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sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Excelente exposição e análise que subescrevo

 A TERRA É REDONDA blogue

Do socialismo utópico ao socialismo científico

Nesterova Natália, Jogo à beira-mar, 1989

Por ZAIRA RODRIGUES VIEIRA*

Apresentação da nova tradução do livro de Friedrich Engels

1.

Do socialismo utópico ao socialismo científico foi publicado em 1880 por iniciativa de Paul Lafargue, editor, militante da Associação Internacional dos Trabalhadores e genro de Karl Marx.

O pequeno livro aparece originalmente em francês, sob a forma de brochura, e consiste em três capítulos do Anti-Dühring[1]revisados e reformulados por Engels: mais precisamente, a introdução e os capítulos 1 e 2 da terceira seção.

Traduzido depois para diversos idiomas, tornou-se à época a obra mais difundida sobre o socialismo, contando, segundo relatado na “Introdução à edição inglesa”, com o maior número de traduções e edições e superando, nesse quesito, inclusive o Manifesto Comunista[2] e O capital [3].

A presente edição oferece ao leitor brasileiro a tradução direta do alemão, realizada por Nélio Schneider. Além dos prefácios à primeira e à quarta edições em língua alemã e da introdução à edição inglesa, traz também o prefácio de Marx à edição francesa, inédito no Brasil.

Nesse prefácio à edição original, Marx apresenta Engels como “um dos representantes mais destacados do socialismo moderno” e um dos fundadores do socialismo científico, ressaltando alguns dos seus escritos mais importantes, bem como a parceria de ambos na participação e na organização do movimento dos trabalhadores da época.

2.

Um dos méritos desta obra é relacionar, de maneira sucinta, aspectos relativos à história do pensamento filosófico e à história do pensamento socialista com acontecimentos e questões importantes no âmbito das transformações sociais, políticas e ideológicas.

Na “Introdução à edição inglesa”, Engels analisa a gênese do materialismo moderno – desde sua origem na Inglaterra até a sua versão francesa, com os enciclopedistas – e sua relação com o processo de consolidação do poder social e político da burguesia nesses países. O texto ressalta diversos aspectos históricos que permanecem fundamentais para a análise do contexto sociopolítico atual.

A título de ilustração, vale mencionar a crítica, permeada de fina ironia, a características da burguesia inglesa, como o servilismo, e ao uso da religião como instrumento de contenção da classe trabalhadora, em especial na Inglaterra, mas posteriormente também na França e na Alemanha.

Ao lado dos progressos concretos da burguesia como nova classe dominante e de seus avanços e suas conquistas no campo do pensamento e da ideologia, Engels expõe também as raízes históricas do surgimento do proletariado enquanto classe e das descrições utópicas que espelhavam, de alguma maneira, o evolver dessa classe em fase de constituição.

Ressalta, assim, o papel e a influência do socialismo utópico, especialmente nas figuras de Saint-Simon, Fourier e Owen, sobre as concepções socialistas do século XIX, as especificidades e as contribuições de cada um deles, bem como os limites e os fundamentos sociais dessa forma abstrata de defesa da justiça e da igualdade universais. As diversas formas de expressão do socialismo utópico estenderam a defesa da igualdade de direitos políticos e demais bandeiras da burguesia revolucionária do século XVIII à igualdade de condições sociais.

Além disso, transformaram a crítica à aristocracia e aos restos do feudalismo em ataque ao próprio mundo capitalista. Apesar disso, não se constituíam representantes da classe operária. No alvorecer dessas perspectivas, entre o fim do século XVIII e o início do século XIX, o proletariado enquanto classe e agente capaz de organização e ação coletiva – à semelhança do próprio modo de produção capitalista, que assume a forma da grande indústria e lhe impulsiona – não se encontra ainda plenamente constituído, mas em vias de formação.

