POR QUE SOCIALISMO? - Albert Einstein, 1949
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Tradução: Ralf
Rickli, 2015 (ver nota introdutória)
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A internet me trouxe
ontem esta agradável surpresa: um artigo de Einstein (sim, ele mesmo, o do
E=mc²) defendendo incondicionalmente o socialismo. Escrito aos 70 anos, 6 antes
de sua morte, 16 depois de sua chegada aos Estados Unidos com 54 anos, 4 anos
após o término da 2ª Guerra Mundial. Vou deixar aos leitores, elucubrar sobre
esse posicionamento nesse momento, depois de Einstein ter se sentido obrigado a
colaborar com o governo dos EUA contra os nazistas, durante a Guerra, porém não
sem dramas de consciência.
O artigo foi escrito especialmente para o
primeiro número da revista marxista estadunidense Monthly Review, lançada em maio
de 1949, e está disponível em http://monthlyreview.org/2009/05/01/why-socialism/
O texto já existia
disponível em português em https://www.marxists.org/portugues/einstein/1949/05/socialismo.htm
, numa tradução não sem méritos, porém perceptivelmente feita de uma tradução
prévia ao espanhol, e que com certeza inadvertidamente deixou escapar palavras,
frases e até um parágrafo inteiro. Com isso, decidi fazer esta nova tradução,
do zero, disponibilizando-a em https://tr.im/EinsteinSocialismoBlog e também, em
apresentação bilíngue, em https://tr.im/EinsteinSocialismoPDF
Esta tradução pode
ser reproduzida à vontade, desde que sempre mencionando o nome do tradutor (e do autor,
obviamente), e pelo menos um dos endereços eletrônicos tr.im como referência de
fonte. Caso seja feita alguma modificação no texto transcrito, também é
indispensável que a pessoa responsável pela alteração declare seu nome e
descreva com exatidão o que alterou.
Vitória (ES,
Brasil), 07.06.2015 - Ralf Rickli
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Comecemos considerando a
questão pelo ponto de vista epistemológico [isto é, que analisa o próprio conhecimento
científico]. Poderia parecer que não houvesse diferenças metodológicas
essenciais entre a Astronomia e a Ciência da Economia: nos dois campos, os
cientistas tentam descobrir leis que sejam aceitáveis de modo generalizado para
um determinado grupo de fenômenos, com a finalidade de tornar compreensível a
interconexão desses fenômenos do modo mais claro possível.
Na realidade, diferenças
metodológicas existem. No campo da Economia, a descoberta de leis gerais é
dificultada pela circunstância de que os fenômenos econômicos observáveis são com
frequência afetados por muitos fatores que é muito difícil avaliar
separadamente.
Além disso, como é bem sabido,
a experiência acumulada desde o início do assim chamado período civilizado da
história humana tem sido grandemente influenciada e limitada por fatores cuja
natureza de nenhum modo é exclusivamente econômica.
Por exemplo, a maioria dos
grandes Estados da história deveu sua existência à conquista. Os povos
conquistadores estabeleceram a si mesmos, legal e economicamente, como a classe
privilegiada do território conquistado; apossaram-se do monopólio da
propriedade da terra e designaram uma classe sacerdotal a partir de suas próprias
fileiras. Os sacerdotes, no controle da educação, fizeram da divisão da
sociedade em classes uma instituição permanente, criando um sistema de valores
pelo qual o comportamento social das pessoas passou a ser guiado desde então,
em grande medida em nível inconsciente.
Mas a tradição histórica começou
ontem, por assim dizer. Em nenhum lugar nós superamos de fato o que Thorstein
Veblen chamou de “fase predatória” do desenvolvimento humano. Os fatos
econômicos observáveis pertencem a essa fase, e as leis que podemos derivar
deles não são aplicáveis a outras fases. Como o verdadeiro propósito do
socialismo é precisamente superar a fase predatória do desenvolvimento humano e
avançar para além dela, a Ciência Econômica em seu estado atual pode esclarecer
bem pouco sobre a sociedade socialista do futuro.
Em segundo lugar, o
socialismo se direciona para uma finalidade socioética. A ciência, no entanto,
não tem o poder de criar finalidades, e muito menos de instilá-las nos seres
humanos; a ciência pode, no máximo, fornecer os meios com que atingir certas
finalidades. As finalidades são concebidas por personalidades com ideais éticos
elevados – ideais esses que, quando não são natimortos e sim cheios de vida e
vigor – são adotados e levados adiante por aquela multitude de seres humanos
que, de modo parcialmente inconsciente, terminam por determinar a evolução da
sociedade.
Por essas razões, deveríamos
nos precaver no sentido de não superestimar a ciência e os métodos científicos
quando o que está em questão são problemas humanos - e não deveríamos presumir
que somente especialistas têm direito a se manifestar sobre as questões que
afetam a organização da sociedade.
