Eu diria que o Anti-Édipo (que seus autores me perdoem) é um livro de ética, o
primeiro livro de ética que se escreveu na França depois de muito tempo (é talvez a
razão pela qual seu sucesso não é limitado a um “leitorado” particular: ser anti-
Édipo tornou-se um estilo de vida, um modo de pensamento e de vida). Como fazer
para não se tornar fascista mesmo quando (sobretudo quando) se acredita ser um
militante revolucionário? Como liberar nosso discurso e nossos atos, nossos
corações e nossos prazeres do fascismo? Como expulsar o fascismo que está
incrustado em nosso comportamento? Os moralistas cristãos buscavam os traços da
carne que estariam alojados nas redobras da alma. Deleuze e Guattari, por sua
parte, espreitam os traços mais ínfimos do fascismo nos corpos. Prestando uma
modesta homenagem a São Francisco de Sales, se poderia dizer que o Anti-Édipo é
uma Introdução à vida não-fascista (FOUCAULT, 1977, p. 5-6)
Universidade Estadual do Oeste do Paraná-Unioeste
Centro de Ciências Humanas e Sociais
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Filosofia
ALTAIR DE SOUZA CARNEIRO
DELEUZE & GUATTARI: UMA ÉTICA DOS DEVIRES
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