É essa a preliminar para a análise da constituição e da gênese do materialismo histórico e da distinção do “socialismo científico” em relação às correntes e às formulações socialistas que o precederam. Junto a elementos e dados históricos importantes no surgimento da nova concepção de materialismo, aparece como essencial o papel da dialética, como faz questão de explicitar Friedrich Engels: “A concepção materialista da história e sua aplicação específica à moderna luta de classes entre proletariado e burguesia só foi possível mediante a dialética”.[4]

3.

Em função do relevo que assume a problemática da dialética neste e nos demais textos da última fase de Engels, por um lado, e do emaranhado de críticas no qual ela se insere, por outro, nos deteremos a seguir sobre esse assunto.

Contudo, antes de prosseguir, é preciso observar que as formulações de Friedrich Engels a respeito da dialética se distinguem por sua demonstração como leis constitutivas não apenas da realidade sócio-histórica, mas igualmente dos processos naturais. As leis da dialética herdadas da filosofia alemã, em particular de Hegel, e demonstradas por Marx no interior de sua reformulação crítica como constitutivas da realidade social produzida pelo modo de produção capitalista são entendidas como válidas e vigentes também no campo das ciências da natureza.

Como o leitor verá, Friedrich Engels confere destaque às ciências particulares e à concepção do socialismo “científico”, em oposição ao socialismo utópico. Em consonância com o contexto positivista da época, tal destaque fez com que sua obra posterior a 1878 fosse interpretada pela social-democracia alemã, no âmbito da Segunda Internacional, como um resgate da problemática da superação da filosofia, presente nos textos juvenis dele e de Marx.

Em outras palavras, a ênfase no papel das ciências, em especial daquelas reconhecidamente dialéticas, foi interpretada “como uma recomendação de substituição da filosofia por um sistema de ciências positivas”[5]. Referindo-se à obra tardia de Engels, Ricardo Musse aponta que “o materialismo dialético não resulta, assim, de uma simples inversão da filosofia idealista de Hegel, uma vez que se autocompreende como distinto da filosofia. Na medida em que qualifica a si próprio como ciência, não é só o idealismo alemão que ele se propõe a superar, mas a própria filosofia”.[6]

Contudo, a concepção do materialismo dialético presente no Anti-Dühring, na Dialética da natureza[7]e em Do socialismo utópico ao socialismo científico não pressupõe a superação da filosofia ou sua substituição pelas ciências particulares tornadas dialéticas, mas a redução da filosofia à lógica, à teoria do pensamento, como fica claro na passagem seguinte: “No momento em que cada ciência individual é confrontada com a exigência de obter clareza sobre sua posição dentro do nexo global das coisas e do conhecimento das coisas, torna-se supérflua toda ciência específica dedicada ao nexo global. Depois disso, o que de toda a filosofia pregressa ainda preserva seu caráter independente é a teoria do pensamento e de suas leis – a lógica formal e a dialética. Tudo o mais é absorvido pela ciência positiva da natureza e da história”.[8]

4.

Neste livro, Friedrich Engels retoma o sistema hegeliano, reconhecendo seus méritos e seus limites e promovendo ao mesmo tempo uma crítica ao “modo metafísico de pensar, que reinava quase absoluto também sobre os franceses do século XVIII”.[9]

A análise dos fatos históricos, bem como o estudo dos fenômenos da natureza, deve proceder de acordo com os preceitos dialéticos básicos da mudança, do devir, das conexões e de que tudo se modifica e se transforma. Antes disso, porém, explica Engels, é necessária a apreensão desses fenômenos em suas particularidades, para que não se caia em generalidades e abstrações que nada dizem de efetivo. Da necessidade do estudo e do conhecimento das conexões e determinações específicas a cada objeto de conhecimento decorre, pois, a importância das ciências particulares e da pesquisa social.

Friedrich Engels ressalta, assim, o papel das ciências da natureza – desde sua base e seu fundamento estabelecidos pelos gregos do período alexandrino e, em seguida, pelos árabes na Idade Média –, em especial do desenvolvimento da ciência moderna. A despeito de sua importância, porém, diz Engels, as ciências da natureza foram submetidas a uma visão de conjunto metafísica, que ressalta não as conexões, mas os processos em seu isolamento.

