TRANSFORMAR NUM REFERENDO AS ELEIÇÕES DE 5 DE JUNHO
Os partidos do capital – PS, PSD e CDS – estão coniventes com o FMI e a ditadura do capital financeiro. Eles desejam-na. Por isso estão a amarrar as coisas para que tal ditadura se eternize. Esta semana chega a Lisboa uma delegação do FMI. O actual governo de gestão vai, servilmente, atender às suas exigências e assumir compromissos para os próximos anos, compromissos que obrigarão o governo resultante das eleições de 5 de Junho. Se isto acontecer será uma tragédia para o povo português, como se verifica agora na Grécia e na Irlanda.
Qual a saída? Transformar as eleições de 5 de Junho num referendo e eleger forças que ponham em causa os compromissos que vierem a ser estabelecidos com o FMI e o Fundo Europeu. Para isso é preciso que tais forças tenham propostas claras desde já. A manutenção de Portugal na Zona Euro é inviável. O país só pode resolver os seus problemas se recuperar a sua soberania monetária. É preciso ter a coragem de dizer e propor isso. Seria trágico que as forças políticas portuguesas mais consequentes, por timidez, falta de imaginação ou outra razão qualquer, não ousassem avançar as medidas de que o país precisa. Propostas claras e sem rodeios têm a capacidade de mobilizar um espectro amplo da opinião pública. Meias medidas tíbias (como propostas de "renegociações" com credores) nada mobilizam.
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IRLANDA: QUEIMAR BANQUEIROS E SAIR DO EURO
Quase a metade dos executivos das 200 principais empresas da Irlanda considera que os accionistas dos bancos deveriam ser "queimados" (sic), revela um inquérito do Sunday Independent . Trata-se de uma sequela das condições punitivas impostas pelo FMI/UE no acordo de €67,5 mil milhões para o salvamento da banca irlandesa. A Alemanha e a França pressionam por um aumento do imposto rendimento sobre as empresas em troca de um pequeno alívio nas condições de reembolso do empréstimo.
"Alguns economistas acreditam que os problemas de dívida da Irlanda podiam ser resolvidos pela saída do euro e a desvalorização da sua divisa. A ideia de romper com a Eurozona ganhou terrenos nos últimos meses. Ela teria sido impensável antes da crise de dívida soberana que esmagou a Grécia, a Irlanda e mais recentemente Portugal, o qual pediu um salvamento na semana passada", informa o Independent. .
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MAGNÍFICA VITÓRIA DO POVO ISLANDÊS !
No referendo de 9 de Abril de 2011 o povo islandês deu uma magnífica prova de lucidez, consciência e civismo ao votar "Não" ao pagamento das dívidas dos banqueiros corruptos do Icesave. Trata-se de uma vitória memorável que ficará registada na história económica mundial.
Apesar das pressões brutais feitas em favor do "Sim", com ameaças de toda espécie por parte da União Europeia, do FMI, das agências de classificação, dos governos britânico e holandês e dos políticos locais que dominam o parlamento e cozinharam um acordo dito "menos mau" que o anterior (rejeitado num primeiro referendo), o povo islandês soube ver onde estavam os seus verdadeiros interesses.
Contados 90% dos votos, os resultados mostram que o campo do "Não" tem 59,1 por cento e o do "Sim" apenas 40,9 por cento .
Deve-se louvar a dignidade e coragem do Presidente da República da Islândia, que soube enfrentar pressões a favor do acordo cozinhado pelo parlamento e exigiu a sua ratificação em referendo popular.
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OS 80 MIL MILHÕES DO "VAMOS VER"
As pressões da UE e do capital financeiro para que Portugal pedisse o "resgate" foram enormes. Eles acenavam com um empréstimo de 80 mil milhões de euros ao longo de três anos (para salvar os bancos credores, não Portugal). Mas quando o governo português capitulou, na quinta-feira, e pediu ajuda ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira /FMI verificou-se que os ditos 80 mil milhões ainda estão no "vamos ver". Eles vão impor as condições. Na Irlanda, a condição foi de que 80% da arrecadação fiscal será para pagar os credores e o restante para todas as necessidades do povo e do Estado irlandês.
Sugerir renegociação/reestruturação da dívida portuguesa é uma ilusão perigosa. Para já, o outro lado não quer renegociar e sim ditar condições. E mesmo que se dispusesse a isso Portugal compareceria à mesa de negociações numa posição de fraqueza. A alternativa real que deve ser examinada é de Portugal retirar-se da zona euro. Ela poderia ser subscrita por um amplo espectro político no país, da esquerda à direita
in http://www.resistir.info/
1 comentário:
As mesmas razões.
Outros povos e posições diferentes.
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