ESTRANHAS PALAVRAS-1-Bricabraque
Uma coluna mensal sobre estranhas palavras.
Talvez se hajam entranhado, não sei.
Tal somente o Poeta o conseguiu com a Coca-cola.
Pela boca fala o homem, é sabido. E morre o peixe.
Coitadinho, mas comemo-lo.
Bricabraque por exemplo. Francesa, não se escuta no fado
Que é português de origem dizem alguns sábios.
Nós, os aposentados, é o que fabricamos para adiar a morte : bricabraques.
Artes amadoras, como uma cadeira, um armário, um quadro.
Nos tempos de antigamente vendiam-se nos “mercados de pulgas”
(também à francesa!), Feiras da Ladra (em português vernáculo!). Porquê da “Ladra”?
Roupa velha, sabia-se lá que corpo sofrido suportara! Mas comprava-se
Que o porta-moedas só tostões continha. Quem se lembra?
Bricabraque. Um candeeiro de “pitrol”, uma santinha de loiça,
Umas tesouras horrendas para aparar as unhas dos pés...
E muitas coisas inúteis que a arraia miúda regateava pelo preço justo.
Na velha casa da minha avô havia um sótão e estava repleto
De coisas inúteis. Eu tinha pena delas. Fazia-lhes companhia.
Que saudade do sotão da minha avó!
......Nozes Pires.....03/06/2023
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