Embora se possa fazer, como foi feita, a crítica de certa simplificação da distinção entre o pensamento dialético e o pensamento metafísico elaborada por Friedrich Engels – simplificação essa que pode ser atribuída, em grande medida, ao excesso de sistematização e facilitação da linguagem, próprio aos textos de divulgação –, o que resulta de sua análise é o caráter sobrepujante e necessário da dialética enquanto princípio e método filosófico que fundamenta as ciências particulares.

Se o advento do materialismo histórico fez com que a filosofia não se posicionasse mais “acima das demais ciências”,[10] ela está longe, porém, de ser absorvida in toto por elas.

O que sustenta as análises do último Engels é a importância da dialética como método, o papel central que ela assume enquanto lógica e forma do pensamento. O aspecto “científico” do socialismo e o caráter autônomo e o potencial das ciências particulares distinguem-se precisamente pelo lugar conferido à dialética.

Diferentemente de Marx, que, já em 1843, submete Hegel a uma crítica radical e “produtiva”,[11] Friedrich Engels entende a obra hegeliana de forma positiva, não apenas como hipóstase e mistificação de traços sociais concretos da modernidade.

“A dialética, precisamente, é a mais importante forma do pensamento para a atual ciência natural, porque ela é a única que oferece a analogia e, desse modo, o método explicativo para os processos de desenvolvimento que ocorrem na natureza, para os nexos maiores, para as transições de um campo de investigação para outro”.[12]

O destaque à dialética como método, que a restringe ao âmbito do conhecimento, termina por ofuscar sua acepção e seu alcance enquanto determinação própria e específica à realidade e às categorias constitutivas do modo de produção capitalista. Como mostra Breda, essa determinação é central na crítica da economia política de Marx.

“As diferenças fundamentais entre a abordagem de Friedrich Engels sobre a dialética e a de Karl Marx, que, ao contrário de Engels, não toma a dialética na forma que tinha em Hegel, como um método que apenas precisa ser aplicado de forma diversa para que liberte seu potencial “crítico e revolucionário”, mas reformula e, num certo sentido, subverte a própria dialética como método […]. Em Marx, ao contrário, o revolucionar da dialética não consiste numa simples inversão de sujeito e predicado em relação a sua forma hegeliana, mas antes no reconhecimento de que a dialética tout court é a forma de pensamento adequada às relações sociais específicas em que o sujeito e o predicado estão objetivamente invertidos”.[13]

5.

A problemática da dialética como método, formulada por Friedrich Engels, foi objeto de muita discussão entre os intérpretes do marxismo. Em que pese a íntima relação, intelectual e de amizade existente entre Marx e Engels – que levou muitos autores a defenderem, inclusive, uma difícil ou inexistente distinção entre o pensamento de ambos –, foi este quem efetivamente se interessou pelo aspecto formal da dialética hegeliana e formulou uma teoria da dialética.

A última fase de sua obra busca explicar “os condicionamentos sócio-históricos das ideias não a partir de uma causalidade externa mecânica, mas os deduzindo do interior da estrutura categorial dessas ideias ou, por assim dizer, da morfologia formal dessas últimas”.[14]

Em sua crítica da economia política, Karl Marx também não explicara os condicionamentos e as realidades sócio-históricas por meio de uma concepção empiricista do conhecimento.

Longe de causalidades externas mecânicas, o ponto de partida do conhecimento é o “real” e o “concreto” não enquanto fato singular ou sensação empírica, mas como “síntese de múltiplas determinações”[15] e, portanto, “unidade da diversidade”.[16] Trata-se do concreto real que existe, contudo, de modo independente das formas de pensamento.

