram a apresentação imperialista
do que lá se passou.
Naquela altura, a versão oficial do governo chinês sobre os acontecimentos foi, de
imediato, rotulada de propaganda falsa. A China informou que umas 300 pessoas
morreram em confrontos, no dia 4 de junho, e que muitos dos mortos eram soldados
do Exército Popular de Libertação (EPL). A China insistiu em que não houve
massacre de qualquer estudante na Praça de Tiananmen e, de facto, os soldados
limparam a Praça de manifestantes sem qualquer disparo.
O governo chinês também afirmou que os soldados desarmados, que estavam na
Praça Tiananmen nos dois dias anteriores a 4 de junho, foram queimados e linchados
e os seus cadáveres pendurados dos autocarros. Outros soldados foram incinerados
quando os veículos militares foram incendiados com eles lá dentro, pois não se
podiam escapar, e muitos outros foram severamente espancados por ataques de
turbas violentas.
Essas histórias eram verdadeiras e bem documentadas. Não seria difícil imaginar
como o Pentágono e as agências policiais dos Estados Unidos teriam reagido
violentamente, se o movimento Occupy, por exemplo, tivesse, de forma idêntica,
encurralado com fogo soldados e polícias e os tivessem linchado quando o governo
estava a tentar limpar os espaços públicos.
Num artigo de 5 de junho de 1989, o Washington Post descreveu como foram
organizados os combatentes antigovernamentais em formações de 100 a 150 pessoas.
Estavam armados com coquetéis molotov e bastões de ferro para enfrentarem o EPL,
cujos soldados, no entanto, estavam desarmados antes do dia 4 de junho.
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O que aconteceu na China, que custou a vida aos opositores do governo e aos
soldados, em 4 de junho, não foi um massacre de estudantes pacíficos, mas uma
batalha entre soldados do EPL e destacamentos armados do chamado movimento
pró-democracia.
"Numa avenida, no oeste de Pequim, os manifestantes atearam fogo a um comboio
militar inteiro de mais de 100 camiões e veículos blindados. Fotos aéreas do
incêndio e colunas de fumo reforçaram poderosamente os argumentos do governo
[chinês] de que as tropas foram as vítimas, não os verdugos. Outras fotos mostram
cadáveres e manifestantes a disparar com espingardas automáticas contra os
soldados, que não ofereciam resistência ", admitiu o Washington Post, numa história
que era favorável à oposição e contra o governo, em 12 de junho de 1989.
The Wall Street Journal, a voz líder da luta contra o comunismo, serviu como uma
claque ao movimento "pró-democracia". No entanto, a sua cobertura, depois de 04
de junho, reconheceu que muitos "manifestantes radicalizados, alguns agora
armados com armas de fogo e veículos apreendidos nos confrontos com os
militares" se estavam a preparar para maiores lutas armadas. A reportagem do Wall
Street Journal sobre os acontecimentos de 04 de junho retrata um quadro vivo:
"À medida que as colunas de tanques e dezenas de milhares de soldados se
aproximaram de Tiananmen, muitas tropas foram atacadas por multidões
enfurecidas ... Dezenas de soldados foram retirados de camiões, severamente
espancados e deixados a morrer. Numa interseção a oeste da praça, o corpo de um
jovem soldado, que havia vencido a morte, foi despido e pendurado de um lado de
um autocarro. Outro cadáver de um soldado foi pendurado numa cruz, a leste da
praça.”
O massacre que não existiu
Nos dias imediatamente após o 4 de junho de 1989, as manchetes, artigos e editoriais
do New York Times referem que "milhares" de ativistas pacíficos foram massacrados,
quando o exército enviou tanques e soldados para a praça. O número de mortos
estimado pelo Times foi de 2.600. Este número foi apresentado como o de estudantes
ativistas que foram baleados em Tiananmen. Quase todos os média dos EUA
relataram "muitos milhares" de mortos. Muitos deles disseram que cerca de 8.000
tinham sido sacrificados.
Tim Russert, chefe do departamento de Washington da NBC, que aparece mais tarde
no programa Meet the Press, disse que "dezenas de milhares" morreram na Praça de
Tiananmen.
A versão ficcional do "massacre" foi mais tarde corrigida, mas pouco, pelos
jornalistas ocidentais que tinham participado nas fabricações e estavam dispostos a
retocar o registo para poderem dizer que fizeram "correções". Mas, então, já era tarde
demasiado tarde e eles também o sabiam. A consciência do público já tinha sido
formada. A falsa história converteu-se no discurso dominante. Haviam massacrado
os factos com sucesso, para os ajustar às necessidades políticas do governo dos EUA.