[A CRISE HUMANA
ATUAL E A RELAÇÃO INDIVÍDUO-SOCIEDADE]
Incontáveis vozes vêm
afirmando, já desde há algum tempo, que a sociedade humana está passando por
uma crise; que sua estabilidade foi gravemente abalada. É característico dessa
situação que os indivíduos se sintam indiferentes ou até mesmo hostis ao grupo
a que pertencem, seja o pequeno grupo ou ao grupo de maior escala. Permitam-me
recordar aqui uma experiência pessoal para ilustrar o que quero dizer: não faz
muito, eu debatia com um homem inteligente e de boa disposição sobre a ameaça
de mais uma guerra – o que, na minha opinião, poria em sério perigo a
existência da humanidade – e observei que somente uma organização supranacional
ofereceria proteção contra esse perigo. Nesse ponto o meu visitante me disse, com
toda calma e indiferença: “Mas por que você se opõe tão
profundamente ao desaparecimento da raça humana?”
Tenho certeza que apenas
um século atrás ninguém teria declarado algo desse tipo com toda essa
despreocupação. Temos aí uma declaração de um homem que lutou em vão para
alcançar um equilíbrio interior e mais ou menos perdeu a esperança de
alcançá-lo. É expressão de uma dolorosa solidão e isolamento, de que tanta
gente sofre hoje em dia. Qual é a causa? Existe saída?
É fácil levantar essas
perguntas, mas é difícil respondê-las com qualquer grau de segurança. No
entanto eu preciso tentar, o melhor que puder, embora esteja bem consciente de
que nossos sentimentos e aspirações são muitas vezes contraditórios e obscuros,
e não podem ser expressos em nenhuma fórmula simples e fácil.
O homem é ao mesmo tempo um
ser solitário e um ser social. Como ser solitário, ele tenta proteger sua
própria existência e a dos que lhe são mais próximos, satisfazer seus desejos
pessoais, desenvolver suas habilidades inatas. Como ser social, busca
conquistar o reconhecimento e afeição dos seus companheiros de humanidade, compartilhar
de seus prazeres, confortá-los em seus sofrimentos, melhorar suas condições de
vida. Somente a existência dessas diferentes aspirações, muitas vezes
conflitantes, já responde pelo caráter especial de uma pessoa, e sua combinação
específica determina a medida em que o indivíduo consegue, por um lado, alcançar
um equilíbrio interior e, por outro lado, consegue contribuir para o bem-estar
da sociedade.
É bem possível que a
intensidade relativa desses dois impulsos seja, em seu principal, determinada
pela hereditariedade – mas a personalidade que termina emergindo é formada em
ampla medida pelo ambiente em que acontece de a pessoa se encontrar durante o
seu desenvolvimento, pela estrutura da sociedade em que ela cresce, pela tradição
daquela sociedade, e pelo valor que a sociedade atribui a este ou àquele tipo
de comportamento.
Para o indivíduo humano, o
conceito abstrato “sociedade” significa a soma de suas relações diretas e indiretas
com os seus contemporâneos e com todas as pessoas das gerações anteriores. O
indivíduo é capaz de pensar, sentir, aspirar e trabalhar por si mesmo; mas [ao
mesmo tempo] ele depende tanto da sociedade – em sua existência física,
intelectual e emocional – que é impossível pensá-lo ou entendê-lo fora da
moldura que é o contexto social. É “a sociedade” o que lhe proporciona comida,
roupas, um lar, a ferramentas do seu trabalho, a linguagem, as formas de
pensar, e a maior parte do conteúdo do pensamento; a sua vida se faz possível
mediante o trabalho e realizações dos muitos milhões, passados e presentes, que
estão escondidos por trás da pequena palavra “sociedade”.
É evidente, portanto, que
a dependência do indivíduo em relação à sociedade é um fato da natureza que não
pode ser abolido – tanto quanto o é no caso das formigas e abelhas. No entanto,
enquanto o inteiro processo de vida das formigas e abelhas é determinado nos
mínimos detalhes por instintos hereditários rígidos, o padrão social e os
inter-relacionamentos dos seres humanos são altamente variáveis e suscetíveis
de mudanças. A memória, a capacidade de realizar novas combinações e o dom da
comunicação verbal possibilitaram desenvolvimentos, entre os seres humanos, que
não são ditados por necessidades biológicas. Tais desenvolvimentos se
manifestam em tradições, instituições e organizações; em literatura; em realizações
científicas e técnicas; em obras de arte. Isso explica como acontece de o ser
humano ser capaz de, em certo sentido, influir em sua vida mediante a sua
própria conduta, e de que nesse processo o pensamento e a vontade conscientes
consigam desempenhar um papel.