A dialética não se restringe a uma forma do pensamento. A distinção entre o substrato e a forma (ou método) do conhecimento, formulada por Friedrich Engels, não aparece na obra de Marx. Ao partir das determinações reais do objeto analisado, Marx supera, “nesse movimento, toda elaboração pelo viés da lógica como forma dominante de explicação”[17]. Como explica György Lukács, a concepção que ele desenvolve a respeito das categorias e do conhecimento não é, portanto, a mesma presente na velha filosofia.[18]

A conformação da dialética no interior de uma concepção lógico-epistemológica influenciou o campo dos estudos marxistas e nele prevaleceu ao longo de boa parte do século XX. Ilustrativas disso são as obras de autores como Della Volpe, Colletti, Althusser, Bobbio e até mesmo Gramsci, para mencionar alguns entre os mais importantes pensadores que, de alguma forma, compartilharam da perspectiva de Engels sobre a dialética.

A forte influência dessa perspectiva, ao longo da maior parte do século passado, deve-se não apenas ao fato de textos importantes de Marx terem vindo tardiamente a público, mas ao próprio modo de exposição de O capital. Este foi entendido como revelando as leis dos fenômenos por oposição às formas e transformações históricas no tempo.

No entanto, como nos detivemos em mostrar em outro contexto, “a conciliação das leis da mudança histórica com suas formas de manifestação ou, de maneira equivalente, das determinações históricas com as leis abstratas da economia, apresenta-se como característica intrínseca às principais categorias descobertas por Marx, como a força de trabalho ou o próprio valor”.[19]

6.

A grande novidade da crítica da economia política, em especial de O capital, consiste precisamente em ter revelado a conciliação existente, no interior das próprias categorias, entre essência e fenômeno, entre as leis que regem e explicam as categorias do modo de produção capitalista, de um lado, e os fundamentos materiais de sua existência, de outro.

Desse modo, deve-se distinguir o que se entende pelo termo “dialética”. Como conceito que se encontra na obra de Karl Marx, trata-se fundamentalmente do aspecto de necessidade ou de lei implicado em seu objeto de investigação20, e essa é a razão pela qual esse conceito aparece, em O capital, como a ordem de determinação das categorias no interior da moderna sociedade burguesa.

Além disso, uma vez que essa ordem de determinação se mostra como o inverso da ordem pela qual essas mesmas categorias se sucedem como categorias determinantes na história, pode-se também entender por dialética essa inversão real determinada pela organização das categorias no interior da sociedade moderna.

No pensamento, essa inversão real reflete-se em uma inversão metodológica da ordem de exposição com relação à ordem mais imediatamente histórica da pesquisa; de qualquer forma, ela é também específica aos conceitos que explicam essa realidade social.[20]

Textos em que Karl Marx tece suas poucas considerações a respeito dos modos de investigação e de exposição e do método da economia política, como a “Introdução” de 1857, o “Posfácio da segunda edição alemã de O capital e Teorias do mais-valor,[21] ajudam a compreender o que O capital e sua exposição revelam, isto é, a impossibilidade de se considerar de forma separada o substrato, ou conteúdo, do método de conhecimento.

A crítica de sistema que temos em mente, e que encontramos conscientemente explicitada em Marx, parte, ao contrário, da totalidade do ser na investigação das próprias conexões e busca apreendê-las em todas as suas intrincadas e múltiplas relações, no grau máximo de aproximação possível. A totalidade não é, nesse caso, um fato formal do pensamento, mas constitui a reprodução ideal do realmente existente.[22]

Se recaíram sobre Friedrich Engels a exigência e a incumbência de tarefas como participar e acompanhar as organizações e os partidos do movimento operário da época, editar e disponibilizar para publicação os livros II e III de O capital, que não puderam ser finalizados por Marx, bem como o mérito de sistematizar e tornar acessível grande parte da obra concebida por ambos, é preciso reconhecer também, inclusive para que se faça justiça a sua autonomia e sua estatura intelectuais, as especificidades de sua obra e de seu pensamento.

