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segunda-feira, 23 de julho de 2018

OPINIÃO

    O país estaciona para férias. Uma minoria goza-as milionárias. Extorquiu a mais-valia e pagou salários mínimos. O desemprego baixou realmente, mas em grandíssima parte com empregos precaríssimos e salários mínimos. O investimento público pouco acima do zero não estimulou a economia privada. A dívida pública e privada (sobretudo esta) continua na estratosfera. As expectativas e a confiança no consumidor vão baixando depois de um pico. Apesar disto, ou por via disto, a tendência da taxa de lucro médio não parece descair para níveis que perturbem demasiado o médio e grande capital. Pelo menos é o que indicia a ausência de ofensivas políticas da direita contra este governo. Tanto mais que este governo parece haver descolado dos compromissos com a esquerda (violou-os com o BE acerca da redução da precariedade e esteve a marimbar-se para o PCP acerca das leis contra os trabalhadores). A distribuição da riqueza produzida continua completamente desfavorável para as classes e camadas trabalhadoras ou assalariadas. 
No entanto, o PS necessita do apoio parlamentar do PCP e do BE para aprovação final do OE. Vamos a ver se sim, se senão. Santos Silva (o tacticista), Centeno e o Primeiro disfarçam muito mal a simpatia que Rui Rio lhe suscita, ou seja, aquela atracção pelo PSD que sempre motivou o PS. O PS em rigor, ou em verdade, nunca foi social-democrata (tirando alguns militantes que o foram e são). O PS português foi sempre à semelhança do PS italiano, com excepção da descarada corrupção mafiosa que atirou este para o charco (e para a choldra); semelhante ao PASOC grego e, no essencial, ao PSOE espanhol. Ou seja, a social-democracia reformista tem sido um mito que ela mesma alimentou e que alguns marxistas (bastantes) cultivaram.
Foram importantes os benefícios que esta solução governativa trouxe para muitas famílias de trabalhadores portugueses, por mérito do PCP e do BE. Vamos a ver se tal se reflecte para bem destes dois partidos nas próximas eleições. As sondagens, todas elas, embora indiquem apenas o instante em que são feitas, perspectivam resultados muito pouco animadores. Provavelmente já esta solução governativa, com amplas vantagens para o PS, mostrou sinas inquietantes nas últimas eleições autárquicas. 
Desde a primeira hora que sou a favor desta solução. A verdade, porém, é que se há ou houver dilema não está a ser nem será para o PS...

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