O ser humano adquire ao
nascer, através da hereditariedade, uma constituição biológica que precisamos
considerar determinada e inalterável, inclusive os impulsos naturais que são
característicos da espécie humana. Em acréscimo, ao longo de sua vida ele
adquire uma constituição cultural que ele adota da sociedade por meio da comunicação
e de muitos outros tipos de influências. É a sua constituição cultural que está
sujeita a mudanças com a passagem do tempo, e que determina em vasta medida a
relação entre o indivíduo e a sociedade. A antropologia moderna nos ensinou,
através da investigação comparativa das culturas chamadas de primitivas, que o
comportamento social dos seres humanos pode diferir grandemente, dependendo dos
padrões culturais e dos tipos de organização que predominam na sociedade. Os
que se empenham em melhorar a condição humana podem fundamentar suas esperanças
nisso: seres humanos não estão condenados por sua
constituição biológica a aniquilarem uns aos outros, nem a estar à mercê de um
destino cruel autoinfligido.
Se nos perguntarmos de que
modo a estrutura da sociedade e a atitude cultural do ser humano deveriam ser
mudados para tornar a vida humana tão satisfatória quanto possível, deveríamos estar
sempre conscientes de que há certas condições que somos incapazes de modificar.
Como já foi mencionado, para todos os efeitos práticos a natureza biológica do ser
humano não é modificável. Além disso, os desenvolvimentos tecnológicos e
demográficos dos últimos séculos criaram condições que estão aqui para ficar.
Em populações assentadas com considerável densidade, levando em conta os bens
que são indispensáveis para a continuidade de sua existência, tornam-se
absolutamente indispensáveis uma extrema divisão de trabalho e um aparato
produtivo altamente centralizado. Foi-se para sempre o tempo – que, olhando-se
para trás, parece tão idílico – em que indivíduos ou grupos relativamente
pequenos podiam ser completamente autossuficientes. Há pouco exagero em dizer
que a humanidade já constitui uma comunidade planetária
de produção e consumo.
[A ANARQUIA
ECONÔMICA CAPITALISTA COMO ORIGEM DA CRISE HUMANA]
Cheguei agora ao ponto em
que posso indicar brevemente o que, para mim, constitui a essência da crise do
nosso tempo: refere-se à relação do indivíduo com a sociedade. O indivíduo se
tornou mais consciente do que nunca de sua dependência da sociedade - mas sua experiência
dessa dependência não é a de um bem positivo, um laço orgânico, uma força
protetora, e sim a de uma ameaça aos seus direitos naturais, ou até mesmo à sua
existência econômica. Além disso, o indivíduo está posicionado na sociedade de
modo tal, que os impulsos egoístas da sua constituição recebem reforço
constante, enquanto que os seus impulsos sociais, que por natureza já são mais
fracos, se deterioram progressivamente. Todos os seres humanos, qualquer que
seja sua posição na sociedade, vêm sofrendo esse processo de deterioração.
Prisioneiros de seu próprio egoísmo sem saber disso, sentem-se inseguros, sozinhos
e privados de todo desfrute da vida que seja inocente, simples, não
sofisticado. O ser humano somente pode encontrar sentido na vida, curta e
arriscada como é, mediante sua dedicação à sociedade.
A anarquia econômica da
sociedade capitalista como existe hoje é, na minha opinião, a verdadeira fonte
do mal. Vemos diante de nós uma enorme comunidade de produtores cujos membros
se empenham sem cessar em privar uns aos outros dos frutos de seu trabalho
coletivo – não por força, mas em inteiro e fiel cumprimento de regras
estabelecidas legalmente. A respeito disso, é importante dar-se conta [do papel
do fato] de que os meios de produção – quer
dizer, tudo o que dá capacidade de produzir bens para os consumidores, bem como
bens de capital adicionais – possam ser propriedade privada de indivíduos (e de
fato o sejam, em sua maior parte).
Pelo bem da simplicidade,
na discussão a seguir chamarei de “trabalhadores” todos os que não têm parte na
propriedade dos meios de produção – embora isso não corresponda com exatidão ao
uso costumeiro do termo. O proprietário dos meios de produção está em posição
de comprar a força de trabalho do trabalhador. Usando os meios de produção, o trabalhador
produz novos bens que se tornam propriedade do capitalista. O ponto essencial
deste processo é a relação entre o que o trabalhador produz e aquilo que lhe
pagam, ambos medidos em termos de valor real. Na medida em que a contratação do
trabalho é “livre”, o que o trabalhador recebe não é determinado pelo valor
real dos bens que ele produz, e sim por quais são suas necessidade mínimas, bem
como pela relação entre a demanda por força de trabalho por parte dos
capitalistas e o número de trabalhadores que competem por empregos. É
importante entender que nem mesmo na
teoria o pagamento do trabalhador é determinado pelo valor do seu produto.