Entre elas, encontram-se as que, de forma muito abreviada, acabamos de destacar, ou seja, a atribuição de uma validade supra- histórica à dialética e a distinção entre o conteúdo da relação dialética, o materialismo histórico e a dialética como forma de pensamento.[23]

7.

Não obstante as críticas que podem ser dirigidas a esses aspectos de sua concepção sobre a dialética, a leitura do presente livroapresenta, além das já mencionadas, diversas outras razões de interesse, duas das quais destacadas a seguir.

Na terceira e última parte, Friedrich Engels fornece uma sistematização e fonte de acesso importante a aspectos das contradições da sociedade capitalista e da transição a uma sociedade emancipada que se sustente não apenas sobre o desenvolvimento, mas também sobre a apropriação coletiva dos meios de produção sociais.

O autor torna acessível, em outros termos, alguns dos temas que, na obra de Marx, aparecem em meio a formulações diversas e complexas, envolvendo elaborações sobre a teoria do valor trabalho e, em muitos casos, como nos Grundrisse, não organizadas com a finalidade de publicação.

Trata-se, em primeiro lugar, do caráter social das forças produtivas e de sua contradição com o caráter privado e individual da apropriação sob a sociabilidade do capital. Engels aborda de forma clara e sucinta esse aspecto complexo e cada vez mais atual relacionado ao desenvolvimento das forças produtivas e cuja origem é identificada na grande indústria, como aparece também no capítulo de O capital intitulado “Maquinaria e grande indústria”.

Vale dizer que, com o advento da terceira Revolução Industrial, em meados do século XX, tal característica foi potencializada pela incorporação crescente de trabalho social sob forma científica e comunicacional.

Por fim, igualmente digna de menção é a problemática da transição e da superação do modo de produção capitalista. De forma também raramente vista em outros textos, Engels esclarece o modo como a divisão da sociedade em classes se revela anacrônica com o avanço da organização social e das forças produtivas.

Este livro cumpre, portanto, papel fundamental ao divulgar e, em alguns casos, desenvolver, de modo estruturado e conciso, questões relativas à emancipação humana que, embora dispersas na obra marxiana, nem sempre se encontram sistematizadas ou claramente formuladas.

No que concerne ao método dialético, portanto, se podemos concordar com a afirmação de Engels segundo a qual o Anti-Dühring – e, por extensão nossa, Do socialismo utópico ao socialismo científico – contém uma “exposição mais ou menos coerente do método dialético e da concepção de mundo comunista defendidos por Marx e por mim”,[24] no que concerne à “concepção de mundo comunista”, Friedrich Engels fora, talvez, por demais, rigoroso em sua autocrítica.

*Zaira Rodrigues Vieira, doutora em filosofia pela Université Paris Nanterre, é professora Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais-Campus BH. Autora, entre outros livros de Dialética e valor em Marx e nos clássicos do marxismo (Paco Editorial) [https://amzn.to/4o0JpdG]

Referência


Friedrich Engels. Do socialismo utópico ao socialismo científico. Tradução: Nélio Schneider. São Paulo, Boitempo, 2025, 122 págs. [https://amzn.to/3KGyw2o]

Notas


[1] Friedrich Engels, Anti-Dühring: a revolução da ciência segundo o senhor Eugen Dühring (trad. Nélio Schneider, São Paulo, Boitempo, 2015).

[2] Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto Comunista (trad. Álvaro Pina e Ivana Jinkings, São Paulo, Boitempo, 2000).

[3] Karl Marx, O capital: crítica da economia política, Livro I: O processo de produção do capital (trad. Rubens Enderle, São Paulo, Boitempo, 2013), e ibidem, O capital: crítica da economia política, Livro II: O processo de circulação do capital (trad. Rubens Enderle, São Paulo, Boitempo, 2014).

[4] Neste volume, p. 22.

[5] Ricardo Musse, “Anti-Dühring na gênese do marxismo”, Crítica Marxista, n. 44, 2017, p. 151.