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"Naquela noite, a maioria das centenas de jornalistas estrangeiros, inclusive eu,
estavam noutras partes da cidade ou foram retirados da praça para que não
pudessem testemunhar o último capítulo da história dos estudantes. Os que
tentaram ficar perto dos dramáticos acontecimentos são aqueles que, em alguns
casos, reforçaram o mito de um massacre de estudantes ", escreveu Jay Mathews,
primeiro chefe do escritório do Washington Post, em Pequim, num artigo de 1998, no
Columbia Journalism Review.
O artigo de Mathews, que inclui a sua própria admissão de usar a terminologia do
massacre da Praça Tiananmen, veio nove anos depois dos factos e reconheceu que as
correções posteriores tiveram pouco impacto.
"Os acontecimentos de Tiananmen são conhecidos há muito tempo. Quando Clinton
visitou a praça, em junho deste ano, o diário The Washington Post e o The New York
Times explicaram que ninguém morreu ali [na Praça de Tiananmen] durante a
repressão de 1989. Mas foi uma breve explicação, depois de muitos e longos artigos.
Duvido que eles tenham feito muito para acabar com o mito".
Naquela altura, todas as informações sobre o massacre dos estudantes diziam
basicamente o mesmo e, portanto, parecia que deveria ser a verdade. No entanto, tais
informações não se basearam em depoimentos de testemunhas presenciais.
O que realmente aconteceu
Nas sete semanas anteriores a 4 de junho, o governo chinês conteve-se
extraordinariamente para não enfrentar aqueles que paralisaram a zona central da
capital da China. O Primeiro-ministro reuniu-se diretamente com os líderes do
protesto e a reunião foi transmitida pela televisão nacional. Tal não distendeu a
situação, antes encorajou os líderes do protesto, que sabiam que tinham o apoio total
dos Estados Unidos.
Os líderes do protesto erigiram uma enorme estátua, que se parecia com a Estátua da
Liberdade dos Estados Unidos, no meio da Praça de Tiananmen. Estavam a indicar a
todo o mundo que as suas simpatias políticas eram com os países capitalistas e, em
particular, com os Estados Unidos. Proclamaram que continuariam os protestos até
que o governo fosse derrubado.
Sem um final à vista, a liderança chinesa decidiu pôr fim aos protestos, limpando a
Praça de Tiananmen. As tropas entraram na praça desarmadas a 2 de junho e muitos
soldados foram espancados, alguns foram assassinados e os seus veículos militares
incendiados.
Em 4 de junho, o EPL entrou de novo na praça, com armas. De acordo com as
informações dos média dos Estados Unidos da época foi então que os soldados do
EPL, com metralhadoras, balearam os protestos pacíficos de estudantes, num
massacre de milhares de pessoas.
A China disse que os relatórios do "massacre" na Praça de Tiananmen foram uma
invenção criada pelos meios de comunicação ocidentais e pelos líderes do protesto,
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que se serviram daqueles disponíveis meios como uma plataforma para uma
campanha de propaganda internacional, no interesse de ambos.
A 12 de junho de 1989, oito dias após o confronto, o New York Times publicou um
"exaustivo" relatório, mas, na verdade, totalmente fabricado por um estudante
chamado Wen Wei Po, de testemunhas presenciais do massacre de Tiananmen.
Estava cheio de historietas detalhadas da brutalidade, assassinatos em massa e
heroicas batalhas de rua. Disse que havia metralhadoras do EPL no telhado Museu da
Revolução, com vista para a praça, onde os estudantes foram baleados. Este relatório
foi acolhido, em todo o lado, pelos média dos EUA.
Embora tratado como o evangelho e uma prova irrefutável de que a China estava a
mentir, o relatório de 12 de Junho da "testemunha" Wen Wei Po era tão exagerado e
era tão provável que desacreditasse o New York Times na China, que o
correspondente do Times em Pequim, Nicholas Kristoff, que serviu como porta-voz
dos manifestantes, pôs em causa os pontos principais do artigo.
Kristoff escreveu num artigo de 13 de junho: "A questão do local onde houve tiroteio
é importante, devido à afirmação do Governo de que ninguém foi baleado na Praça
de Tiananmen. A televisão estatal mostrou mesmo o vídeo dos estudantes a sair
pacificamente da praça pouco depois do amanhecer, como prova de que não se
tinham sacrificado."
"O quadro central do artigo da [testemunha] é de tropas a metralhar estudantes
desarmados reunidos em torno do Monumento aos Heróis do Povo, no centro da
Praça de Tiananmen. Várias outras testemunhas, tanto chinesas como estrangeiras,
dizem que isto não aconteceu", escreveu Kristoff.
"Tão-pouco há evidências de posições de metralhadoras no telhado do museu de
história, que foram relatadas no artigo Wen Wei Po. Este repórter foi direto à zona
do museu e não viu ali metralhadoras. Outros jornalistas e testemunhas nos
arredores também não conseguiram vê-las."