Capital privado tende a se
concentrar em poucas mãos, em parte devido à competição entre os capitalistas,
em parte porque o desenvolvimento tecnológico e o crescimento da divisão do
trabalho estimulam a formação de unidades de produção maiores, em prejuízo das
menores. O resultado desses desenvolvimentos é uma oligarquia do capital
privado, cujo enorme poder não pode ser efetivamente controlado sequer por uma
sociedade política democraticamente organizada.
Isso é assim porque os membros
dos corpos legislativos são selecionados por partidos políticos, que são
amplamente financiados, ou influenciados de algum outro modo, por capitalistas
privados que, para todos os propósitos práticos, separam o eleitorado da
legislatura. A consequência é que os representantes do povo não protegem de
fato e de modo suficiente os interesses dos setores menos privilegiados da
população. Além disso, nas condições atuais os capitalistas privados inevitavelmente
controlam, direta ou indiretamente, as principais fontes de informação (imprensa,
rádio, educação). Torna-se assim extremamente difícil para o cidadão individual,
e de fato impossível na maioria dos casos, chegar a conclusões objetivas e fazer
uso inteligente dos seus direitos políticos.
A situação predominante em
uma economia baseada na propriedade privada de capital caracteriza-se então por
dois princípios centrais: primeiro, os meios de produção (capital) são
possuídos privadamente, e os proprietários dispõem deles como acham melhor; segundo,
a contratação de trabalho é livre [isto é, não regulada]. É claro que não há
sociedade capitalista pura nesse
sentido. Em especial, é preciso registar que os trabalhadores, através de
longas e amargas lutas políticas, conseguiram assegurar uma forma um tanto
melhorada de “livre contrato de trabalho” para algumas categorias de
trabalhadores. Mas, tomada em seu conjunto, a economia atual não difere muito
de um capitalismo “puro”.
A produção é realizada com
a finalidade do lucro, não com a do uso. Não existem disposições para garantir que
todas as pessoas capazes e dispostas a trabalhar sempre consigam achar emprego;
quase sempre existe um “exército de desempregados”. O trabalhador está
perpetuamente com medo de perder seu emprego. Devido ao fato de que
desempregados e trabalhadores mal pagos não formam um mercado rendoso, a
produção de bens de consumo é restrita, o que resulta em grandes privações. O
progresso tecnológico resulta com frequência em mais desemprego, em lugar de
aliviar a carga de trabalho para todos. O lucro como motivação, em conjunto com
a concorrência entre os capitalistas, é responsável por uma instabilidade na
acumulação e utilização do capital, a qual leva a crises cada vez mais graves.
A competição irrestrita leva a um gigantesco desperdício de força de trabalho,
e também àquela deformação da consciência social dos indivíduos, que eu
mencionei anteriormente.
Essa deformação dos indivíduos,
eu a considero o pior dos males do capitalismo. Nosso sistema educacional
inteiro sofre desse mal. Uma atitude competitiva exagerada é inculcada no
estudante, que, como preparação para sua futura carreira, é treinado para idolatrar
um sucesso aquisitivo.
[A SAÍDA PELO
SOCIALISMO E SUAS DIFICULDADES]
Estou convencido de que
existe apenas um caminho para
eliminar esses graves males, e esse é o estabelecimento de uma economia
socialista, acompanhada por um sistema educacional orientado para objetivos
sociais. Em uma economia tal, os meios de produção são propriedade da própria
sociedade, e utilizados de modo planejado. Uma economia planejada, que ajusta a
produção às necessidades da comunidade, distribuiria o trabalho a ser feito entre
todos os capazes de trabalhar, e garantiria o sustento de cada homem, mulher e
criança. A educação do indivíduo, além de desenvolver suas próprias habilidades
inatas, se empenharia em desenvolver nele um senso de responsabilidade por seus
companheiros de humanidade, em lugar da glorificação do poder e do sucesso,
como temos na sociedade atual.
Contudo é preciso lembrar
que uma economia planejada ainda não é socialismo. Uma economia planejada pode
ser acompanhada por uma escravização completa do indivíduo. A realização do
socialismo requer a solução de alguns problemas sociopolíticos extremamente
difíceis: como é possível, em face da centralização abrangente do poder
político e econômico, impedir que a burocracia se torne todo-poderosa e
prepotente? Como se podem proteger os direitos do indivíduo e garantir com isso
um contrapeso democrático ao poder da burocracia?
A clareza quanto às metas
e aos problemas do socialismo é da mais alta significação em nossa era de
transição. Como, na conjuntura atual, a discussão livre e sem barreiras destes
problemas se tornou um grande tabu, eu considero a fundação desta revista um relevante
ato de interesse público.
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Disponível em PDF e apresentação bilíngue em https://tr.im/EinsteinSocialismoPDF
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