[6] Ibidem, p. 150.

[7] Friedrich Engels, Dialética da natureza (trad. Nélio Schneider, São Paulo, Boitempo, 2020).

[8] Neste volume, p. 64-5.

[9] Neste volume, p. 59.

[10] Neste volume, p. 64.

[11] Ver Stefano Breda, “Un nuovo Engels per un nuovo Marx. Recensione a Giovanni Sgro’, Friedrich Engels e il punto d’approdo della filosofia classica tedesca, Napoli-Salerno, Orthotes Editrice, 2017”, Consecutio Rerum, ano 2, n. 4, abr. 2018.

[12] Friedrich Engels, Dialética da natureza, cit., p. 76.

[13] Stefano Breda, “Un nuovo Engels per un nuovo Marx, cit., tradução nossa.

[14] Nicolao Merker, “Un filosofo materialista”, em Guido Liguori (org.), Galvano della Volpe. Un altro marxismo (Roma, Fahrenheit 451, 2000), p. 19, tradução nossa.

[15] Karl Marx, Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858 (trad. Mario Duayer e Nélio Schneider, São Paulo, Boitempo, 2011), p. 54

[16] Idem.

[17] Zaira Rodrigues Vieira, Dialética e valor em Marx e nos clássicos do marxismo (Jundiaí, Paco, 2024), p. 254.

[18] “A velha filosofia esboçava um sistema de categorias no interior do qual apareciam também as categorias históricas. No sistema de categorias do marxismo, cada coisa é, primariamente, algo dotado de uma qualidade, uma coisidade e um ser categorial. Um ser não objetivo é um não ser. E dentro desse algo, a história é a história da transformação das categorias. As categorias são, portanto, partes integrantes da efetividade. […] A este respeito, o marxismo distingue-se em termos extremamente nítidos das visões de mundo precedentes: no marxismo, o ser categorial da coisa constitui o ser da coisa, enquanto nas velhas filosofias o ser categorial era a categoria fundamental no interior da qual se desenvolviam as categorias da efetividade. Não é que a história se passe no interior do sistema de categorias, mas sim que a história é a transformação do sistema de categorias. As categorias são, portanto, formas de ser.” György Lukács, Pensamento vivido: autobiografia em diálogo (trad. Cristina Alberta Franco, São Paulo, Instituto Lukács, 2017), p. 183.

[19] Zaira Rodrigues Vieira, Dialética e valor em Marx e nos clássicos do marxismo, cit., p. 251-2. 20 Karl Marx, O capital, Livro I, cit., p. 89.

[20] Zaira Rodrigues Vieira, Dialética e valor em Marx e nos clássicos do marxismo, cit., p. 298-9.

[21] Karl Marx, Teorias da mais-valia: história crítica do pensamento econômico (livro 4 de O capital) (trad. Reginaldo Sant’Anna, São Paulo, Bertrand Brasil, 1987), 3 v.

[22] György Lukács, Para uma ontologia do ser social, v.1 (trad. Carlos Nelson Coutinho, Mario Duayer e Nélio Schneider, São Paulo, Boitempo, 2012), p. 297.

[23] “Por mais que a filosofia de Marx seja hoje habitualmente chamada de ‘materialismo dialético’, esta expressão, como se sabe, não é de Marx, mas de Engels. A representação habitual de um Marx que refuta o idealismo de Hegel, isto é, a concepção metafísica, mas aceita seu método, isto é, a dialética, ou, com outro jogo de conceitos, que aceita a concepção materialista do real elaborada pelos iluministas do século XVIII, mas refuta seu método mecanicista, é obra de Engels.” Norberto Bobbio, “A dialética de Marx”, em Nem com Marx, nem contra Marx (trad. Marco Aurélio Nogueira, São Paulo, Editora Unesp, 2006), p. 123.

[24] Friedrich Engels, Anti-Dühring, cit., p. 35, grifos nossos

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