“O tema central do artigo de Wen Wei Po era o de que as tropas espancaram e,
posteriormente, os estudantes foram metralhados, na zona em torno do monumento
e que uma linha de veículos blindados lhes cortou a retirada. Porém, as testemunhas
dizem que os veículos blindados não cercaram o monumento – ficaram no extremo
norte da praça – e que as tropas não atacaram os estudantes agrupados em torno
do mesmo. Vários jornalistas estrangeiros estavam também perto do monumento
essa noite e não se sabe de nenhum que tenha relatado que os estudantes foram aí
atacados", escreveu Kristoff no artigo de 13 junho de 1989.
A versão do governo chinês reconhece que houve combates de rua e confrontos
armados em bairros vizinhos. Dizem que, nessa noite, morreram cerca de trezentas
pessoas, incluindo muitos soldados, mortos com disparos, coquetéis molotov e
espancamentos. No entanto, insistiram em que não houve nenhum massacre.
Kristoff também diz que houve confrontos em várias ruas, mas refuta a informação
da "testemunha" sobre um massacre de estudantes na Praça Tiananmen,
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"... Em vez disso, os estudantes e uma cantora pop, Hou Dejian, negociaram com os
soldados e decidiram sair da praça de madrugada, entre as 5 e as 6 horas. Os
alunos saíram todos juntos. A Televisão chinesa mostrou os estudantes a sair da
praça de forma pacífica até ficar vazia."
Objetivo da contrarrevolução na China
Na verdade, o governo dos EUA tinha-se envolvido ativamente na promoção dos
protestos "pró-democracia", através de uma extensa campanha, bem financiada,
coordenada a nível internacional com a máquina de propaganda que lança rumores,
meias-verdades e mentiras, desde o momento em que os protestos começaram, em
meados de abril de 1989.
O objetivo do governo dos EUA foi o de realizar uma mudança de regime na China e
derrubar o Partido Comunista da China, o partido no poder desde a revolução de
1949. Dado que muitos ativistas no movimento progressista de hoje não estavam
vivos ou eram crianças na momento do incidente de Tiananmen, em 1989, o melhor
exemplo recente de como funciona uma operação imperialista de mudança e
desestabilização de regime é revelado no recente derrube do governo ucraniano. Os
protestos pacíficos no centro da praça recebem apoio internacional, o financiamento
e apoio dos média dos Estados Unidos e das potências ocidentais; depois, entra em
cena a liderança dos grupos armados, que são aclamados como combatentes da
liberdade pelo Wall Street Journal, a Fox News e outros meios de comunicação; e,
finalmente, o governo eleito pela CIA para ser derrubado será totalmente demonizado
se utiliza a polícia ou o exército.
No caso dos protestos "pró-democracia" na China, em 1989, o governo dos EUA
tentou criar uma guerra civil. A Voz da América aumentou as suas emissões em
chinês para 11 horas diárias e orienta a emissão "diretamente para 2.000 antenas
parabólicas na China, na sua maioria operadas pelo Exército Popular de
Libertação" (New York Times, 09 de junho de 1989).
As transmissões da Voz da América para as unidades do EPL estavam cheias de
relatos de que algumas unidades do EPL estavam a disparar contra outras, e de que
diferentes unidades eram leais aos manifestantes e outras estavam com o governo.
A Voz da América e os meios de comunicação dos Estados Unidos trataram de criar a
confusão e o pânico entre os partidários do governo. E, precisamente, antes de 4 de
junho, quando foi noticiado que o primeiro-ministro da China, Li Peng, havia sido
baleado e que Deng Xiaoping estava à morte.
A maioria no governo dos EUA e nos média esperava que o governo chinês seria
derrubado pelas forças políticas pró-ocidentais, como estava a começar a acontecer
naquela altura (1988-1991) com o derrube de governos socialistas em toda a Europa
central e oriental, após a introdução reformas pró-capitalistas por Gorbatchev na
União Soviética em 1991.
Na China, a "pró-democracia", movimento de protesto, foi liderada pelos estudantes
privilegiados, bem relacionados com as universidades de elite, que pediam
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expressamente a substituição do capitalismo pelo socialismo. Os líderes estavam
especialmente ligados aos Estados Unidos. No entanto, outros milhares de estudantes
que participaram nos protestos estavam na praça porque tinham motivos de queixa
contra o governo.
