Walter Benjamin é um dos filósofos mais significativos da modernidade, somente reconhecido enquanto tal após sua trágica morte, durante a fuga das forças nazistas. Em vida ele era respeitado enquanto intelectual apenas em seu círculo de pensadores, como Ernst Bloch e T. W. Adorno, que tomou a iniciativa de editar toda sua obra postumamente.
Benjamin discorreu principalmente sobre a Arte, particularmente em seu texto A Obra de Arte na Época de sua Reprodutibilidade Técnica, no qual ele defende uma visão materialista, segundo a qual toda produção artística é circundada por uma certa ‘aura’, que revela sua singularidade.
Com o advento de produtos culturais de massa como o cinema, que implicam na reprodutibilidade da arte, esta ‘aura’ se dilui nas cópias produzidas e, assim, destrói a qualidade de objeto único e individual da qual a obra artística podia se revestir. Quando ocorre este fenômeno, a arte deixa de ser uma criação exclusiva para um grupo restrito, perde seu caráter sagrado e consequentemente atinge uma repercussão na sociedade como um todo.
Estabelece-se uma nova interação entre o povo e a produção artística; percebe-se esta mudança especialmente na modalidade cinematográfica, uma vez que ela implica em uma alteração na qualidade das relações com o público consumidor. Mas, nesta produção cultural, apesar de sua elaboração demandar a projeção de toda a expressão vital do ser criador, a ‘aura’ já não está mais presente.
Enquanto no teatro o intérprete está inegavelmente vinculado a sua ‘aura’, a qual é, sem dúvida, captada pela plateia, não se pode dizer que no cinema o mesmo se repita, pois neste meio o público está ausente, e em seu lugar está a câmera, ou seja, uma máquina, a qual prevalece inclusive sobre os próprios atores, uma vez que os equipamentos técnicos são capazes até mesmo de representar seu papel.
Benjamin também acreditava que havia uma diferença radical entre o que o Homem podia visualizar por meio de seu olhar e o que a câmara podia captar artificialmente. Desta forma, uma visão que era consciente se transforma em um ponto de vista inconsciente, gerando um processo semelhante ao da Psicanálise, que desperta a inconsciência instintiva, enquanto uma arte como o cinema produz a vivência do inconsciente visual.
Por outro lado, o pensador defendia que o cinema poderia ser de imenso valor para o indivíduo, no sentido material, porque seria um instrumento político e ideológico em benefício da classe proletária quando esta estivesse pronta para assumir a liderança política, pois ele lhe traria incríveis expectativas na construção de uma nova história da camada popular.
Assim, para resumir, Benjamin via na tecnologia de reprodução das produções artísticas uma faca de dois gumes; por um lado, ela destruía o legado da cultura ancestral e, por outro, propiciava à população uma nova interação com a obra de arte, a qual previa que esta produção poderia se converter em um meio poderoso de sublevação dos mecanismos sociais. Era, certamente, um ponto de vista muito positivo, que depois seria revisto até mesmo por companheiros como Adorno.
Da obra de Benjamin destacam-se as reflexões sobre a literatura, a arte, as tecnologias, as estruturas sociais, entre outras temáticas similares, todas elaboradas com uma profunda exatidão metodológica. Ele examinou criticamente e com uma bela linguagem metafórica a obra de Goethe, o legado de Baudelaire, a filosofia da história, e outros temas afins. Hoje o filósofo que segue mais de perto seus parâmetros é o tradutor de seus trabalhos para o idioma italiano, Giorgio Agamben.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Benjamin
http://educacao.uol.com.br/biografias/walter-benjamin.jhtm
Enquanto no teatro o intérprete está inegavelmente vinculado a sua ‘aura’, a qual é, sem dúvida, captada pela plateia, não se pode dizer que no cinema o mesmo se repita, pois neste meio o público está ausente, e em seu lugar está a câmera, ou seja, uma máquina, a qual prevalece inclusive sobre os próprios atores, uma vez que os equipamentos técnicos são capazes até mesmo de representar seu papel.
Benjamin também acreditava que havia uma diferença radical entre o que o Homem podia visualizar por meio de seu olhar e o que a câmara podia captar artificialmente. Desta forma, uma visão que era consciente se transforma em um ponto de vista inconsciente, gerando um processo semelhante ao da Psicanálise, que desperta a inconsciência instintiva, enquanto uma arte como o cinema produz a vivência do inconsciente visual.
Por outro lado, o pensador defendia que o cinema poderia ser de imenso valor para o indivíduo, no sentido material, porque seria um instrumento político e ideológico em benefício da classe proletária quando esta estivesse pronta para assumir a liderança política, pois ele lhe traria incríveis expectativas na construção de uma nova história da camada popular.
Assim, para resumir, Benjamin via na tecnologia de reprodução das produções artísticas uma faca de dois gumes; por um lado, ela destruía o legado da cultura ancestral e, por outro, propiciava à população uma nova interação com a obra de arte, a qual previa que esta produção poderia se converter em um meio poderoso de sublevação dos mecanismos sociais. Era, certamente, um ponto de vista muito positivo, que depois seria revisto até mesmo por companheiros como Adorno.
Da obra de Benjamin destacam-se as reflexões sobre a literatura, a arte, as tecnologias, as estruturas sociais, entre outras temáticas similares, todas elaboradas com uma profunda exatidão metodológica. Ele examinou criticamente e com uma bela linguagem metafórica a obra de Goethe, o legado de Baudelaire, a filosofia da história, e outros temas afins. Hoje o filósofo que segue mais de perto seus parâmetros é o tradutor de seus trabalhos para o idioma italiano, Giorgio Agamben.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Benjamin
http://educacao.uol.com.br/biografias/walter-benjamin.jhtm
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