Porém, a liderança imperialista, ligada ao movimento, tinha um plano explícito para
derrubar o governo. Chai Ling, que foi reconhecido como o líder máximo dos
estudantes, deu uma entrevista aos jornalistas ocidentais, na véspera de 4 de junho,
em que reconhecia que o objetivo dos dirigentes era levar a população a uma luta
para derrubar o Partido Comunista da China, o que só seria possível, explicou, se
pudessem provocar com êxito o governo para que este atacasse com violência as
manifestações. Essa entrevista foi emitida da "Porta da Paz Celestial". Chai Ling
também explicou por que não podiam dizer ao resto dos manifestantes estudantis os
efetivos planos dos líderes.
"A busca da riqueza é parte do impulso para a democracia", explicou outro dos
líderes estudantis, Wang Dan, numa entrevista ao Washington Post, em 1993, no
quarto aniversário dos incidentes. Wang Dan esteve em todos os média dos EUA,
antes e depois destes incidentes de Tiananmen. Era conhecido por explicar porque é
que os elitistas líderes estudantis não queriam que os trabalhadores chineses se
unissem ao seu movimento. Afirmou que "o movimento não está pronto para a
participação dos trabalhadores, porque a democracia deve primeiro ser absorvida
pelos estudantes e os intelectuais, antes que possa influenciar os demais".
Vinte e cinco anos mais tarde: os EUA continuam a procurar
uma mudança de regime e a contrarrevolução na China1
A medida tomada pelo governo chinês para dispersar o chamado movimento pródemocracia,
em 1989, foi recebida com amarga frustração dentro da classe política
dos EUA.
Os EUA, ao princípio, impuseram sanções econômicas à China, mas o seu impacto foi
mínimo, e a classe política de Washington e os bancos de Wall Street deram-se conta
de que as empresas e os bancos norte-americanos seriam os grandes perdedores, na
década de 1990, se se fosse isolar completamente China, quando a China estava a
abrir ainda mais o seu mercado de trabalho e as matérias-primas nacionais ao
investimento direto de empresas ocidentais. Os grandes bancos e as empresas
colocam em primeiro lugar as suas próprias margens de lucro, e os políticos de
Washington seguiram o exemplo da classe multimilionária sobre esta questão.
Mas a questão da contrarrevolução na China levantará de novo a cabeça. As reformas
económicas lançadas após a morte de Mao abriram o país ao investimento
estrangeiro. Esta estratégia de desenvolvimento foi projetada para superar
rapidamente o legado de pobreza e o desenvolvimento insuficiente em tecnologia
1 Hoje, na nossa opinião, a China posiciona-se como um polo imperialista, o que questiona a referência
do autor, no último parágrafo, ao “choque entre o imperialismo mundial e a República Popular da
China”. – [NE]
7
estrangeira importada. Em troca, as corporações ocidentais receberam mega lucros. A
liderança pós-Mao no Partido Comunista calculou que a estratégia beneficiaria a
China, em virtude de uma rápida transferência de tecnologia do mundo imperialista
para a China. E, de facto, a China fez grandes progressos económicos. Mas, além de
desenvolvimento econômico, também desenvolveu uma grande classe capitalista na
China e uma parte importante dessa classe e os seus filhos estão a ser cortejados por
todo o tipo de instituições financiadas pelo governo dos EUA – as instituições
financeiras e os centros acadêmicos dos Estados Unidos.
O Partido Comunista da China divide-se também em fações e tendências próamericanas
e pró-socialistas.
Hoje, o governo dos EUA está cada vez mais a aplicar pressão militar sobre a China.
Está a acelerar-se a luta contra a ascensão da China ao consolidar novas alianças
militares e estratégicas com outros países asiáticos. Também esperam que, com uma
pressão suficiente sobre alguns membros da liderança chinesa, que são a favor do
abandono da Coreia do Norte, se possa obter algo.
Se a contrarrevolução tivesse êxito na China, as consequências seriam catastróficas
para o povo chinês e o país. Na China aconteceria o que aconteceu na União Soviética,
quando foi derrubado o Partido Comunista da União Soviética. O mesmo destino teve
a ex-Jugoslávia. A contrarrevolução e o desmembramento da China trariam um
retrocesso a toda a velocidade. Seria travar o espetacular ascenso pacífico da China,
vinda do subdesenvolvimento. Durante décadas, produziu-se um debate sério dentro
do institucionalismo da política externa dos EUA sobre o desmembramento da China,
o que enfraqueceria a China como nação e permitiria aos Estados Unidos e às
potências ocidentais apoderar-se das suas partes mais lucrativas. Este é precisamente
o cenário que a China apresentava no seu século de humilhação, quando as potências
capitalistas ocidentais dominaram o país.
A revolução chinesa passou por muitas etapas: as vitórias, os recuos e os reveses. As
suas contradições são inumeráveis. No entanto, continua aí. No choque entre o
imperialismo mundial e a República Popular da China, os progressistas devem saber
qual a sua posição – e não é a de estar à margem do problema.

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